Massimo — 22/01/2016

Escalada (1)

Há quem diga que ninguém se inicia no caminho das contravenções desviando recursos da Petrobras.

Segundo esta linha de raciocínio, todo crime de grande porte seria o culminar de uma série de atitudes erradas anteriores e cada vez maiores, num processo que, quase sempre, teve início em pequenos delitos, pequenas desonestidades, como aquelas que tantos de nós cometemos numa base diária, às vezes chegando ao ponto de fazer piada disso.

O colunista tende a concordar com este argumento.

Escalada (2)

Poucas horas após o fechamento da edição de ontem, 21, cuja manchete trazia a versão de Ricardo Cabral a respeito do episódio em que o vereador Pierre Moraes acabou sendo agredido fisicamente durante um ato de fiscalização, chega a abominável notícia de que o vereador Nélcemir Lagôas (PP), primeiro-secretário da Câmara Municipal de Cachoeiras de Macacu, foi executado com quatro tiros por volta de 21h30, a poucos metros de sua casa, no entorno da Praça de Cima.

Escalada (3)

Ainda é cedo para tirar maiores conclusões, especialmente porque a causa do homicídio ainda não foi determinada.

É possível, inclusive, que o assassinato não tenha relação direta com a função pública que a vítima exercia.

Ainda assim, considerando-se a forma agressiva como o autor dos disparos pediu R$ 20 antes de levar adiante a execução, é pertinente uma reflexão sobre o tipo de retorno que esperamos de nossos políticos, e como nós mesmos nos portamos cotidianamente.

Como cobrar?

Não é segredo, por exemplo, que Pierre foi cobrado em relação a cestas básicas quando visitou a comunidade de São Lourenço, apesar de estar agindo em resposta a uma denúncia, que, caso venha a ser confirmada, pode vir a poupar grande volume de recursos aos cofres públicos.

Mas, aparentemente, o que importa no fim das contas são as cestas básicas, os R$ 20, os sacos de cimento, o bom e velho clientelismo que, na prática, funciona como uma procuração aos maus políticos para que possam fazer do mandato o que bem entenderem.

Governo que merecem

É fato que existem pessoas abjetas na política - e não apenas em cargos eletivos, mas em qualquer tipo de relação promíscua com o poder, inclusive dentro da própria mídia.

Mas é igualmente fato que grande parte da população espera exatamente esse tipo de comportamento por parte de quem ajudou a eleger.

Aí, meus caros, não dá para reclamar ou cobrar depois, correto?

Consentimento

Diante dos fatos recentes é preciso questionar também a postura de boa parte da imprensa local, muito ágil no registro do assassinato, mas, com raras exceções, absolutamente muda em relação ao episódio ocorrido em Nova Friburgo.

Quanto às pessoas que habitualmente fazem do ato de informar a profissão mais antiga da humanidade, não seria possível esperar nada de diferente mesmo.

Mas, em relação aos veículos sérios, o silêncio surpreende sim. E compromete também.

Para pensar (e nunca esquecer)

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.”

(George Orwell)

Foco

Em meio a tanta a confusão, não se pode perder o foco em relação à dúvida levantada a respeito da movimentação de terra realizada nas proximidades do deslizamento (Foi autorizada? Foi alvo de estudo prévio?), e a possível relação entre os dois fatos.

A questão é de interesse público e precisa ser respondida junto aos órgãos competentes.

Há quem acredite, por sinal, que uma resposta já esteja sendo “fabricada”.

Esperemos que não seja o caso.

Credibilidade

Já passaram-se dez dias desde a publicação da lista atualizada de vítimas em Nova Friburgo, e até o momento ninguém entrou em contato com o jornal para indicar nomes de pessoas não incluídas.

Apesar da vocação à eternidade presente em todos os rumores, isso só pode agregar credibilidade ao que foi apurado e publicado.

Mas é claro que se houver atualizações comprovadas, elas serão igualmente informadas por aqui.

Comunicado (1)

“A Prefeitura de Nova Friburgo, através da Secretaria de Obras, informa que permanece com as equipes de trabalho nas ruas para solucionar situações de emergência decorrentes das chuvas dos últimos dias. No entanto, em estradas e ruas que estão muito encharcadas ou que apresentam nascentes e olhos d’água, a Secretaria de Obras está com dificuldades de trabalhar.”

Comunicado (2)

“Na tentativa de melhorar as condições de tráfego, as máquinas, por serem equipamentos pesados, acabam danificando ainda mais estas passagens. Apenas nas estradas, com o solo mais compactado, está sendo possível colocar materiais como bica corrida e moledo. Sendo assim, o secretário de Obras, Alexandre Cruz, pede a compreensão da população já que a previsão é de que as chuvas continuem até o fim de semana.

Orgulho friburguense (1)

Apontada pelo Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) como uma das 188 jovens lideranças globais em 2015, a friburguense Ilona Szabó de Carvalho encontra-se em Davos, na Suíça, tomando parte na principal reunião anual do órgão, ao lado de ganhadores do Nobel e do Oscar, chefes de estado atuais ou do passado, embaixadores da ONU, e por aí vai.

Orgulho friburguense (2)

Quem conhece Ilona desde pequena sabe bem que todos os valores que hoje o mundo reconhece e reverencia estavam lá desde o início.

Especialmente para nós, é muito gratificante ver que uma voz com tanto conteúdo tenha a repercussão que merece.

Bem, obrigado (1)

O capitão de mar e guerra e médico, Nestor Francisco Miranda Junior, que foi diretor do Sanatório Naval de Nova Friburgo entre 2010 e 2011, foi empossado no cargo de diretor do Hospital Naval de Brasília.

A cerimônia aconteceu na última segunda-feira, 18, e contou com a participação de membros da Sociedade Amigos da Marinha Nova Friburgo, Soamar-NF.

Bem, obrigado (2)

Em seu discurso de posse, Nestor destacou a presença da comitiva friburguense. “A Soamar Nova Friburgo se faz presente aqui e sempre me acompanhou nos momentos de minha carreira”, disse Nestor.

Entre outros destaques, sua gestão em Nova Friburgo foi marcada pela comemoração do centenário do SNNF, em 2010, e pelas inúmeras ações de socorro à comunidade durante a tragédia climática de janeiro de 2011.

Em 2013, já no Rio de Janeiro, Nestor foi agraciado com a comenda Embaixador da Euterpe, por ocasião das comemorações do sesquicentenário da banda Euterpe Friburguense.