Colunas
Giuseppe Massimo - 22 de janeiro de 2011
SÍMBOLO DA SOLIDARIEDADE
O que não falta é solidariedade e gentileza das pessoas diante da tragédia.
Entre centenas e milhares de fotografias da tragédia friburguense, reparem só, no detalhe: a cidade mergulhou na lama e seu povo afundou junto. Mas, reparem também, há sempre mãos amigas ao alcance.
Aliás, a ponte da solidariedade está mais firme e forte do que nunca.
PARA PENSAR:
“A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável”
Kathleen Norris
PARA REFLETIR:
“Quando eu ouço alguém suspirar, “A vida é dura”, eu sempre sou tentado a perguntar, “Comparado a que?”
Sydney J. Harris
FRIBURGO DIZIMADA
O número de mortos na tragédia climática do dia 12 aqui, em Nova Friburgo, é algo sem precedentes na história do município, do estado e do país.
Nesta sexta-feira, 22, já haviam sido confirmados mais de 365 óbitos.
Em outras palavras é como se morresse uma pessoa por dia durante os 365 dias do ano vítimas de soterramentos.
Se a conta for em todos os municípios serranos, a estatística dobra.
FRIBURGO DIZIMADA
A tragédia climática em Nova Friburgo matou como nunca aqui, na serra.
As histórias de dor e tristeza, com certeza, vão ficar marcadas para sempre.
Existe todo o tipo de drama: por exemplo, pais que perderam filhos e filhos que perderam pais.
E muito deles ainda não sabem ainda que os entes queridos se foram para sempre.
FRIBURGO DIZIMADA
Centenas de pessoas perderam a vida, dezenas estão desaparecidas ainda, e um número incontável de pessoas perderam parcialmente ou totalmente todos os seus bens materiais.
É uma tragédia em cima de outra tragédia.
FRIBURGO DIZIMADA
Quem poderia imaginar que a minha, a sua, a nossa Nova Friburgo ficaria conhecida nacionalmente e mundialmente como uma das cidades onde ocorreu a maior tragédia climática do Brasil e uma das dez maiores do planeta onde ocorreu o maior número de vítimas fatais e destruição provocadas por deslizamentos de terra?
FRIBURGO DIZIMADA
Era mais fácil acertar sozinho na loteria do que acertar um prognóstico sobre a destruição ocorrida aqui, em Nova Friburgo.
Quem, por exemplo, imaginaria que a Auto Way, ali na rua do posto Caçulinha, seria aniquilada por uma avalanche de terra?
Quem também, por exemplo, apostaria que o ex-prefeito Paulo Azevedo morreria soterrado dentro de sua fortaleza em Campo do Coelho?
Quem? quem?
FRIBURGO DIZIMADA
A tragédia climática do dia 12 aqui, na cidade, não foi uma tromba d´água ou uma enchente qualquer.
Tem muita gente na rua, certa ou não, falando em coisas tipo abalo sísmico.
FRIBURGO DIZIMADA
Vejam só: em 2007, nas chuvas daquele ano, a Defesa Civil interditou uma casa no Jardim Califónia.
Reitero: uma única casa no bairro, segundo os técnicos, estava condenada e foi interditada.
Pois bem, no último dia 12 foi a única da vizinhança a permanecer de pé.
As outras foram literalmente abaixo.
FRIBURGO DIZIMADA
A Defesa Civil está mapeando a distribuição das vítimas fatais ocorridas dia 12, aqui, no município.
O estudo detalhado deve ficar pronto neste fim de semana.
Mas, de antemão, já se sabe que a maior parte dos óbitos estão nos distritos de Conselheiro Paulino e Campo do Coelho.
Individualmente, o Córrego Dantas aparentemente é o bairro com a maior quantidade de mortos.
FRIBURGO DIZIMADA
Outra tragédia, pressente-se, está a caminho.
Ou melhor, duas novas tragédias.
Uma advinda das doenças e outra da grande depressão da população.
FRIBURGO DIZIMADA
Antes da tragédia do dia 12 um dos assuntos mais polêmicos aqui, na cidade, era a interdição do Instituto Médico Legal (IML).
Lembre-se: os mortos daqui eram levados para serem necropsiados em Teresópolis.
Agora, depois do leite derramado, as partes chegaram a um bom termo para retomada das obras do IML, ao lado do 11º BPM, em Duas Pedras.
Acredita-se que a obra possa estar concluída em oito meses.
FRIBURGO DIZIMADA
Um dos momentos mais marcantes desta espetacular corrente de solidariedade aqui, no município, foi quando um grupo de socorristas chegou no Alto do Floresta - uma das áreas mais atingidas - e foi recebida pelas crianças de lá que cantaram o Hino Nacional.
Sem palavras para descrever
Massimo
Massimo
Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário