Giuseppe Massimo - 02/01/2013

“Viver é desenhar sem borracha”

No dia 1º de janeiro de 1992, Rogério Cabral assumiu o primeiro dos quatro mandatos de vereador.

De lá pra cá, foi também deputado estadual duas vezes.

Ou seja, exatamente 20 anos depois, ele toma posse como prefeito.

No discurso de posse, ontem, no Teatro Municipal, Rogério Cabral disse que está na vida pública há 20 anos e que está calejado de ver brigas e discórdias políticas.

Segundo ele, em seu governo isso não pode e não vai acontecer.

Ele tem destacado que pretende fazer uma administração de paz e respeito ao próximo.

Amém.

O auditório do Teatro Municipal estava lotado na solenidade de posse de Rogério e de sua vice, Grace Arruda.

O pessoal sofreu com o calor insuportável.

É que apenas um dos quatro aparelhos de ar condicionado da casa está funcionando.

O resto é um problema a ser resolvido.

Três dos quatro aparelhos de ar condicionado do Teatro Municipal estão quebrados.

Na Câmara, o problema foi outro: todos estão funcionando, mas, ligados ao máximo na posse dos vereadores, provocaram uma cachoeira na manhã de ontem.

Foi preciso adaptar lixeiras como “baldes”.

Rogério e Grace chegaram para a posse com 30 minutos de atraso.

Faz parte.

A solenidade durou exatamente uma hora, com poucos discursos.

Tiveram o privilégio, além de Rogério e Grace, o novo presidente da Câmara, Márcio Damazio, e o líder do governo estadual na Alerj, deputado André Correia, colega de partido do prefeito (PSD) e líder de Sérgio Cabral no Legislativo.

André Correia ratificou a parceria ampla, geral e irrestrita entre os governos Sérgio Cabral e Rogério Cabral.

Ele ainda discursou enaltecendo três virtudes do novo prefeito friburguense: uma pessoa aberta ao diálogo, gosta de trabalhar e um político de mãos limpas.

No discurso de posse, Rogério Cabral disse que “não sonhava ser prefeito”.

Ele, acostumado à vida dura do campo, promete empenho de sol a sol para honrar seus compromissos e realizar uma gestão que conduza a cidade ao desenvolvimento.

Ele pediu a Deus força e saúde para alcançar seus objetivos.

Coube ao novo presidente da Câmara dar posse ao novo prefeito.

Damazio disse que, para ele, era uma honra e um orgulho.

É que tanto ele como Rogério Cabral, “meu amigo, companheiro e meu prefeito”, se orgulham de ser da mesma área (3º distrito) e de terem compartilhado a dura vida de produtores rurais.

Grace Arruda, vice-prefeita e secretária de Governo, fez mais um discurso enfático na solenidade de posse.

Ela destacou que, na eleição, os friburguenses deram um recado claro aos políticos.

Grace diz que a sociedade exige dos dirigentes políticos uma maior transparência na gestão e um compromisso efetivo com os mais pobres.

Estes, aliás, são compromissos dela e do prefeito.

E cobrará que sejam de todos.

Para Grace, não basta apenas “construirmos novas estradas, hospitais, postos de saúde, creches, escolas e outros aparelhos públicos físicos”.

Em seu discurso destacou que é preciso que o governo busque novos paradigmas, edificando valores amparados pelo princípio “da dignidade da pessoa humana, pedra angular da Constituição Federal”.

Após a solenidade de posse, Rogério Cabral participou de seu último ato festivo na Prefeitura.

Recebeu o governo de seu antecessor, Sérgio Xavier.

E fez novo discurso na Alberto Braune, em frente ao Palácio do Executivo.

Os animais de estimação comeram o pão que o diabo amassou nos últimos dias.

Com os fogos da virada do ano e da posse do novo prefeito.

Coitados, coitados, coitados.

Na edição do último fim de semana, a coluna estimou que Márcio Damazio seria eleito presidente da Câmara com 16 a 18 votos.

Ele teve 16.

Nas contas do Massimo estavam incluídos os votos de Luiz Fernando e Wanderson Nogueira que, digamos, ficaram na oposição.

Na mesma edição, a coluna antecipou a composição da nova mesa diretora da Câmara.

Márcio Damazio (presidente), Alexandre Cruz (1º vice), Wellington Moreira (2º vice), Marcelo Verly (1º secretário) e Christiano Huguenin (2º secretário).

Foi o que deu.

Os vereadores Pierre Moraes e Cláudio Damião lideraram um movimento contrário à votação em chapa da mesa diretora da Câmara.

Tiveram o apoio de apenas mais três vereadores—Wanderson Nogueira, Luiz Fernando e Gabriel Mafort.

Os governistas passaram o rodo no grupo minoritário.

Aliás, a pendenga foi o primeiro embate entre os novos vereadores.

O novo presidente da Câmara prometeu uma gestão firme, coerente e honesta.

