De Caronte ao desperdício, se insistir o barco afunda!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Depois de viagens, em roteiros deslumbrantes, apresentando delícias como nas paisagens serranas do Trenzinho do Caipira, entramos hoje no mais duro circuito da realidade — a crise hídrica. O Caderno Light, transmutando a escassez das águas, nos deu um banho de cultura, aproximando "Os Sertões” deste momento de economia de recursos naturais. Se Euclides da Cunha "evidenciou que nada supera a principal calamidade do sertão: a seca”, nós, habitantes da urbanização, podemos colocar as barbas de molho, porque como dizia minha avó, dia de muito é véspera de nenhum.

Na carona de Ana Blue, que a imprudência nos garanta bom lugar no "barco de Caronte”! Se nada aprendemos com a nossa tragédia climática, é natural que sejamos fortes candidatos à rejeição de Caronte, na prestação de contas do juízo final. Não vai adiantar moeda debaixo da língua nem raminho de acácia, porque o peso da consciência nos afundará nos mares da insensatez. "Cadê a água que estava aqui?” A resposta vem na intensidade da entrevista com o professor Hamilton Werneck: "Temos uma cultura de esbanjamento que precisa ser contida”. Nessa afirmativa já abrimos uma reserva suficiente de reflexões para abastecer nossa conduta em relação aos gastos desnecessários. "Portanto, reúse!” Essa é a máxima do professor, que entendendo do tema, vai para além do "sítio da vovó” e alerta que "a Terra não é um baú de infinitas riquezas”. "Consumir o necessário” — eis a nossa obrigação!

E não adianta sair para espairecer, porque até no cinema os temas ambientais já têm uma "porta aberta” e prêmio Oscar na categoria Documentário. Basta conferir as dicas de Antonio Fernando e escolher os filmes que nos ajudarão a repensar o comportamento. E o debate é tão relevante que entra em cena com peças juvenis como "Por água abaixo” e "H2O, fonte de vida”. "Belinha e sua Malinha”, em nova temporada com projetos de cunho social. A chave da conscientização é mesmo com as crianças. 

Pelo campeonato carioca, Vinicius Gastin dá um olé com a narrativa de Frizão e Macaé. O jogo foi empate, o Frizão ganhou um ponto, mas Vinicius faz pontuação máxima no meio de campo textual. Quem também fez bonito é o querido Nilton Batista, que na categoria "Ultra-Máster” trouxe medalha de campeão em torneio no Paraná. Beleza! Felicitações à bateria "Treme Terra”, que acompanhará a Unidos da Saudade no inusitado desfile de uma escola só. Em "Ruas de Nova Friburgo”, a Avenida Santos Dumont, na singularidade de seu espaço físico, tem importância grandiosa na cidade, como tem a história do "Pai da Aviação” para o mundo. 

Em "Há 50 Anos”, "Campesina grava long playing” – a banda gravará um LP com doze dobrados de Joaquim Naegele, tendo sido "a primeira banda amadora do Brasil a gravar discos de comercialização”. Que luxo! E já sabemos o que a presente edição levará para a coluna em fevereiro de 2065: o condomínio Terra Nova, tão novo e tão cheio de problemas; o drama de nossos eucaliptos da Praça Getúlio Vargas; o lucro dos bancos... e assim por diante. Dá gosto acompanhar os relatos dos festejos de cem anos do ilustre senhor Antonio Lo Bianco, uma honra para Nova Friburgo. História de vida empolgante também é a de Rode Veiga-Pfeifer que, em Ponto de Vista, relata sua experiência de viver "entre duas culturas” — Alemanha e Brasil. 

Uma seleção fabulosa de invenções brasileiras é o que nos traz a página de Impressões. Criatividade, determinação, ousadia são ferramentas dos "empreendedores dos tempos”. E quem diria que o escorredor de arroz, o copo americano, o painel eletrônico são, entre outras utilidades, invenções de brasileiros... Mas, em termos de descobertas, a Linha do Tempo lembra Willian James, que constatou que "o ser humano pode alterar sua vida mudando sua atitude mental”. E pode mesmo. Basta seguir as "sete atitudes que mudam” e se inspirar nas "cinco pessoas que mudaram o mundo”. Vale a pena ler de novo. O jornal é sempre uma surpresa! 

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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