Coquetel de letrinhas

segunda-feira, 17 de março de 2014

Eu sempre digo que em festa literária o coquetel é sopa de letrinhas. Se o Caderno Light é uma festa para o fim de semana, Chico Figueiredo acertou em cheio no cardápio para acompanhar o banquete poético. E ele diz: "Um viva maior para o Dia Nacional da Poesia!”. Mil vivas, então, para 14 de março, que homenageia Castro Alves. Precisamos de música para este momento e Jaburu, o Júlio Cezar, recomenda a Nona Sinfonia de Beethoven. "Ode à Alegria”! Quem ama Friburgo canta e Gama!

Mais do que nunca, nesse domingo, eu senti falta do telefonema matinal do mestre Abbud. Tenho certeza de que ele diria: "Elisabeth! Você viu o jornal A VOZ DA SERRA? Estamos lá, com nossas trovas e poesias, abrilhantando a capa do Caderno Light!”. Realmente, o pano de fundo, verde, exibe joias de alto quilate. (E me incluíram!) Ansiosa, viro a página e tem início um passeio histórico pela Semana de Arte Moderna de 1922, com episódios que abriram caminhos para a diversidade poética. À época, diante de "costumes arcaicos”, Manuel Bandeira deve ter "engolido” muitos sapos por conta do sapo-cururu da beira do rio! E no "caldeirão” de histórias friburguenses, surgem nomes e, entre ilustres, Graça Simões, que teve a graça de abrigar a poesia, dando voz a tantos poetas, no ambiente místico e fraterno da Livraria Simões. 

O Light é cultura e hoje, nós, os leitores, podemos nos considerar pessoas melhores, porque tivemos a oportunidade de conhecer — ou rever — Ibrantina Cardona, a poetisa friburguense, nascida em 1868. Pela costura de seus versos, alinhavados com estilo rebuscado e forte, bem se vê a importância de mostrar e preservar a sua obra. 

Já que estamos no passado, uma passadinha pela Rua Prefeito José Eugênio Müller, personalidade "que era de uma estirpe de brasileiros que se notabilizavam por defender os interesses coletivos”. Hoje, com aumentos dos preços de passagens, parece que os interesses são apenas dos coletivos. Mas, deixa pra lá e vamos curtir no HÁ 50 ANOS, a festa de 15 anos de Teresinha Maria. Pela narrativa, é fácil imaginar o glamour do acontecimento. Salões do Country Clube, a orquestra, o "séquito” de 15 jovens casais, a troca de sapatos, a valsa... Ah! As festas de antigamente! Nesse meu "observatório”, pego a deixa de W. Nogueira, pois "gostaria de sentir menos saudade”. 

Mauricio Siaines, em Ponto de Vista, me levou aos risos, quando, ao falar de si mesmo, lembrou Raul Seixas – "Eu nasci há dez mil anos atrás”. Os risos vieram porque foi justamente essa a música que escolhi para a minha formatura. Sobre ética, aprendemos muito na universidade com as aulas de Siaines e me lembrei de um estudo sobre as "contradições humanas”. Entretanto, a "corda bamba” está aí para o jornalismo se fazer de equilibrista. Mas "Deus é grande”, não é professor?!

Clicando em ética, a página se abriu em Pedro Osmar. Tudo a ver! A relevante entrevista nos leva ao seu verdadeiro "Show”, onde o cenário é sua própria história de vida. "Não acumulou bens, mas vive bem” – e quem há de querer bem maior? Trabalho, reconhecimento e confiança são alguns dos valores que ele conquistou para subir ao pódio, naturalmente. Mas essa de subir em andaimes para "treinar” locução foi novidade, pois, ao que se percebe, Pedro já nasceu locutor. 

Em Foco, o mestre-sala da palavra recomenda: "Uma pausa na vida pode mudar tudo em nós. Cinco minutos, quinze, meia hora que seja”. E muda mesmo! Uma hora que eu tiro para viajar em A VOZ DA SERRA, o domingo se eterniza e ganha brilho! 

 

Em vinte anos propulsores,

parabéns à boa ação

dos corações doadores

pelo Projeto Fraldão!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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