Giuseppe Massimo - 12 de janeiro 2012

PARA PENSAR:

“As ações do homem são o álbum de retratos das suas crenças”

Ralph Emerson

PARA REFLETIR:

“Um homem que tem de ser convencido a agir, antes de agir, não é um homem de ação”

Georges Clemenceau

HÁ UM ANO...

Há exatamente um ano, Nova Friburgo amanhecia debaixo de água, lama e escombros.

No fatídico 12 de janeiro de 2011, diante das cenas dantescas, era possível imaginar o pior.

Os dias se passaram e, em meio ao caos, os números não deixaram dúvidas de que a Região Serrana sofreu a pior catástrofe climática do Brasil e a oitava, em termos de deslizamentos, do mundo.

Mortos, desaparecidos e prejuízos imensuráveis criaram o cenário desta triste página da história de Nova Friburgo.

AJUDA HUMANITÁRIA

Na mesma proporção da destruição, Nova Friburgo viveu dias de solidariedade.

Foi de emocionar.

Muito obrigado a quem participou desta gigantesca corrente de ajuda ao próximo.

RECONSTRUÇÃO

A palavra de ordem em Nova Friburgo, após a tragédia climática, foi reconstrução.

Os governos estadual e federal fizeram uma série de promessas.

Destas, transcorrido um ano, podemos dizer que boa parte das ações de limpeza foram feitas, estradas foram reabertas, serviços básicos vieram em seguida, assim como foram cumpridas a liberação do FGTS, ajuda emergencial do BNDES, recursos extras para a saúde, apoio aos agricultores, ampliação do seguro-desemprego, recuperação das escolas e o início da recuperação de oito das centenas de encostas, entre outras ações, até chegar a instalação das sirenes em áreas de risco.

SÓ PROMESSAS

Nunca na história deste município—em dimensão de tragédia e solidariedade—se viu tantas promessas de reconstrução.

A maioria delas, infelizmente, continua em aberto.

Desta forma, a percepção da população é que pouco foi feito em termos de reconstrução e, claro, de ações preventivas para evitar novas tragédias.

VAMOS RECORDAR

Entre as promessas do poder público não cumpridas, a lista é extensa.

A saber: recuperação da grande maioria das pequenas, médias e grandes encostas; recuperação de pontes; construção das casas populares; drenagem das ruas; dragagem dos rios; ressarcimento dos imóveis destruídos; desocupação das áreas de risco; ampliação do aluguel social; parque fluvial no Córrego Dantas; implantação do Samu; criação do polo universitário na Fábrica Ypu; instalação do hospital do câncer; construção da Estrada do Contorno; novas escolas e creches para substituir as destruídas; segunda etapa do socorro do BNDES aos empresários; ajuda do Banco Mundial; redução dos impostos para instalação de novas empresas, entre outras tantas.

CASAS POPULARES

A Justiça friburguense autorizou nesta terça-feira, 10, a desapropriação de terreno de 172 mil metros quadrados onde serão construídas as habitações populares para os desabrigados e desalojados na tragédia climática em Nova Friburgo.

O terreno situado na Trilha do Céu custará cerca de R$ 1 milhão aos cofres do governo estadual.

SEGUE...

Os governos estadual e federal prometeram, logo após a tragédia climática, construir 3.500 casas populares em Nova Friburgo.

Recentemente, este número foi reduzido para 2.200 unidades.

O problema é que, no terreno da Trilha do Céu (o único definido até agora), só cabem 1.500 imóveis.

NO MAIS...

O colunista não é bom de conta, mas dá para perceber que o número de casas populares a serem construídas em Nova Friburgo será insuficiente para atender à grande demanda.

A título de comparação, vale lembrar que, atualmente, 2.600 famílias cadastradas no aluguel social estão na lista de espera para receber um imóvel na Trilha do Céu.

E que outras duas mil famílias aguardam o benefício do aluguel social e também sonham com um teto próprio para morar.

MAIS SEIS MESES

A tragédia climática completa um ano.

O estado de calamidade do município foi prorrogado por mais seis meses.

Vale até 1º de julho.

ATO ECUMÊNICO

Hoje, às 9h, acontece ato ecumênico para lembrar o primeiro ano da tragédia climática em Nova Friburgo.

Na Praça Dermeval Barbosa Moreira.

OBITUÁRIO

O apresentador do programa Botequim do Samba, Francisco Garcia, o Chiquinho, morreu nesta terça-feira, 10, vítima de enfarto.

Que Deus o tenha.

Ponto final

O que você, cidadão friburguense, fez de concreto para ajudar a construir uma nova Nova Friburgo?