Giuseppe Massimo - 27 de janeiro 2011

No centro da cidade, se é que o termo correto é este, já se percebe uma situação de normalidade.

Quem circula apenas pelas ruas centrais, porém, não tem ideia da destruição que persiste na periferia.

Ontem o colunista fez um tour pelas adjacências do município, sobretudo pela região de Conselheiro Paulino e, se é que o termo correto é este, ficou ainda mais estarrecido com a situação dos friburguenses.

A cada canto a sensação é a mesma: de bombardeio, de tsunami, sei lá, de total destruição.

O registro fotográfico é apenas um pingo no oceano.

PARA PENSAR:

“O homem é antecedido pela floresta e sucedido pelo deserto”

Pichação francesa

PARA REFLETIR:

“Quando um homem mata um tigre chamam de esporte; quando um tigre mata um homem chamam de ferocidade”

George Bernard Shaw

Nova FRIBURGO DIZIMADA

O fornecimento de energia elétrica e água em imóveis interditados ou considerados em áreas de risco não será religado.

É ordem da Defesa Civil às concessionárias.

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A Defesa Civil já catalogou cerca de três mil pedidos de vistorias de imóveis.

As equipes de técnicos e engenheiros estão se desdobrando para atender ao máximo de vistoria por dia, mas, sabe-se, não há uma varinha de condão que possa dar uma solução imediata para tanta demanda.

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Muitos imóveis que aguardam vistoria das equipes da Defesa Civil ainda não tiveram o fornecimento de energia elétrica e água restabelecidos.

Para o cidadão, que está há mais de 15 dias nesta situação, aguardando a visita da sobrecarregada Defesa Civil para autorizar as concessionárias a restabelecerem os serviços essenciais, não há como tirar a razão: se sente diante do maior problema do mundo.

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A Cristina Ziede, no Centro, como se sabe, foi uma das ruas friburguenses dizimadas na tragédia do dia 12.

Ali, naquele exato local, um conhecido morador da rua já tinha dado, no início de janeiro, a palavra de venda ao comprador de um imóvel por R$ 750 mil, e o negócio seria efetivado até dia 31.

Veio a devastação climática, que aniquilou o imóvel e, mais triste, matou o proprietário.

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Outro detalhe sobre a narrativa acima: o neto do referido proprietário, que estava com ele no imóvel, sobreviveu.

É que, alguns segundos antes da tragédia o avô pedira ao neto para pegar um par de botas no único cômodo da casa que não ruiu.

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O ex-prefeito Paulo Azevedo, uma das centenas de vítimas fatais da devastação climática do dia 12, se estivesse na casa principal do seu sítio, em Campo do Coelho, não teria morrido.

A barreira fatal derrubou uma casinha anexa, modesta, onde o ex-prefeito mais gostava de ficar.

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O filho do ex-prefeito Paulo Azevedo, que num primeiro momento ventilou-se que teria morrido na tragédia, sobreviveu graças a uma ligação telefônica de uma familiar, que no outro extremo da cidade pedia ajuda.

O rapaz pediu o carro do pai e saiu do sítio pouco antes da barreira ter destruído a casa onde estava, ao lado de Paulo Azevedo.

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A mãe de um juiz de Direito, pouco antes da tragédia climática, procurava um imóvel para alugar no bairro Vilage.

Gostou de uma casa bonita no bairro, mas acabou optando por um apartamento nas proximidades, na Euterpe Friburguense.

A casa preterida desabou. Morreram todos os seus ocupantes.

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No Alto das Braunes, na Estrada Velha do Amparo, um casalzinho de idosos morreu soterrado por uma barreira.

O filho do casal, que morava na parte de cima, na hora da tempestade evitou que mais gente tivesse morrido: os inquilinos, que habitavam os fundos do imóvel, foram abrigados por ele em sua residência e escaparam do pior.

Já os pais preferiram não subir para o andar de cima e...