Colunas
Giuseppe Massimo - 12 de abril 2011
Hoje, 12, fazem exatos três meses que Nova Friburgo e outros seis municípios da Região Serrana foram devastados pela tragédia climática. Aqui, no município, 428 pessoas perderam a vida e outros 85 continuam desaparecidos. Os prejuízos materiais públicos e privados foram incalculáveis e algumas centenas de friburguenses permanecem desabrigadas ou desalojadas. Um dos símbolos da tragédia é a Rua Cristina Ziede, no Centro, onde uma encosta fez um estrago inimaginável. O colunista mostra o registro fotográfico feito no dia da tragédia (e) e o agora no local. Deus salve Nova Friburgo!
PARA PENSAR:
“Criticar, todos sabem”
Schrevelius
PARA REFLETIR:
“A verdade é filha do tempo e não da autoridade”
Bertold Brecht
PRESENTE DE GREGO
A secretária municipal de Saúde é a entrevistada desta semana no programa Debates A Voz da Serra, na Luau TV.
Em um determinado trecho do programa, Jamila Calil revela que o Ministério da Saúde destinou duas superequipadas ambulâncias do Samu para o município. Elas foram utilizadas nos momentos críticos do pós-tragédia mas, agora, estão proibidas de atender a população por ordem do governo federal até o Samu ser efetivamente implantado no Centro-Norte fluminense.
A secretária concorda que se trata de "um absurdo" e que, por enquanto, foi um presente de grego.
RECONSTRUÇÃO?
Segundo levantamentos oficiais, a devastação climática de 12 de janeiro provocou a queda de 777 encostas aqui, em Nova Friburgo.
Para os friburguenses que estão na expectativa de verem um dia essa cidade reconstruída, força de expressão, é melhor esperar deitado pelo socorro de recursos federais e estaduais para tal finalidade.
Pelo cronograma atual, vejam só, estão previstas a recuperação de 1,5% das áreas destruídas.
Ou seja, tão-somente 10 encostas.
FÓRUM DIZ NÃO
Dermeval Neto convidou o Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo — entidade que organiza o ato público pela passagem dos três meses da tragédia climática a ser realizado hoje, 12 — para um encontro no final da tarde de ontem, 11.
Em resposta, o prefeito recebeu um ofício com um "Não" da entidade.
A justificativa do fórum é que, na hora marcada pelo prefeito (17h), as entidades promotoras do ato público estariam reunidas para tratar detalhes da manifestação de hoje, no obelisco da Praça Dermeval Barbosa Moreira.
E...
Os sindicalistas não disseram no ofício ao prefeito, mas não escondem que um dos motivos para não terem aceitado o tête-à-tête com o Executivo municipal foi por entenderem se tratar de uma estratégia política para esvaziar o ato público.
Por outro lado, Dermeval mantém a disposição de se encontrar com os integrantes do fórum.
A Prefeitura remarcou o encontro com o movimento para depois do ato público: amanhã, quarta-feira, às 17h, no antigo prédio da Oi/Telemar, atualmente Centro Administrativo do governo municipal.
RECADO DIRETO
Dermeval é grato e não quer que Olney deixe a Secretaria Municipal de Planejamento.
Porém, deixará o aliado político à vontade para decidir se fica no cargo ou se cede às pressões do senador Lindberg Farias para ir trabalhar em seu gabinete em Brasília.
"Todos conhecem meu estilo: pediu, tocou, ganhou", disse Dermeval, lembrando um antigo slogan da falecida Rádio Ipanema, onde os pedidos dos ouvintes eram atendidos sem cerimônias.
FALTOU A DESCULPA
Faustão leu no domingo um e-mail do vereador Edson Flávio (PR) contestando as afirmações feitas pelo apresentador no programa anterior.
Pedidos de desculpas pelas afirmações equivocadas feitas para o Brasil inteiro, no entanto, nem pensar.
VAGAS EM HOTÉIS
Hoje, quando a tragédia climática completa exatamente três meses, sindicatos de trabalhadores e partidos políticos promovem ato público (mais um!), às 15h, na Dermeval Barbosa Moreira, cobrando das autoridades mais agilidade nas ações voltadas para as vítimas da devastação.
Para os desabrigados, o movimento pleiteia "vagas em hotéis, já".
Não que o pessoal não mereça, mas, dentro das contingências, parece uma gaiatice utópica.
INFORMALIDADE
Algumas escolas estaduais aqui da cidade tentam remover entulhos em suas dependências, até porque serão submetidas à fiscalização nos próximos dias.
O problema é que ao contactarem as várias empresas particulares de caçambas, que exploram o serviço em Nova Friburgo, ouvem a mesma resposta: "não damos (?) nota fiscal", isto porque, segundo admitem, estão na informalidade.
Apenas uma das empresas contactadas informou estar em processo de regularização.
PONTO FINAL
Hoje é 12 de abril. Em sua opinião: nada, pouco, bastante ou muito já foi feito para a salvação de Nova Friburgo, três meses após a tragédia climática?
Massimo
Massimo
Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.
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