Giuseppe Massimo - 13/11/2013

A audiência pública na noite de segunda-feira, na Câmara Municipal, voltada a discutir a elaboração do Plano de Mobilidade Pública de Nova Friburgo, foi um grande sucesso, com marcante presença de autoridades e representantes da sociedade civil.

Todos em torno de buscar soluções para um problema que de fato só tende a se agravar nos próximos anos. 

Pelo menos até o momento em que Lindbergh Farias e Glauber Braga tiveram que se retirar por compromissos de viagem, a audiência pública transcorreu muito bem. 

Mas, a partir daquele momento, o plenário foi palco de animadas conversas e muita tietagem, tornando impossível escutar os discursos dos presidentes da Câmara e do Codenf. 

Situação deveras constrangedora, que gerou mal-estar entre os que continuaram discutindo caminhos para a elaboração do documento.

Importa registrar também que mais da metade dos presentes deixou a casa a essa altura, ignorando a importância do debate aberto à população a respeito de um dos problemas mais graves do município na atualidade.

Rolou um bate-boca entre o presidente da OAB local, Rômulo Colly, e a vereadora Vanderléia Pereira Lima. 

A vereadora afirmou que houve participação popular nas audiências do Orçamento, retrucando a fala do presidente da OAB, que pouco antes havia dito, em outras palavras, que a população não participa mais de certos conselhos porque estes também não são ouvidos, ou quando são ouvidos, efetivamente nada acontece. 

O chamado bolo pronto na linguagem popular.

 

O clima esquentou após algumas trocas de farpas, que culminaram na fala da vereadora para que Rômulo Colly Filho desse alguns conselhos ao Rômulo pai, que é procurador na Prefeitura. 

Enfático, o filho disse que a vereadora havia entendido errado e que seu pai tem função jurídica na Prefeitura, e não política.

 

Convenhamos que ambos acabam tendo razão. 

A vereadora sobre a participação popular nas audiências do Orçamento, e Rômulo Colly quando diz que pouco do que a comunidade fala efetivamente se torna realidade e as decisões acabam ficando dentro dos gabinetes.

 

Outro momento tenso foi a resposta do superintendente da Autran, coronel Hudson de Aguiar Miranda, às críticas a ele dirigidas pelo vereador Gabriel Mafort. 

O petista cobrou pintura de faixa nos quebra-molas do Califórnia. 

Hudson retrucou dizendo que estava com saudade do vereador fazendo pedidos em seu gabinete, e ironizou: "Não sei usar brocha, mas qualquer coisa eu te empresto uma e o senhor pinta. O senhor sabe usar brocha?”. 

A ironia levou alguns presentes às gargalhadas, mas a cutucada foi sentida.

 

 De objetivo a audiência teve a garantia de recursos federais para o estudo técnico do Plano de Mobilidade Urbana, comissão interna da Câmara para tratar do assunto, comissão esta que tocará junto ao Conselho de Trânsito (que precisa ser implementado) as ações para garantia de participação da população, a fim de que se construa um Plano de Mobilidade técnico, mas também participativo.     

 

Apesar de ainda não haver anúncio oficial, o senador Lindbergh não deixou de comentar a iminente candidatura ao governo do estado. 

Lembrado de que seu 1º suplente é friburguense — o empresário e ex-deputado estadual Olney Botelho —, Lindbergh foi perguntado sobre a possibilidade de assumir o governo estadual a partir de 2015.

E sua resposta foi: "Se Deus quiser, ele será senador muito em breve”.

Aliás, Olney não foi visto em nenhum dos compromissos de Lindbergh em Nova Friburgo. 

Resta saber se ele não estava na cidade.

A ausência foi sentida. E comentada.

Em tempo: além da óbvia relevância prática, o Plano de Mobilidade Urbana também cumpre uma determinação do governo federal. 

A Lei 12.587, sancionada pela presidência da República em janeiro de 2012, exige a elaboração até 2 de janeiro de 2015 de Planos de Mobilidade Urbana (PMU) para todos os municípios com mais de 20 mil habitantes. 

A apresentação do PMU será obrigatória para captação de recursos direcionados a obras de infraestrutura de transporte e mobilidade junto ao governo federal.