Pneus simétricos e assimétricos

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Simples somente na aparência, os pneus podem ser apontados, sem qualquer exagero, como a peça mais importante dentro do conjunto dinâmico de um veículo, uma vez que toda a tecnologia embarcada depende deles para que possa atuar. A rigor, a capacidade de aderência entre borracha e asfalto continua a ser o teto que limita os voos da ciência aplicada a veículos terrestres. E, justamente por isso, é tão importante que esses limites possam ser ampliados.

Uma das maiores evoluções nesse sentido foi a introdução, há alguns anos, dos pneus direcionais e assimétricos. Nascidos diretamente das pistas de corridas, esses compostos especiais conseguem oferecer maior segurança, justamente por serem projetados para situações de uso mais específicas. Vejamos, portanto, as principais diferenças entre eles.

Pneus Simétricos

São os pneus que dominam o mercado. Mais baratos, e muitas vezes também mais duráveis, eles possuem estrutura e ranhuras idênticas em suas extremidades laterais. Por isso, podem girar nos dois sentidos e equipar qualquer uma das rodas do automóvel.

A falta de especialidade, no entanto, engessa o desenho dos sulcos e restringe as capacidades de dispersão de água e calor. A praticidade acaba cobrando um alto custo no que se refere a desempenho, especialmente em situações de pista muito molhada.

Naturalmente, por jogarem em todas as posições, esses pneus permitem possibilidades muito maiores de rodízio.

Pneus direcionais

Primeira evolução em relação aos desenhos simétricos, os compostos direcionais são aqueles que, pelo desenho das ranhuras, podem girar somente num mesmo sentido. Seus frisos apontam para uma direção específica, estabelecendo vias de escoamento d’água do centro para as extremidades. Quando vistos de frente, apresentam desenho espelhado em suas bordas laterais.

Por girarem numa direção específica, pneus direcionais só permitem o rodízio linear, que é quando os pneus traseiros de um mesmo lado são trocados pelos traseiros, e vice-versa. Pneus do lado esquerdo não podem rodar no lado direito, a menos que sejam retirados das rodas e remontados no lado oposto na direção correta. Uma operação complicada e desnecessária que demanda, inclusive, um novo balanceamento.

Pneus direcionais apresentam diversas indicações a respeito do sentido correto de rotação. Quando utilizados de maneira correta, garantem excelente desempenho, especialmente em pista molhada, graças à grande capacidade de dispersão de água.

Pneus assimétricos

São os mais modernos e caros do mercado. Além de direcionais, os pneus assimétricos apresentam também diferenças estruturais e nas ranhuras de suas duas bordas, que os tornam específicos para o lado direito ou o lado esquerdo. Deste modo, os pneus assimétricos se mostram muito mais eficientes, tanto em aderência quanto em resistência, do que compostos genéricos.

Sendo tão específicos, pneus assimétricos não podem ser trocados de lado mesmo quando separados das respectivas rodas. Por isso, trazem sempre sinalizações indicando qual o lado interno e qual o lado externo, para que suas qualidades possam ser aproveitadas corretamente. Em casos mais extremos, geralmente atrelados a carros de grande apelo esportivo, esses pneus também podem apresentar diferenças substanciais quando desenhados para o eixo traseiro ou dianteiro, inclusive na largura da banda de rodagem. Nesses casos, deixa de existir qualquer possibilidade de rodízio dos compostos, que devem ser trocados conjuntamente quando o mais desgastado deles se aproximar do fim de sua vida útil.

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Márcio Madeira da Cunha

Sobre Rodas

O versátil jornalista Márcio Madeira, especialista em automobilismo, assina a coluna semanal com as melhores dicas e insights do mundo sobre as rodas

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