Giuseppe Massimo - 13/12/2013

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Marcella Vogas 
por Lúcio Cesar Pereira
Marcella Vogas por Lúcio Cesar Pereira

MARATONA LEGISLATIVA (1)

A Câmara de Vereadores teve a mais longa sessão do ano na última quarta-feira. Iniciada por volta das 15h30, só terminou à 0h30 do dia seguinte. Nove horas ininterruptas de sessão com discussões muito acaloradas.


MARATONA LEGISLATIVA (2)

Os vereadores só foram para suas respectivas casas para dormir — e voltaram ao plenário por volta das 9h30, para discutir a Lei do Orçamento 2014, e participar de mais três sessões extraordinárias.


ORÇAMENTO (1)

A LOA (Lei Orçamentária Anual) e as matérias das extraordinárias foram todas aprovadas por unanimidade. O clima de paz da manhã de ontem em nada lembrou a declarada guerra do dia anterior, quarta-feira. A saber, a pauta das extraordinárias: (PPA) Plano Plurianual, gratificações por mérito para os profissionais de odontologia da Estratégia de Saúde da Família e gratificações por méritos para os profissionais da saúde da família, em geral. As duas últimas com recursos federais do Plano de Incentivos.


ORÇAMENTO (2)

A LOA e o PPA receberam 37 emendas de vereadores após as audiências públicas realizadas pela Comissão de Finanças e Orçamento presididas pelo vereador Marcelo Verly. As emendas foram aprovadas junto com o projeto original do executivo.


GUERRA LEGISLATIVA

Voltando à guerra de quarta, a Reforma Administrativa foi, digamos, moleza, comparada à batalha travada entre situação e oposição em relação ao projeto do prefeito Rogério Cabral sobre Organizações Sociais (OS) na saúde. O prefeito substituiu o projeto inicial que previa a qualificação de OS para toda a saúde — excetuando na nova os hospitais Raul Sertã, Maternindade e Estratégia da Família.


LICITAÇÃO

A Câmara rejeitou emenda apresentada pela bancada de oposição que exigia a realização de licitação antes de contratar a OS. 

Baseado em parecer da CCJ que vislumbrou choque entre lei de licitação (8.666/93) e exigência pretendida pelos vereadores da oposição.

A citada Lei de Licitação apenas faculta que o procedimento seja dispensado, não havendo impedimento para que os vereadores exigissem a licitação. 

No limite da negociação, os vereadores da oposição queriam que as OS se limitassem às UPAs de Conselheiro e Olaria (futura). 

Mas a bancada da situação bateu pé e definiu que as OS vão servir para as UPAs e também para a contratação de médicos, esses últimos para toda a rede de saúde pública municipal.

 

ALGUMA COISA

Aprovada emenda que exige que as OS mantenham escritório na cidade e call center 24 horas. Também aprovada emenda que exige prestação de contas no site da Prefeitura.


RESUMO DA ÓPERA

O projeto da OS na saúde foi protocolado na segunda, 9. Após grande mobilização dos profissionais de saúde, nas redes sociais e de vereadores tanto da base como de oposição o prefeito Rogério Cabral cedeu e mandou um substitutivo tirando do plano os hospitais Raul Sertã e Maternidade. A Câmara mudou o projeto permitindo OS na UPA e para contratação de médicos para a rede. Agora, o governo municipal tem essa autorização. Valores e demais questões só o tempo vai dizer.


ARGUMENTOS (1)

Para a oposição, a medida não obedece aos interesses da população e dos funcionários da saúde. Na voz desses parlamentares, a carência de profissionais seria melhor resolvida através de concurso e da criação do plano de carreira, investindo o dinheiro da OS diretamente com os servidores do setor.


ARGUMENTOS (2)

Já os governistas bateram na tecla da carência de profissionais, afirmando que a crise é tão grande que qualquer contratação será bem-vinda. Suas principais vozes disseram que votarão igualmente a favor de contratações por outras vias, caso projetos assim sejam apresentados.

 

FISCALIZAÇÃO

Confirmando as expectativas, as OS foram aprovadas por 14 votos contra 7 da oposição. Cabe, agora, observar atentamente a evolução dos fatos para garantir que a agilidade na contratação de profissionais não repita, em Nova Friburgo, alguns exemplos que vêm sendo mostrados pela mídia, especialmente em São Paulo e na Bahia, onde o sistema terminou por elevar custos e abrir portas para a corrupção. 


E AGORA?

Há quem diga que o Conselho Municipal de Saúde está revoltado porque não foi ouvido sobre a questão. Argumentam que toda a mudança de estrutura na saúde pública tem que passar pela deliberação do Conselho que tem poder de veto. Há vereadores que têm dúvidas quanto à lei. 

Vamos aguardar... 


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