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E se todo mundo compostasse?
A compostagem, como sabemos, é um conjunto de técnicas aplicadas para estimular a decomposição de materiais orgânicos, e o seu resultado é a transformação de “lixo” orgânico doméstico em composto e fertilizante. Quando se utiliza a minhoca como forma de acelerar esse processo, o resultado fica ainda melhor, teremos então o eficiente húmus.
Mas e quando não se composta?
A cidade de Nova Friburgo, com sua população em torno de 200 mil habitantes, gera aproximadamente um volume de 200 TONELADAS de resíduos por dia. Cerca de 1kg por habitante.
Tendo em vista que cerca de 40% dos resíduos que geramos é orgânico, temos diariamente em nosso município por volta de 80 toneladas desse resíduo. Material que, se compostado possui, enorme potencial para a aplicação na agricultura orgânica, mas que acaba sendo indevidamente destinado ao aterro sanitário.
E se todo mundo compostasse?
Se toda família tivesse em sua residência uma composteira doméstica, mesmo a mais simples, feitas com baldes de manteiga reciclados, somente com essa única atitude, 80 toneladas de resíduos deixariam de ser destinadas ao aterro sanitário e estariam sendo revertidas em produtos ricos em nutrientes para o solo e altamente comercializáveis.
E os benefícios não param por aí. Se todos compostassem, e dessa forma, não enviassem seus resíduos orgânicos para o aterro, a outra parcela que chamamos de “lixo” teria uma chance muito maior de ser destinada à reciclagem.
Resíduos X Rejeitos (lixo)
Como já conversamos em colunas anteriores, os aterros sanitários têm a finalidade de receber apenas rejeitos, todo o restante, que é erroneamente chamado de lixo, na verdade são materiais recicláveis, tornando um enorme desperdício (no meu ponto de vista) enterrar materiais potencialmente reaproveitáveis e voltar a extrair a matéria prima de forma irresponsável e desnecessária do nosso meio ambiente.
Mas voltando ao assunto...
Quando se composta, e consequentemente não mistura o resíduo orgânico com o seco, aumentam e muito as chances de que no caminho até o aterro, este venha a ser recolhido por um catador, ou seja melhor aproveitado na cooperativa de reciclagem localizada na EBMA, e lá se faça a separação dos recicláveis, e convenhamos, com muito mais facilidade e principalmente com mais dignidade para os cooperativados.
Mesmo que nós compostássemos sem obter nenhum outro benefício, já valeria a pena, tão somente, saber que em todos os processos pelos quais passaram os NOSSOS resíduos, até a chegada à sua destinação final, não houve mãos feridas por objetos perfuro-cortantes ou contaminadas por restos de alimentos podres, fedorentos e cheios de larvas.
Quer mais benefícios?
Você já pensou em quanto seria economizado em combustível com a simples redução de 40% no volume do lixo doméstico?
Vamos simular que um caminhão de lixo consiga armazenar em sua caçamba cerca de 2 toneladas de lixo por viagem. Estamos falando de cerca de 100 caminhões circulando diariamente pela cidade no transporte do lixo até o aterro. Se retirássemos 40% desse “lixo” das ruas através da compostagem, o número de caminhões circulando cairia para apenas 60 caminhões.
Isso geraria uma enorme economia em combustível (consequentemente desonerando o valor da taxa lixo). Reduziria a emissão de CO2 devido se estar usando menos combustível, melhoraria o trânsito com a diminuição de caminhões circulando na cidade, diminuiria a poluição visual, pois não teríamos mais lixeiras abarrotadas de lixo transbordando em cada esquina. Teríamos um número menor de doenças causadas por vetores que são atraídos pelos restos de alimentos nas sacolas plásticas, reduzindo o uso das próprias sacolas plásticas ( pois 40% dos resíduos gerados iriam para a compostagem dispensando o uso das sacolas). Enfim, evitariamos a incidência de alagamentos devido à obstrução de bueiros pelo lixo que é espalhado nas ruas por cães que rasgam as sacolas quando percebem alimentos orgânicos dentro delas.
E aí? Já pensou que uma simples mudança de hábitos, poderia envolver tantos benefícios?
Aceite nosso convite e vamos compostar.
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Renata de Rivera
Meu Bairro Sustentável
O projeto do núcleo Meu Bairro+200 idealizado por Renata de Rivera visa tornar Nova Friburgo uma cidade sustentável. Sua coluna traz dicas de ações por uma cidade mais limpa, com menos lixo e poluição e uma vida mais saudável.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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