Manutenção preventiva: correia dentada

sexta-feira, 31 de março de 2017

Dando continuidade à nossa série de dicas de segurança e economia sobre rodas, é hora de falarmos um pouco sobre uma peça simples, relativamente barata, mas que tem o poder de causar enormes prejuízos e riscos ao condutor quando é negligenciada. Se você já ouviu falar em correia dentada, então provavelmente alguém em seu círculo social já sofreu grandes prejuízos causados por ela.

Em essência, a correia dentada tem a função sincronizar o funcionamento das duas partes básicas de um motor: as câmaras de combustão e o sistema de transmissão de torque. Na prática, ela faz a ligação entre o virabrequim e o eixo do comando de válvulas, e por isso o seu funcionamento é tão importante.

Cada modelo de correia dentada possui vida útil específica, embora a grande maioria gire em torno dos 40 mil km. Há, todavia, casos em que ela pode durar até três vezes mais, ainda que essa não seja a mais relevante das informações. No fim das contas a experiência ensina que, qualquer que tenha sido a quilometragem já percorrida, é recomendável verificar seu estado periodicamente. Afinal, o rompimento desta peça faz com que pistões e válvulas se movimentem de maneira caótica, colidindo uns contra os outros e causando enormes (e caros) estragos ao motor.

Assim, se em algum momento o motor de seu carro deixar de transmitir torque às rodas, ao mesmo tempo em que começar a fazer um barulho completamente diferente do habitual, não insista em fazê-lo funcionar. A correia pode ter se rompido e, nesse caso, quanto menos o motor girar, melhor.

Antes do rompimento completo, todavia, a peça costuma apresentar sintomas de desgaste. Caso o esticador não esteja bem regulado, por exemplo, o motor poderá ter dificuldades para trabalhar em altas rotações. Além disso, em muitos casos a peça poderá se desmantelar aos poucos, dando início a um barulho cíclico emitido a cada novo toque das partes soltas com a tampa protetora. Ao observar qualquer um destes sintomas, leve o carro cuidadosa e imediatamente ao seu mecânico de confiança.

A forma como o veículo é utilizado também têm grande influência sobre a durabilidade da correia. Por isso, procure sempre utilizar o motor com suavidade, exceto em situações realmente necessárias. Em geral, prefira acelerações moderadas e contínuas a utilizações intensas e inconstantes. Agindo desta forma, a chance de um rompimento súbito reduz-se de maneira significativa.

Por fim, é necessário lembrar que nem todos os motores são equipados com correia dentada, embora a grande maioria dos carros atuais a utilizem. Antes de adquirir um veículo, portanto, não deixe de se informar sobre a presença ou não da peça, bem como do estado em que se encontra. Em caso de dúvida agende sua troca tão logo seja possível, ainda que a ela aparente estar em perfeitas condições.

Afinal, segurança e economia nunca são demais.

TAGS:

Márcio Madeira da Cunha

Sobre Rodas

O versátil jornalista Márcio Madeira, especialista em automobilismo, assina a coluna semanal com as melhores dicas e insights do mundo sobre as rodas

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.