Giuseppe Massimo - 13 de janeiro 2012

PROTESTO POPULAR

Todo o gradil das Avenidas Comte Bittencourt e Galdino do Valle Filho amanheceram neste dia 12 com tiras de plásticos pretos, inclusive, as pontes.

Luto pela passagem da tragédia de 2011.

E, óbvio, um “grito” pela reconstrução.

PARA PENSAR:

“O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia”

Robert Collier

PARA REFLETIR:

“Os primeiros 90% de uma tarefa demora 90% de tempo a executar. Os restantes 10% demora outros 90%”

Parachoque de caminhão

RECONSTRUÇÃO SERRANA (1)

O 12 de janeiro em Nova Friburgo foi de várias manifestações e homenagens.

E, enfim, de uma luz no fim do túnel.

O governo estadual, muito criticado pela inércia, deu início aos trabalhos de construção de casas populares e autorizou a dragagem imediata do Rio Córrego Dantas.

Além disso, também ratificou que iniciará muito em breve a reconstrução de várias pontes e de mais algumas encostas destruídas no evento climático de 2011.

RECONSTRUÇÃO SERRANA (2)

O vice-governador Luiz Fernando Pezão e uns cinco ou seis secretários estaduais estiveram ontem, 12, aqui, em Nova Friburgo.

Pezão participou da homenagem aos bombeiros, eternos heróis, e depois foi à estrada de Conselheiro/Riograndina para uma solenidade pública que marcou os trabalhos de construção das unidades habitacionais.

Ele destacou que a demora para o início das obras deveu-se a dificuldade para encontrar um local seguro para a construção das casas.

RECONSTRUÇÃO SERRANA (3)

O terreno desapropriado para a construção das unidades habitacionais no Caminho do Céu só dá para 1.500 apartamentos.

As outras 666 unidades anunciadas ainda dependem da desapropriação de outro terreno nas adjacências.

ALIÁS...

A empresa responsável pela construção dos imóveis populares, a Odebrecht, errou o caminho de casa.

Na noite de quarta-feira, 11, invadiu o terreno vizinho ao que foi desapropriado para a construção dos imóveis.

O proprietário colocou a turma para correr.

Só que o terreno invadido equivocadamente é o que será em breve desapropriado para as demais unidades habitacionais.

RECONSTRUÇÃO SERRANA (4)

Além das 2.166 unidades, o governo estadual negocia a compra de aproximadamente 800 apartamentos de uma empresa friburguense, a Frienge, para distribuí-los para os desabrigados e desalojados da tragédia de 2011.

Cerca de 100 apartamentos já estão quase prontos.

Os demais, em vias de serem construídos.

Todas as unidades em Conselheiro Paulino.

RECONSTRUÇÃO SERRNA (5)

Enfim, o governo estadual começou a cumprir a promessa de construir as casas populares.

A Prefeitura também anuncia que, mesmo modestamente, também entregará um teto para as vítimas do evento climático.

O prefeito Sérgio Xavier disse ontem, 12, que em 90 dias espera entregar 56 unidades habitacionais no Parque das Flores, na região de Conselheiro—construídas com recursos do SOS Nova Friburgo.

Além disso, afirmou que, com recursos próprios do município, pretende concluir cerca de 50 casas populares na Granja Spinelli, cujas obras foram iniciadas após as chuvas de 2007.

RECONSTRUÇÃO SERRANA (6)

Os órgãos ambientais do estado estão sob intensa chuva de críticas por supostamente estarem atrasando a emissão de licenças ambientais.

O secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Inea, Marilene Ramos, visitaram Nova Friburgo ontem, 12, e se defenderam das acusações.

Os dois disseram que a licença para as casas populares foi liberada em uma semana.

Lógico, depois de um ano da tragédia.

RECONSTRUÇÃO SERRANA (7)

Minc e Marilene emitiram ontem ordem de serviço de R$ 44 milhões para a dragagem e contenção do Rio Córrego Dantas, cujos serviços serão iniciados imediatamente.

Cerca de 60 famílias ribeirinhas do Córrego Dantas terão seus imóveis demolidos.

E, boa notícia, as famílias terão direito a ressarcimento dos imóveis.

IMBRÓGLIO POLÍTICO (1)

O vice-governador Pezão disse ontem, 12, que a classe política friburguense precisa encontrar um norte.

Segundo ele, além da dificuldade para encontrar terrenos seguros para a construção das habitações populares, as brigas e indefinições políticas no município atravancam a reconstrução serrana.

IMBRÓGLIO POLÍTICO (2)

O deputado federal Glauber Braga, digamos, foi para o tudo ou nada com o governo estadual.

Na solenidade de lançamento das casas populares aqui, em Nova Friburgo, o parlamentar socialista cobrou publicamente que o Estado—que recebeu repasse da União—resolva o problema da reconstrução de escolas públicas e estenda o benefício do aluguel social para famílias friburguenses.

A cobrança criou um mal-estar político.

Pezão que já havia discursado voltou ao microfone e respondeu em tom áspero.

SEGUE...

O vice-governador em resposta a Glauber disse que, embora o Estado já esteja com o dinheiro em caixa, encontra dificuldade para encontrar locais seguros para construir escolas para substituir as que foram destruídas em 2011. E, digamos, em tom irônico pediu auxílio ao deputado para encontrar áreas seguras.

Com relação ao aluguel social, disse que é responsabilidade da secretaria municipal de Assistência Social apontar a real demanda para que o imbróglio seja resolvido.

CHUVA NA HORTA

Vários prefeitos do Centro-Norte Fluminense estiveram ontem em Nova Friburgo.

Vieram prestigiar, óbvio, a visita das autoridades estaduais.

O colunista, que fazia a cobertura da solenidade de lançamento das casas populares, flagrou o seguinte diálogo entre dois destes chefes municipais.

“Fulano (o nome não vou dizer, claro), você tem maioria na Câmara?”, indagou.

O outro respondeu: “Está difícil, mas tenho sim!”.

O fulano voltou a insistir: “Lá na minha cidade está difícil. O pessoal está pedindo para eu ‘molhar’ a Câmara, mas não sei se vou fazer não”, disse.

Cá pra nós, esse prefeito fulano é maluco, doido ou idiota?

Até porque, mesmo com toda a chuva na Região Serrana não dá para ser tão ingênuo, entende?

PONTO FINAL

Amanhã, 14, faz um ano que aconteceu aquele boato sobre o rompimento da barragem aqui, em Nova Friburgo, lembram-se?