Oportunidade

sexta-feira, 01 de junho de 2018

Para pensar:

“Quem quiser ser líder deve ser primeiro servo. Se você quiser liderar, deve servir.”

Jesus Cristo

Para refletir:

“A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável.”

Mahatma Gandhi

Oportunidade (1)

Ao longo dos últimos dias fomos todos arrancados de nossas rotinas em função da paralisação dos caminhoneiros, e ainda que o apoio popular tenha sido e continue a ser grande, a coluna reconhece se tratar de uma situação absolutamente excepcional e que vem gerando também muitos prejuízos e problemas a várias pessoas.

Não estamos romantizando a situação, nem tampouco fazendo juízo de valor.

Mas essa ponderação é necessária para que possamos fazer o exercício a seguir.

Oportunidade (2)

Feita esta consideração, há que se reconhecer também que, em meio a tudo isso, o inusitado acabou, como efeito colateral, nos presenteando com a oportunidade de experimentarmos um modo de vida diferente.

Em termos mais filosóficos, tivemos de voltar os olhos ao essencial, tivemos que viver com pouco, administrar as reservas, fazer sacrifícios, ajudar uns aos outros.

Redescobrimos o valor de um pratinho mais simples quando se está com fome, e pudemos prestar um pouco mais de atenção ao quanto é preciosa uma fruta fresca.

Falhas nossas

Falhamos bastante em algumas áreas, também.

Ainda que a novidade da situação possa servir como atenuante, temos de reconhecer que diz muito mal de nós que postos de gasolina ou estabelecimentos comerciais tenham sido obrigados a limitar a quantidade que era vendida a cada um, num momento em que todos necessitavam e muitos estavam dispostos a estocar de forma egoísta, garantindo seu pirão primeiro.

Raiz de tudo

É exatamente essa opção pelo particular em detrimento do coletivo que, em última instância, faz desse país de potencial inigualável um local onde tantos sonham com uma ilha de riqueza prisional e não desprovida de culpa, onde milhões precisam ser guardados em paraísos fiscais, escondidos em apartamentos ou deixados em nome de laranjas.

Ilusão

Dinheiro que em sua maior parte nem mesmo pode ser gasto porque não pode ser explicado, e que serve para financiar viagens a locais onde a opção foi outra, onde uma classe média forte e ampla não desfruta dos mesmos zeros em contas bancárias, mas se reflete em melhor qualidade de vida para todos.

Não são apenas os políticos - não todos - que pensam ou agem dessa forma.

Somos também nós - não todos. E se quisermos um país melhor sem tomar o atalho do aeroporto, é por aí, por nós mesmos, que devemos começar a construir.

Imagine (1)

Mas nem toda a experiência foi apenas filosófica. Houve muitos aspectos práticos também.

Imagine, por exemplo, como seria bom se nossas ruas fossem sempre assim, pouco movimentadas, ar mais puro, silêncio maior, menos estresse ou agressividade entre pedestres e motoristas, rapidez e segurança para atravessar, sem buzinas, sem aceleradas intimidatórias, sem gente correndo sem necessidade.

Mas fossem assim de forma estruturada, por eficiência no transporte coletivo, por disponibilidade de ciclovias. Não por falta de opção como ocorreu desta vez.

Seria bom, não?

Imagine (2)

Imagine usar o carro apenas em situações realmente necessárias ou urgentes, e nessas horas encontrar vias pouco movimentadas, livres para a locomoção.

Imagine encontrar vagas próximas a onde se deseja chegar.

Imagine ouvir pássaros num dia de semana à tarde.

Ora, temos que pensar nisso daqui para a frente, após vivermos essa experiência.

Só começando

Até aqui foram poucos dias, mas um olhar mais distanciado sugere que 2018 está apenas começando, para efeitos práticos.

A Copa do Mundo - alguém se lembra dela - deve amenizar um pouco a agitação durante alguns dias, mas ninguém duvide de que ainda vem muito chumbo grosso pela frente.

O jogo de interesses é muito pesado, e a disputa pela presidência ainda tem muito mais variáveis do que certezas.

Preparação

Talvez seja interessante refletirmos acerca de tudo o que vivemos nos últimos dias, incluindo o desastre representado pela atual liberdade de circulação de informações falsas, até mesmo como forma de preparar o espírito para o que vem pela frente.

Clima de paz

O leitor habitual deve ter notado que a coluna de hoje fugiu à rotina.

Natural.

Afinal, ela foi escrita em meio a um feriado bastante caro ao colunista, um dia com uma história bonita que se renova a cada ano, e deve nos fazer pensar.

Presente

Para encerrar os trabalhos, portanto, a coluna deixa um presente aos leitores, na forma de um clique de enorme sensibilidade assinado pelo amigo Henrique Pinheiro.

Com mais alcance do que mil palavras, ele nos lembra que vale a pena lutar por essa terra especial que nos acolhe.

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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