Giuseppe Massimo - 25 de fevereiro 2011

domingo, 31 de julho de 2011
Foto de capa

A grande mídia foi embora e a tragédia climática de janeiro já não tem mais espaço no noticiário nacional.

Para os muitos friburguenses que ainda não foram aos locais afetados - e são muitos - há uma sensação de que a vida está voltando à normalidade na cidade. Falsa sensação, diga-se.

A realidade é dura para quem mora (ou morava) em Conselheiro Paulino, Córrego Dantas, Campo do Coelho etc., onde os trabalhos emergenciais ainda estão longe, muito longe de serem encerrados, quanto mais o trabalho de reconstrução.

Para exemplificar, vejam só este flagrante fotográfico feito ontem, 24, na populosa Avenida dos Ferroviários.

A sensação, esta sim, verdadeira, é que a tragédia climática foi ontem... Até porque, o quadro real e atual é o mesmo de 12 de janeiro. Uma cidade dizimada!

PARA PENSAR:

“Abraço e punhalada a gente só dá em quem está perto”

Otto Lara Resende

PARA REFLETIR:

“A vergonha de reconhecer o primeiro erro leva a cometer muitos outros”

Jean de La Fontaine

BARRACO SOCIAL

O clima ficou pesado ontem, 24, na Secretaria Municipal de Assistência Social.

Fazendo trocadilho, o tempo fechou literalmente.

O barraco foi provocado por um grupo de pessoas que não conseguiu receber o sonhado aluguel social.

O bicho pegou de verdade!

BARRACO SOCIAL

Um funcionário do baixo escalão da Secretaria de Assistência Social, sem ter nada a ver com o assunto aluguel social - cujo tema foi alvo de protestos ontem na entidade municipal - foi peitado na porta pelos manifestantes.

O pobre coitado, encurralado pela multidão, implorou para não ser agredido no pé.

É que estava com uma gota daquelas brabas num dos membros inferiores.

Inclusive, para quem não sabe, gota dói mais do que um soco na cara, entende?

PASSADO E PRESENTE

O Centro de Documentação D. João VI, o Pró-Memória friburguense, está fazendo um belo trabalho de digitalização de jornais antigos da cidade, cujas páginas estão sendo hospedadas no site da Fundação Biblioteca Nacional.

É lógico que o trabalho, digamos, está apenas na fase inicial, com a disponibilização de edições lá dos idos de mil novecentos e Aracy de Almeida.

O curioso ao consultar os jornais antigos são as notícias políticas em ebulição na época: acreditem, a contestação sobre a legalidade do mandato do prefeito.

Ou seja, mais ou menos o mesmo que está acontecendo agora, em 2011.

Quer viajar na história? Acesse http://www.bn.br/portal/index.jsp?nu_pagina=113

VOLTA ÀS AULAS

Na última segunda-feira, 21, 42 escolas e 14 creches municipais iniciaram o ano letivo atendendo 7,5 mil alunos.

A expectativa da Secretaria de Educação é que, na próxima segunda-feira, 28, mais 30 escolas e 14 creches possam atender mais 7,8 mil alunos matriculados na rede.

Se tudo correr dentro do pretendido, de acordo com o noticiado acima, dois terços da rede local estarão normalizados.

VOLTA ÀS AULAS

Não vamos marretar ainda, mas também não dá para tapar o sol com a peneira.

Várias escolas municipais e creches que já retomaram as aulas esta semana estão atendendo precariamente.

Principalmente pela falta de professores, auxiliares de creches, merendeiras etc. e tal.

Aliás, a Secretaria de Educação reconhece existir a carência de profissionais nas escolas municipais, fato que, segundo explicações, está na dependência da solução definitiva do concurso de 1999 e de burocracias no de 2007.

VOLTA ÀS AULAS

A Secretaria Municipal de Educação já providenciou um relatório sobre a carência de profissionais na rede municipal.

Segundo os estudos, faltam 241 professores, 200 auxiliares de creches, 70 merendeiras, 70 inspetores de alunos, 60 auxiliares administrativos, 50 auxiliares de serviços gerais etc. etc..

Frisando que o problema, ou parte desse problema, depende da solução administrativa dos concursos de 1999 e 2007.

FLORES E ERVAS DANINHAS

Em qualquer setor profissional há os bons (maioria) e os oportunistas.

Os bons não devem desanimar nunca.

Nem mesmo diante da desprezível ação da minoria, que se aproveita da situação de calamidade pública nas cidades serranas devastadas pela tragédia climática.

Um dia, temos fé, terão que acertar contas, entende?

QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

O vereador Renato Abi-Râmia, médico conceituadíssimo na cidade, protocolou na Câmara um pedido de informações à prefeitura sobre o número de salões de beleza de Nova Friburgo.

O pedido não é fútil, estético, ou coisa sem nexo.

Muito pelo contrário: trata-se de informações para dar amparo à própria inspeção sanitária.

É que muitos salões clandestinos, além de não estarem aptos para funcionar legalmente, ainda prestam um mau serviço à população.

Por exemplo, usando formol e outros produtos proibidos para atender vaidades pessoais do momento e que podem provocar graves problemas de saúde.

Aliás, o pleito do vereador tem o aval dos estabelecimentos legalizados e preocupados com o bem-estar dos clientes.

SALÁRIO DE FOME

Durante a votação do salário mínimo no Senado, na quarta-feira, 23, o ex-presidente e atual senador Itamar Franco (PPS) trocou farpas com o senador Romero Jucá (PMDB) e com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB).

Itamar disse que uma família brasileira não tem condições de viver com o valor sugerido pelo governo.

E relembrou o ex-presidente da ditadura, João Figueiredo.

“Uma vez perguntaram para um presidente o que faria com um salário mínimo, sabe o que ele respondeu? Daria um tiro na cabeça”.

Tomara que o cidadão que ganha o salário de fome não leve ao pé da letra tal diálogo, entende?

PONTO FINAL

Qual a semelhança entre o atual sentimento tricolor e botafoguense e o trabalhador que receberá o salário mínimo de R$ 545?

Todos esperavam mais, bem mais, né não?

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Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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