Das gentilezas ao desgoverno, o estado de espírito balança, mas... não pode cair!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O Dia Mundial da Gentileza – celebrado no último sábado, 13 – não passou em brancas nuvens, porque o caderno Light, sempre gentil, dedicou sua última edição ao tema, convocando “O Teatro Mágico” para a sonoplastia. “Eu não sou Chico, mas quero tentar” escrever bonito, porque “gentileza gera gentileza”.

Em “Curtas do Cotidiano”, Rebeca Marquet vem dando o seu recado de uma forma muito graciosa, ilustrando sua arte com versos da MPB, o que torna a viagem mais prazerosa. Mais adiante encontramos Deborah Simões filosofando - “Gentileza é vagarosa, é grão em grão...” e se “educação é ajudar alguém a atravessar a rua... gentileza é ajudar alguém a atravessar o próprio ego”. Beleza de figura!

Mas, e no “Livro de Laís”, qual será o desenho de um mundo melhor?  Por incrível que pareça tudo vai depender das nossas mal traçadas de hoje.

Se “somos instintivamente gentis” e se como diz Mário Quintana – “quem faz uma gentileza pode salvar um afogado”, o que vamos esperar para mudar a cara do mundo? A “Feira Grátis da Gratidão” é um exemplo vivo de gentilezas e como diz Emílio Alonso – “o valor máximo cobrado é um sorriso ou um abraço”.

A página de Impressões colabora, colocando “O homem acima de tudo” – e o homem é tão humano que cria constituições e estatutos em defesa da “dignidade da pessoa humana”. Com tanto estatuto disso e daquilo, bastava o poema “Os Estatutos do Homem” de Thiago de Mello.

É preciso crer que alguma coisa vai dar certo, mesmo que em meio ao nosso “estado” de coisas caóticas, estejamos à beira de um abismo. Conrado Pimentel não economizou palavras para traduzir o “estado de calamidade pública”, onde vale mais “distribuir benesses entre o setor privado... do que garantir uma dignidade mínima para a sua população”. Essa pesou na bagagem das nossas surpresas de viagem!

Se as coisas por aqui estão aos trancos e barrancos, agora com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos parece que deu a louca no mundo! David Massena está coberto de razão quando diz que “nunca se viu tanto brasileiro com mestrado em ciência política, pelo menos nas redes sociais”.

Contudo, ninguém se desespere, porque, na maioria das vezes, os eleitos não cumprem as promessas de campanha. E nesse caso, em particular, tomara que sim! Uma coisa é certa – com tanta roupa suja em “casa”, a gente fiscaliza a roupa encardida no varal da vizinha.  É apreensão para todo lado!

O processo eleitoral é sempre uma caixinha de surpresa e é por isso que estamos de olho em “Há 50 Anos”, às vésperas da eleição de 15 de novembro de 1966. Mal podemos esperar a próxima coluna com o resultado – “o povo falará através das urnas e com a arma da democracia, o voto”. E “o médico dos pobres” foi muito cotado.

O programa “Mais Médicos” agora quer menos profissionais estrangeiros e esses somente ocuparão os cargos em caso de vagas não preenchidas. Aqui na cidade, 13 doutores cubanos deixarão o programa e, acima de tudo, deixarão muita saudade pelo brilhante trabalho junto à população. Ainda sobre saúde, fala-se agora em “epidemia de sífilis” e, em conversa com Ana Borges, a doutora Delia Celser Engel diz que “é preciso assumir a existência de uma epidemia” para que “as formas de enfrentamento” sejam efetivadas a contento. O aumento de casos da doença é um “problema mundial”. 

Massimo anuncia que a audiência pública para discutir sobre as hidrelétricas no Rio Macaé não mais será realizada nesta quinta-feira, 17. A suspensão se deu mediante as manifestações contra o pacote de medidas do governo do estado.

A nova data será agendada. Mas, vejamos - “O estado está ficando ingovernável” – o desabafo é do governador Pezão. Aí vem a pergunta - que será do povo que já anda tão desgovernado?

De qualquer forma, o editorial está bem otimista, apostando no sucesso do setor turístico de Nova Friburgo. O verão friburguense tem tudo para dar certo – ótimas temperaturas, banhos de rio, gastronomia variada, tranquilidade, natureza linda. E como se não bastasse tanta coisa boa, aqui tem muito calor humano. Vem pra cá, pessoal!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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