Transporte coletivo

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Para pensar:

“Acredito que aquilo em que nos transformamos depende do que nossos pais nos ensinam em pequenos momentos, quando não estão tentando nos ensinar. Somos feitos de pequenos fragmentos de sabedoria."

Umberto Eco

Para refletir:

“São precisamente as perguntas para as quais não existem respostas que marcam os limites das possibilidades humanas e traçam as fronteiras da nossa existência.”

Milan Kundera

Transporte coletivo

Então amigos, vamos ligar mais alguns pontos?

Vamos lá: até as 14h desta terça-feira, 24, cinco ônibus da Faol haviam sido tirados de circulação por reincidência em relação ao não funcionamento do elevador de acesso a cadeirantes, que - é fato - é de crucial importância e raramente funciona.

Um trabalho de fiscalização muito necessário, e que vem sendo tocado com seriedade pelos agentes de trânsito, como sempre ocorre quando lhes dão condições de atuar.

Até aqui, tudo perfeito.

Ponto 1

Foi dito, no entanto, que a concessionária só poderia retirar os veículos do pátio da Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu) quando os aparatos estivessem funcionando, o que representa um evidente nó logístico.

Ora, não é preciso ser engenheiro para compreender que a estrutura necessária à operação já existe na garagem da empresa, e que realizar o reparo no pátio da antiga Autran será muito mais caro, complexo e demorado.

Difícil justificar isso, quando existe a opção de lacrar a roleta, realizar o reparo e retornar o veículo para a necessária vistoria.

Ponto 2

No mesmo dia a empresa foi vistoriada pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gate/MPRJ), no que parece ter sido uma coincidência.

Instalações, veículos e livro-caixa, como tem sido hábito, estiveram disponíveis.

Ponto 3

Tempos atrás a Faol participou (ou tentou participar) da concorrência para o transporte escolar, e sua presença ajudou a reduzir significativamente o valor final.

Cerca de R$ 1,3 milhão por um ano de serviço prestado - o que deve nos dizer algo a respeito da margem que vinha sendo praticada.

Os envelopes foram abertos às 14h de uma sexta-feira, para iniciar o serviço na segunda-feira seguinte.

Planejamento, como se vê, parece ser um palavrão aqui em Nova Friburgo.

Ponto 4

Na prática, a instabilidade do vínculo com a administração, por apenas um ano e sempre sujeito à possibilidade de renovações emergenciais, já torna inviável a participação de empresas concorrentes, as quais teriam que investir em estrutura - neste caso específico, montar a estrutura em meio a um fim de semana - sem a garantia do tempo necessário ao retorno financeiro.

Mesmo assim, ao serem abertos os envelopes as propostas poupavam a todos de qualquer desgaste: venceu a atual prestadora, cujo preço era…mil reais mais baixo.

Ligando

Daí quando a gente cruza tudo isso com o que se passa atualmente em relação à concessão de transporte coletivo, e o esforço evidente do homem das vilas marginais por atrasar, emperrar, desgastar e espremer, fica muito claro que ele gosta de algumas empresas, e de outras não.

Por que será?

Parceiros

Naturalmente, o Duce possui uma lista de organizações com as quais prefere se relacionar.

Possivelmente nos mesmos moldes do que tentou aplicar em relação à iluminação pública, junto a personagem posteriormente encarcerado.

Camadas

Portanto, numa análise um pouco mais abrangente, fica claro que a seriedade dos agentes de trânsito e os problemas efetivamente observados na prestação do serviço de transporte coletivo - que precisa sim melhorar, e muito - não devem ser compreendidos automaticamente como uma nova política municipal de fiscalização.

Não. Tem muito mais tempero nesse caldo.

Lumiar (1)

A coluna tem recebido algumas manifestações a respeito de Lumiar, apontando sempre nas mesmas direções.

O primeiro tema recorrente é de que o centro urbano está lindo e muito bem estruturado, mas isso estaria sendo acompanhado de preços “para turista”, demasiadamente salgados para a comunidade local, ou mesmo frequentadores assíduos do distrito.

Lumiar (2)

Já a segunda manifestação diz respeito às famosas descargas elétricas atreladas ao mirante acima do lago, um dos pontos mais movimentados do distrito.

“Lumiar é um lugar sensacional”, escreveu uma turista da capital. “Recentemente, a aura e o meio ambiente, que sempre foram únicos, receberam o reforço de uma estrutura turística há muito necessária, que agregou charme e praticidade ao destino.”

Segue

“No entanto, fiquei muito decepcionada ao descobrir que os choques que tomei têm se repetido há tanto tempo, com tantas pessoas, e ninguém faz nada a respeito. Cheguei a esta coluna justamente ao pesquisar sobre o assunto na internet, e preciso dizer que identificar o fenômeno não basta para tornar a situação aceitável. Tomar choque é uma sensação muito desagradável, e um lugar com tamanha vocação para o turismo não pode admitir essa situação como se fosse normal.”

Parênteses

O colunista, que já passou pelo mesmo desprazer, assina embaixo.

Está mais do que na hora da cidade se unir para resolver o problema.

Aliás, as sessões itinerantes da Câmara Municipal têm mostrado que muitos distritos carecem de atenção especial.

E o espaço aqui na coluna, é claro, está mais do que aberto a registrar essas demandas.

Êxodo

Chovem reclamações a respeito da dificuldade para agendar a vistoria veicular obrigatória e os procedimentos para renovação de CNH em Nova Friburgo.

O que tem de gente recorrendo a cidades vizinhas é uma grandeza, assumindo gastos e riscos no processo.

Não dá, não é?

Tomara que o mutirão da próxima terça-feira, 31, na Via Expressa, resolva essa situação.

Respostas

Surpresa boa ver como os leitores não conhecem apenas os centros urbanos, mas também algumas de nossas belas paisagens naturais.

Na edição de hoje, pontos para Francisco Lavra da Silva Pinto, Gilberto Eboli, Igor dos Santos, Dirceu Aluísio Spitz e Rosemarie Künzel, que emendou: “a foto de ontem mostra o lindo ‘Poço Feio’ do Rio Macaé, em Lumiar. Aprazível lugar, tendo como vizinho um camping cujo proprietário, Artur, já foi declarado como o que tem a maior barba do Brasil!”

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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