Massimo — 29/04/2016

Preço da gratuidade
O Massimo teve acesso às primeiras tabelas produzidas pela Faol a respeito da gratuidade a passageiros na faixa etária que vai dos 60 aos 64 anos.
Os números são robustos, e expõem um lado bastante impopular e diversas vezes negligenciado da realidade.

Alcance
Entre os dias 10 de março e a última quarta-feira, 27, foram feitos 5.378 cadastros de passageiros nessa condição.
A média de registros já começou a cair, indicando que a cobertura desse público pode estar perto de ser alcançada.
Atualmente, entre 70 e 80 pessoas retiram seus cartões “sênior” todos os dias.

Volume
Em março foram realizadas 13.892 viagens gratuitas por essa faixa da população.
Já este mês, contabilizando só até o dia 27, foram registrados 64.871 embarques.
Considerando o aumento da tarifa de R$ 3,30 para R$ 3,70 no último dia 15 de março, e cruzando com os registros diários das viagens feitas, a concessionária deixou de arrecadar R$ 291.333,50 no período avaliado.

Cochicho
Muito cá entre nós, o próximo governo vai precisar mais do que nunca do Fundo de Compensação Tarifária, caso não tenha a intenção de iniciar o mandato em meio a um aumento significativo no valor da passagem.
Pode anotar essa aí.

Por sinal...
A sessão específica da última terça-feira, 26, solicitada pelo vereador Marcelo Verly justamente para debater aspectos bem determinados de nosso transporte coletivo, trouxe algumas informações importantes, sutilmente presentes nas entrelinhas.

Desgaste (1)
A ausência de um representante da Faol, bem como a fala curta e direta do secretário de Ordem e Mobilidade Urbana, Haroldo César Pereira, em resposta às críticas e aos questionamentos dos vereadores, devem sim nos dizer muita coisa sobre o desgaste acumulado nas relações entre concessionária, Executivo e Legislativo ao longo desses quase quatro anos de mandato.
E é importante ressaltar que o mesmo vale para diversas outras concessionárias.

Desgaste (2)
Talvez seja algo natural — ou até mesmo inevitável — dado o nível de populismo ainda presente em nossa política de “discursos para a torcida”, e também o conflito de interesses que sempre vai existir entre prestadores de serviço e o poder contratante.

Desgaste (3)
Também não se trata de justificar qualquer ato que vá contra a transparência ou a devida satisfação à população.
Longe disso.
Mas que seria impossível imaginar esse tipo de postura num início de mandato, isso ninguém pode negar...

Inesperado
O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável, Ivison Macedo, surpreendeu muita gente ao disponibilizar seu cargo através de uma extensa carta, enviada esta semana ao prefeito Rogério Cabral.
No documento, com data da última terça-feira, 26, Ivison recorda as principais iniciativas da secretaria ao longo do período em que esteve à frente dela, destacando a importância da capacitação da equipe para alcançar o reconhecimento nacional e internacional que obteve.

Aspas (1)
“Resta combater as forças representativas de parte insignificante do mercado, neste caso representado por um grupo unido dentro do Sindicato da Indústria da Construção Civil. Grupo este que tem, ao longo dos tempos comandado a especulação imobiliária diretamente de dentro de gabinetes. As pressões sempre são efetivamente realizadas sem transparência, às sombras e sem debates.”

Aspas (2)
“Já não sinto Sr. Prefeito, que tenho um pilar para comigo sustentar as pressões que vêm dos porões dos interesses escusos representados por este grupo que procura interferir e minar valores e princípios éticos que no meu entendimento, em homenagem a tudo o que está acontecendo no Brasil, não podem mais ser agredidos.”
“Desta forma caro Prefeito, devolvo espontaneamente meu cargo para que o sr. promova as alterações que entender necessárias para a continuidade ou não dos projetos que estão em curso na Semmadus.”

Aspas (3)
“Retiro-me do governo, para livrá-lo das pressões. Porém não saio da luta. Continuarei a participar dos eventos e projetos que iniciei e que se encontram na Câmara. Ajudarei a mobilizar as comunidades para combater os efeitos nocivos dos especuladores.”

Continuidade
O arquiteto urbanista Alexandre Sanglard, 48 anos e concursado de 2007, deve assumir a pasta a partir de segunda-feira, 2 de maio.

Fim de uma era
Hoje é um dia (tristemente) histórico para a imprensa brasileira.
Circula nesta sexta-feira, 29, a última edição do Jornal do Commercio, segundo diário mais antigo do Brasil.
Como bem definiu o decano do jornalismo João Baptista de Abreu, “fundado durante a regência monárquica, o JC escreveu a história do Brasil e deve ser pesquisado como personagem desta história”.

Ironia
O fim do JC coincide com um momento especialmente rico em boatos e no trato irresponsável de informações.
Em blogs e redes sociais, por exemplo, o lamentável episódio vivido pelo ex-vereador Samoel Grassini, vítima de uma tentativa de assalto em Campos, se transformou numa narrativa digna de bang bang.
São dias difíceis para o bom jornalismo, sem dúvida alguma.

Aliás…
Foi inaugurado nesta quinta-feira, 28, um posto do Batalhão de Polícia Rodoviária no km 42 da RJ-142.
O prefeito Rogério Cabral foi representado na cerimônia pelo secretário de Ordem e Mobilidade Urbana, Haroldo César Pereira, enquanto o Legislativo municipal — adivinhem! — foi representado pelo embaixador oficial da Câmara, vereador Gustavo Barroso.

Campanha (1)
O Massimo ficou um tanto perplexo ao ser informado de que o nome do professor de educação física, José Tadeu Costa, ainda não se encontra na lista de friburguenses que terão a honra de carregar a tocha olímpica em sua passagem pela cidade.
O colunista espera, de verdade, que a informação esteja equivocada.

Campanha (2)
Responsável pela formação esportiva de jovens e crianças há mais de 30 anos, Tadeu é, além de excelente profissional, um cidadão exemplar e engajado, que representa de forma muito digna os valores e a tradição da comunidade pan-africana em Nova Friburgo.
Quando um sujeito como Tadeu carrega a tocha, a honra é do próprio olimpismo.

Em tempo
A iniciativa desta campanha foi do próprio colunista.
Até porque o professor Tadeu trabalha por amor, e jamais pediria este tipo de coisa.

Saneamento básico na Câmara
O vereador Cláudio Damião atendeu a pedido de grupos católicos e realiza nesta sexta-feira, 29, Audiência Pública para tratar o tema “Saneamento básico para todos”.
A iniciativa do evento partiu de moradores Católicos e Luteranos, residentes nos mais diversos bairros da cidade, da área Pastoral das Igrejas Imaculada Conceição e Igreja Luterana, que, sensibilizados pela Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, cujo tema é “Casa Comum Nossa Responsabilidade”, dirigida nacionalmente pelo Conic (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs), desejam tratar do tema.
O encontro acontece a partir das 18h30, na Câmara dos Vereadores

Andar com fé
A foto que ilustra a coluna de hoje mostra (o que restou) da calçada no início da Avenida Engenheiro Hans Geiser, às margens do Rio Bengalas.
O pouco espaço disponível é disputado — nem sempre de maneira amistosa — por pedestres e ciclistas.
Aqueles — dizem os urbanistas — para os quais a cidade deveria ser planejada.
Fica aí a sugestão de reparo à administração pública.