Limites

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Para pensar:

“Honra e interesse não cabem no mesmo saco.”

George Herbert

Para refletir:

“A vida não se trata de encontrar-se a si mesmo, mas de criar-se.”

George Bernard Shaw

Limites

Num ambiente de jornalismo responsável, regido pela ética profissional, pelo respeito às fontes e à precisão na apuração, o limite imposto por tais parâmetros será, quase sempre, anterior àqueles estabelecidos pelo que se entende como verdade.

Na prática, isso significa dizer que o jornalista jamais, ou muito raramente, irá publicar tudo o que sabe a respeito de determinado assunto, levando em conta que certas informações não sejam cruciais para a narrativa e eventualmente poderiam causar riscos ou prejuízos colaterais desnecessários.

Regras do jogo

A coluna sente especialmente esses limites, dado seu compromisso de respeitar embargos, sua inflexibilidade quanto à preservação das fontes, e também a enormidade de vezes com as quais se depara com relatos em off, vindos de pessoas que certamente sofreriam represálias se suas palavras fossem publicadas integralmente.

Da mesma forma, aqui não se recorre a câmeras ou gravadores escondidos, nem tampouco se finge ser quem não é para obter qualquer informação.

É o preço que se paga pela ética, e o pagamos com prazer.

Em espera

Já faz algum tempo, no entanto, em que a distância entre aquilo que se sabe e aquilo que se publica por aqui vem aumentando exponencialmente.

Investigações por vezes levam tempo, e a coluna entende que já fez sua parte ao denunciar diversas situações ocorridas em nossa cidade que já deveriam ter rendido sérias repercussões judiciais aos responsáveis.

E se o preço para que a justiça seja feita é guardar silêncio temporário sobre certos assuntos, então a coluna fará sua parte para que não prevaleça a impunidade.

Questão de tempo

Logo, o colunista acredita, tudo fará sentido e ficará devidamente explicado.

Até lá, no entanto, os leitores merecem ao menos algumas pistas do tanto que se passa atualmente na aparente calmaria de nossos bastidores.

Com calma, no futuro, quem sabe a coluna pense em alguma forma de estabelecer esse canal de informação...

Mera coincidência

A historinha a seguir, portanto, não tem absolutamente nada a ver com o que acabamos de dizer, de tal modo que qualquer semelhança deverá ser tratada como mera coincidência.

Fontes internacionais desta coluna asseguram ter sido descoberto recentemente um manuscrito jamais publicado pelos Irmãos Jacob e Wilhelm Grimm de uma história trágica envolvendo Branca de Neve e os sete anões.

A primeira interpretação de estudiosos que tiveram contato com o material é a de que ele se trataria de um esboço posteriormente rejeitado para a fábula que todos conhecemos.

Acordo

De acordo com esta versão aparentemente abandonada, vejam só, Branca de Neve e os sete anões não seriam antagonistas da rainha má, mas apenas desempenhariam diferentes papéis num acordo que envolvia o fluxo indevido de maçãs.

Muitas maçãs.

Milhares delas, retiradas de um pomar público mantido para finalidades específicas.

Protagonistas

Bom, o fato é que alguns caçadores descobriram a irregularidade, e isso gerou consequências que a coluna prefere não antecipar para não dar spoilers.

Afinal, existe a perspectiva de que essa história venha a ser publicada muito em breve, e não queremos esvaziar o interesse por ela.

Por ora, parece oportuno apenas olhar com atenção para o perfil dos personagens, todos eles concebidos com camadas muito interessantes.

A coluna pretende falar sobre cada um deles nas próximas edições.

Mestre

Começando, claro, pelo Mestre, na história em questão o anão hierarquicamente superior, não era exatamente a representação da autoridade justa e respeitada, mas sim um personagem dúbio, de grande contradição entre a fachada brincalhona, um tanto sonsa e escorregadia, sempre disposta a dizer aquilo que se quer ouvir, escondendo posturas permissivas que, em última análise, faziam dele um personagem muito mais conveniente ao sistema do que propriamente merecedor do posto que ocupava.

Próximos capítulos

A descrição dos personagens continua na edição de quinta-feira, 17, sempre enfatizando que qualquer semelhança com representações reais não passa de mera coincidência.

Desafio

Seguindo a linha dos desafios mais recentes, a coluna publica novamente um detalhe arquitetônico de uma construção icônica de nossa cidade, clicado pela querida Regina Lo Bianco.

E então, quem é capaz de identificar onde esta imagem foi feita?

Boa sorte a todos!

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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