Da névoa fina ao fondue, tudo é calor humano

A chegada do Inverno no Caderno Light trouxe lembranças da trova de Daniel de Carvalho: "Amanhece, a névoa fina vai aos poucos se extinguindo... E o Sol, varrendo a neblina, mostra Friburgo... sorrindo!” Gosto de escrever Inverno com letra maiúscula. Ana Blue tem razão, pois quando a gente imagina a estação do frio, pensa logo em "tempo fechado, nuvem pesada, em chuva caindo lá fora”. Entretanto, aqui nas plagas friburguenses, costuma ser o tempo do céu azul, dos dias ensolarados, do frio dentro das casas e do calorzinho nas ruas. É aquele se enganar constante: sair muito agasalhado e, mal um breve transitar ao ar livre, sentir que se enganou nas vestimentas. 

"A fogueira está queimando” e as dicas do Chico Figueiredo dão água na boca e vontade de comer bolo. "Puro, confeitado, quente, frio, gelado” — pensei até que Chico fosse compor um poema de doze sílabas. Perfeita harmonia de adjetivos para qualificar os bolos! Melhor ainda é fugir do "surreal”, pegando a receita do Fondue de Chocolate para aproveitar o festival de morangos na cidade. A todas essas delícias, Scheila Santiago ilustra o caderno com indicações fabulosas, com direito a toca-discos, vinil e reflexão. Doutor Schaustz traz boas novas para a telefonia móvel. E o Programe-se repleto de indicações! (E tem gente dizendo que em Friburgo não tem o que se fazer...) 

Passeio maravilhoso pelo Light, mas é hora de apreciar as homenagens ao Dr. Julio Zamith. Uma página para se prender na parede, ler e reler. É impossível não se encantar com os feitos do Dr. Zamith! E ainda por cima, ele se entusiasmou com os Jogos Florais e compôs trovas. (Ah! Mexeu comigo!) Vamos curtir e compartilhar os conhecimentos sobre a vida do friburguense, que no Colégio D. Pedro II sentou-se ao lado do Imperador e, mais tarde, testemunhou o fim da Monarquia.  

Por falar em colégio, vejam que bomba em Há 50 Anos: em junho de 1964, o Grupo Escolar Ribeiro de Almeida sofreu acusações de que "as mestras” trabalhavam pouco. Ora! Eu estava lá entre os 1.188 matriculados. Eu era uma criança ainda, mas nós, alunos, jamais deixamos de ter aulas por folga dos professores. A inesquecível dona Jane Cunha que o diga! Lembro-me também da diretora, Lourdes Longo, atenta a tudo, para o bom andamento dos estudos. Depois da sindicância (desnecessária), foram constatadas a eficiência do ensino e a farta merenda. (Saudades! E ainda guardo o sabor do leite servido. Era gostoso, diferente, parecendo leite em pó).

De 1964, chegamos ao Ponto de Vista, assinado por Marcelo Castañeda: um chamado às reflexões sobre as possibilidades da internet. "Um para um, um para muitos, muitos para muitos, muitos para um”. Nessa infinita rede de sociabilidade, cabe a cada um "agenciar” o espaço, sem dominação. Discernir ainda está na moda.

Na entrevista concedida a Márcio Madeira, percebe-se o otimismo do deputado Comte Bittencourt. Nova Friburgo, aos 200 anos, condutora das transformações da região, é o sonho de todos. Educação é o agente de toda a mudança e faz pensar que uma "civilização” educada dispensaria até o uso de redutores de velocidade. Numa visão mais ampla, entendemos que a "indústria de multa” não educa — apenas amedronta! 

A Copa rolando e o esporte friburguense acontece como um espetáculo paralelo. E Vinicius Gastin na linha de frente, marcando gols para o AVS! Já em "Duas Pátrias”, Brian Blamberg faz previsão extravagante: "na final, Brasil perde de 4 a 3 para a Alemanha”. Essa não, Brian! Se o Brasil chegar à final, é pra vencer de verdade!

Em Rememorando, festejamos os 145 anos da Catedral. Quanta história! E A VOZ DA SERRA registra o passo a passo do cotidiano. Não é sem razão que é "O Verdadeiro Jornal Friburguense”, trazendo sempre uma nova leitura da cidade. O olhar atento do leitor pode tirar proveito de cada espaço de matéria produzida.  Quem produz tem compromisso com a seriedade e com a arte do que apresenta. E "quem lê... Viaja”!