Macrozoneamento

Para pensar:
“Não há bom raciocínio que pareça tal quando é muito longo.”
Miguel de Cervantes

Para refletir:
“O medo atribui grandes sombras a pequenas coisas.”
Provérbio sueco

Macrozoneamento
Na edição de 29 de outubro a coluna chamou atenção para um aparente conflito de interesses em nossa Câmara Municipal, envolvendo o tratamento dispensado ao projeto de lei complementar 467, de 2018, de autoria do Executivo, que trata do macrozoneamento ambiental e do zoneamento de Nova Friburgo, delimitando os parâmetros urbanísticos para a construção civil.

Empenho demais
De fato, tem sido enorme o esforço de bastidores de alguns parlamentares por alterar aspectos específicos da redação, e isso ficou bastante claro no empenho por retirar a matéria da pauta da sessão da última terça-feira, 19, a fim de que seja modificada no âmbito da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, antes que possa ser apreciada pelo plenário.
O tipo de comportamento que foge às características de alguns dos envolvidos e, por isso mesmo, acende algumas luzes amarelas.

Relembrando
Conforme a coluna explicou quase um mês atrás, à época da promessa do condomínio industrial no 3º distrito muitas pessoas adquiriram terrenos próximos, a título de investimento.
E agora, alguns desses proprietários gostariam de ver alterados os gabaritos na região, a fim de que seja possível erguer prédios e, quem sabe, possíveis conjuntos habitacionais em tais terrenos.

Conflito
O problema, nesse caso específico, é que estamos falando de uma zona que se situa além dos limites cobertos pelo contrato de concessão da Águas de Nova Friburgo.
Assim, em caso de alteração caberá à prefeitura a responsabilidade de assegurar tratamento de água e esgoto, envolvendo inevitável deslocamento de recursos.
O que pode ser bom para alguns, portanto, talvez não seja bom para a coletividade.

Cores reais
Em casos como este é preciso prestar muita atenção aos argumentos e às justificativas que se emprega, porque a forma como um político se porta diante deste tipo de conflito sempre diz tudo o que precisamos saber sobre sua personalidade pública.
Se os argumentos não forem muito convincentes, então tem gente colocando o interesse particular acima do coletivo.

Quando convém
Aliás, cá entre nós, é sintomático como o plenário se esforça por votar algumas matérias em regime de urgência, e como faz de tudo para arrastar a tramitação de outras, não é verdade?

Coerência (1)
Dias atrás a coluna falou a respeito dos pareceres do Ministério Público e do TCE contrários à aprovação das contas da prefeitura de Nova Friburgo referentes ao exercício de 2018.
Pois bem, a coluna retorna ao assunto por uma questão de curiosidade.
Afinal, neste ano que passou, o parecer do MP já havia sido contrário, ao passo que o TCE havia apontado para uma aprovação com ressalvas.

Coerência (2)
De modo previsível, a maioria de nosso plenário se agarrou a esta muleta para aprovar as contas, alegando que o parecer definitivo, nesse caso, cabe ao TCE.
Mas, e agora que o TCE também deu parecer contrário?
Será que sua referência continuará sendo assim tão importante?
Vai ser interessante ver a postura da base de governo diante desta situação, por mais que nada mais surpreenda a essa altura.

Referências
Numa cidade como a nossa, com seu porte e suas tradições, certos estabelecimentos acabam sendo de tal forma incorporados pela paisagem, que por fim se tornam verdadeiras referências geográficas.
Sem citar exemplos, a coluna tem certeza que os leitores são capazes de lembrar de ruas às quais a população habitualmente se refere em função de algum estabelecimento tradicional.

Modelo
Um desses estabelecimentos, o Colégio Modelo, corre o risco de fechar as portas justo no ano em que chegou ao centenário.
Para quem ainda pranteia as perdas da Faculdade de Filosofia Santa Doroteia e do Colégio Nossa Senhora das Graças, é o tipo de perspectiva muito triste, que demanda um debate social na busca por alternativas possíveis.
Este espaço está aberto para ajudar no que lhe seja possível.

Coisa séria
Em meio à forte chuva que caiu sobre nossa cidade na quarta-feira, 20, logo começou a circular a informação de que teria ocorrido um deslizamento de pedra no Hospital São Lucas.
A própria prefeitura tratou de desmentir a postagem, informando que uma equipe da Defesa Civil esteve no local e constatou não haver nenhuma situação de risco por lá.
A mesma equipe também entrou em contato com o engenheiro responsável pela estrutura do prédio, que informou ser antiga a foto que estava sendo compartilhada.

Irresponsabilidade
O colunista vai morrer e não vai entender o que leva alguém a brincar com esse tipo de coisa, e se achar esperto por isso.
E se em escala local, onde é tão fácil confirmar ou derrubar uma informação, a gente sai compartilhando sem verificar se o fato é verídico, imagine o que acontece em escala nacional, onde qualquer foto antiga ou fora de contexto pode ser usada para dar sustentação a histórias, narrativas ou estatísticas inventadas, a serviço de estruturas de manipulação e direcionamento?

Urgente
A coluna continua recebendo mensagens a respeito do drama vivido por grande parte da população friburguense, enquanto aguarda pela retomada dos exames laboratoriais em nossa rede municipal de saúde pública.
A coluna toma a liberdade de reproduzir trecho de uma mensagem recebida, por  considera-la representativa das demais, e com o intuito de sensibilizar a Secretaria Municipal de Saúde e todos os envolvidos, no sentido de unir forças em torno de uma solução rápida e apropriada para o problema.

Aspas
“Minha esposa está com exames caríssimos atrasados há dois meses e, infelizmente, não nos resta outra opção além de cotizar parentes para efetuar esses exames. É uma lástima.”
O espaço na coluna está aberto para ajudar no que for possível.