E quando os pedais falham?

sábado, 08 de julho de 2017

Vimos em nossos textos mais recentes diversas peculiaridades dos pedais em carros manuais, sobre as quais poucas pessoas param para refletir. Mas, e quando os pedais falham, como o motorista deve proceder?

Comecemos pelo acelerador, que certamente representa o menos dramático destes casos. Em diversos veículos mais antigos seu acionamento se dá através de cabo, que eventualmente pode se soltar do suporte no pedal. Quando isto ocorre o motor continua funcionando em marcha lenta, mas o pedal deixa de responder aos comandos do motorista. Muitas das vezes, no entanto, basta parar o carro de maneira segura e analisar o encaixe para tornar a conectar as partes. Em casos como o descrito, é o tipo de situação que pode ser resolvida facilmente, mesmo por um leigo no assunto.

A perda da embreagem, por outro lado, já representa uma situação bem mais complexa. A bem da verdade, trocar de marcha sem fazer uso deste pedal é possível – popularmente chama-se isso de passar a marcha “no tempo” –, mas estamos falando de uma técnica que pouquíssimas pessoas dominam de maneira satisfatória. Basicamente, o motorista precisa encontrar com exatidão qual a rotação do motor para aquela velocidade na marcha pretendida, antes de arriscar a troca. Se você não é piloto profissional, no entanto, não precisa se desesperar. Caso sua bateria esteja bem carregada, o motor de arranque deverá ser forte o bastante para fazer o carro pegar mesmo que engatado em segunda marcha, desde que não se encontre numa subida. Com o carro em movimento, procure o local seguro mais próximo para estacionar e pedir ajuda. Ao encontrar este refúgio, basta engatar o ponto morto (não haverá qualquer dificuldade extra nesta operação) e deixar o carro rolar até o ponto desejado, antes de desligá-lo.

O grande problema, a rigor, se dá quando o motorista busca o pedal do freio e seu acionamento não oferece qualquer resistência ao avanço do veículo. Falhas no sistema de frenagem não são tão raras quanto a maioria dos motoristas gostaria de acreditar, e por isso mesmo há que se evitar constantemente qualquer situação na qual seu uso torne-se decisivo para evitar um acidente. Como já dito anteriormente, os freios devem estar sempre bons e revisados, mas o motorista deve evitar ao máximo depender deles, fazendo uso sensato do acelerador e conservando uma distância segura em relação a quem vai à frente.

Em caso de falha nos freios, o procedimento mais eficiente é acionar levemente o freio de mão (o acionamento excessivo pode provocar o travamento das rodas traseiras e ocasionar uma rodada), utilizar o freio motor e reduzir progressivamente as marchas, bombeando o pedal do freio ao longo do processo, sempre que possível. De forma alguma, no entanto, o motorista deverá trafegar sem os freios além do necessário para estacionar o veículo em local seguro.

Há que se observar ainda que em alguns casos o freio pode sofrer danos em apenas uma das rodas. Se isso acontecer, o carro apresentará a tendência de virar para um dos lados a cada vez que o pedal for acionado. Diante deste sintoma, mesmo que sutil, não deixe de levar o carro para uma revisão o mais rapidamente possível.

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Márcio Madeira da Cunha

Sobre Rodas

O versátil jornalista Márcio Madeira, especialista em automobilismo, assina a coluna semanal com as melhores dicas e insights do mundo sobre as rodas

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