Colunas
O contexto
Para pensar:
“Quem sabe o que planta não teme a colheita...“
Lavínia Lins
Para refletir:
“Compartilhar o torna mais do que você é. Quanto mais você der para o mundo, mais a vida poderá retribuir.”
Jim Rohm
O contexto
Em meio a muitos assuntos, ontem, 13, a coluna não teve oportunidade de aprofundar suficientemente o contexto em que se deu o aumento da tarifa no transporte coletivo em nossa cidade.
O caso, no entanto, não pode passar batido, já que representa exemplo paradigmático daquele que, infelizmente, será o principal predicado histórico atrelado à atual gestão: a busca repetida por driblar licitações e tentar justificar a manutenção de relações galgadas sobre pilares há muito condenados da velha política.
Ponto de equilíbrio
Antes de começarmos, é válido deixar claro que ninguém aqui é contra o equilíbrio financeiro do contrato, inclusive reservando à concessionária margem de lucro compatível, situada naquela margem estreita capaz de justificar suas atividades e seus investimentos, sem contudo lesar os cofres públicos demasiadamente.
É justo que a empresa vencedora da licitação seja estimulada a prestar um bom serviço, e a população compreende isso.
O problema aqui nunca foi esse.
Aberração
Ocorre, no entanto, que opções feitas pela atual gestão, mais especificamente pelo primeiro secretário de Governo - o mesmo que, lembremos, desdenhou da PGM quando esta o alertou com mais de um ano de antecedência sobre a impossibilidade de prorrogar o contrato de concessão do transporte coletivo, e a necessidade de preparar o complexo processo licitatório - terminaram por desfigurar por completo a relação entre a concessionária e o poder concedente, deixando o município em situação de enorme fragilidade e dependência.
Handicap
Graças à essa desastrosa atuação, e mais ainda ao respaldo que sempre lhe foi dado pela cadeia hierárquica, tanto acima quanto abaixo dele, a atual prestadora do serviço entrou em negociações tarifárias tendo o poder de simplesmente retirar seus ônibus das ruas a qualquer momento, deixando o governo em situação absolutamente insustentável.
Obviamente esse handicap autoinfligido por parte do município não permite, por si só, afirmar que o resultado das negociações tenha sido lesivo aos cofres públicos.
Mas definitivamente não contribui em nada para tranquilizar quem paga as contas.
Papelão
O fato é que os discursos duros e teatrais dos anos anteriores caem agora no ridículo, substituídos pela postura resignada de quem não tem mais nem como blefar.
Se tivessem sido justos e jogados pelas regras quando tiveram a chance, não passariam agora por esse tipo de embaraço.
Papelão.
Fragmentos
Também ontem a coluna prometeu aos poucos ir dando fragmentos do que silenciosamente se passa nos bastidores de nossa política.
Aqui vai um: o colunista entende que nos próximos dias o plenário da Câmara Municipal será confrontado com um incomum pedido de convocação para que quatro membros do primeiro e do segundo escalão do governo municipal - e também o convite a um quinto - prestem os devidos esclarecimentos a respeito da gestão dos recursos do Centro de Educação Ambiental (CEA).
Lógica (1)
E mais: a chance de tal proposta ser acatada é grande, apesar das pressões que a base governista provavelmente irá sofrer para abafar o caso.
A lógica é simples.
Tempos atrás o plenário aprovou um requerimento de informações sobre o tema, apresentado pelo vereador Professor Pierre.
Aliás, a aprovação de requerimentos de informações é um elogio que deve ser feito à atual legislatura.
Lógica (2)
Ocorre, no entanto, que a resposta remetida pelo Executivo foi incompleta e insatisfatória, omitindo dados cruciais, como, por exemplo, extratos e notas fiscais, tornando impossível rastrear estes recursos.
E não custa lembrar que estamos falando de muito dinheiro aqui.
Ou que a partir do momento em que o plenário aprova um requerimento, as respostas passam a ser devidas a todo o Legislativo.
Questão de coerência
Enfim, a coerência determina que o mesmo plenário que concordou em submeter as perguntas agora siga unido na cobrança por respostas.
Até mesmo porque, claro, perguntar não ofende, e quem não deve, não teme.
Se não houver nada de errado, então o governo deve ser o maior interessado em dar visibilidade irrestrita a tudo que envolve o caso.
Como previsto
Na última segunda-feira, 12, o PDT oficializou os seus pré-candidatos a prefeito no estado do Rio de Janeiro.
Mais de 20 pré-candidaturas foram confirmadas, entre as quais a de Wanderson Nogueira, em Nova Friburgo.
O partido também aposta em Martha Rocha na capital, Caio Viana em Campos e José Bonifácio em Cabo Frio, cidades consideradas prioritárias.
Sem pressa
Quanto a coligações, nada deve ser oficializado por enquanto.
Muitas conversas têm acontecido, mas o cenário segue indefinido e a sensação é de que os partidos ainda vão ganhar tempo e avaliar pesquisas antes de tomarem decisões a esse respeito.
Disfarçando
É sempre notícia quando um servidor é afastado judicialmente de seu cargo, e já tivemos isso por aqui no atual governo.
Quase ninguém percebe, no entanto, quando o servidor pede exoneração sem motivo aparente, simplesmente por perceber que um afastamento por forças externas seria iminente.
Mas nós percebemos, não?
Pois é, essa saída à francesa, se é que podemos chamar assim, tem acontecido bastante ultimamente.
Massimo
Massimo
Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.
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