E, embora frise a independência entre os poderes, destaca que os vereadores precisam dar as mãos ao Executivo neste momento em que a cidade está virando a página da instabilidade política e quer paz e união entre os políticos.

O novo governo municipal deve ter maioria tranquila na Câmara.

Mas reafirma o compromisso de respeitar os vereadores não encaminhando projetos em cima da hora e abrindo as portas da Prefeitura para que eles sejam ouvidos.

Os vereadores Jacutinga, Joelson do Pote e Zezinho do Caminhão foram citados nas duas solenidades, na Câmara e no Teatro Municipal, apenas por seus apelidos.

Pela ordem, sempre que citada, Vanderléia Abrace Essa Ideia, sempre foi a mais ovacionada na posse dos vereadores e do prefeito.

Porém, em nenhum momento, quando citada, foi acrescentado o seu conhecido slogan, quase um nome próprio.

Se ninguém citou, a coluna faz um chamego: Abrace Essa Ideia—no bom sentido, claro.

O bispo Dom Edney Gouvêa Mattoso foi à posse de Rogério Cabral.

Desta vez, nenhum dos vereadores foi convidado a se afastar da Câmara para assumir alguma função no Executivo.

Vereador é vereador e secretário é secretário.

Por enquanto.

A primeira vez ninguém esquece.

Hoje, 2, Rogério Cabral usará a sua caneta pela primeira vez.

Para tentar consertar coisas do passado e tentar fazer a roda andar pra frente.

Boa sorte!

Antes, durante e depois da campanha eleitoral, o prefeito Rogério Cabral tem dito que sua prioridade, neste início de governo será a melhoria da saúde.

A tarefa não será exclusiva do novo secretário de Saúde, Dagoberto José da Silva, mas de todo o governo.

Nos próximos dias, com certeza, será deslanchado um verdadeiro choque emergencial no Raul Sertã e na UPA.

A princípio, o choque de saúde começaria hoje, primeiro dia útil de 2013.

Entretanto, mesmo com uma transição administrativa tranquila, ainda existem alguns obstáculos legais a serem superados.

A princípio, as medidas devem ter início na próxima segunda-feira.

No encontro que teve com vereadores no dia 28, Rogério Cabral disse que a carência de médicos na  rede pública é de mais ou menos 40 profissionais.

O novo secretário de Saúde não só priorizará a contratação de pessoal, mas também corrigirá as distorções funcionais e administrativas.

Traduzindo, quer azeitar a máquina que há anos está emperrada.

Dos 22 nomes anunciados por Rogério Cabral, exatamente metade já tem experiência em secretariado municipal, atuando nas pastas em que foram designados ou em outras funções no primeiro escalão de governos anteriores.

Onze, digamos, são marinheiros de primeira viagem.

Há uma máxima nos meios políticos que diz que o único período feliz para um prefeito é entre a eleição e a posse.

No encontro com os vereadores, semana passada, Rogério Cabral disse ao tomar posse: “Teremos que tomar algumas medidas que não vão agradar a todos, mas são necessárias para colocar ordem na cidade”.

A conferir. 

A Fundação D. João VI, entidade responsável pela memória friburguense, perderá o status de secretaria.

Será encampada pela Secretaria de Cultura.

Secretário de Educação no governo Sérgio Xavier, o professor Ricardo Lengruber será aproveitado por Rogério Cabral.

Lengruber será subsecretário de Governo.

No caso, imediato da secretária Grace Arruda.

O coronel Hudson Braga está sendo reconduzido ao comando da Autran, cargo que ocupou no início da gestão HBM.

Ele terá como auxiliar o então superintendente da autarquia, Rubens Braga, tido um técnico especializado em mobilidade urbana.

O primeiro embate do novo comando da Autran será com os motoqueiros aloprados que, como se sabe, são os maiores responsáveis pelo aumento de acidentes no perímetro urbano.

Acidentes, diga-se, pequenos, médios e fatais.

O governo estadual ofereceu ao município apoio técnico para a realização de um profundo estudo técnico do trânsito friburguense.

Rogério aceitou e o pessoal especializado sobe a serra dia 8.

O novo governo municipal vai ter que desatar nós administrativos e legais para realizar o carnaval 2013 que, este ano, acontece no início de fevereiro.

O governo passado não remeteu ao Legislativo, por exemplo, o projeto de subsídio às agremiações carnavalescas.

Sem autorização prévia da Câmara, a Prefeitura não pode liberar nem um tostão.  

Nova Friburgo tem novo prefeito, vice e vereadores.

E tem também o mala do ano.

Em tradicional eleição realizada pelo Bar Bolero, o campeão de 2012 foi Marquinho Galo Cego, funcionário dos Correios.

Na eleição do mala do ano do Bolero, os votos dados aos figuraças Melão, Caputo e Chico Porto foram anulados.

É que, como já foram eleitos em anos anteriores, as regras do pleito proíbem que sejam reeleitos.

Digamos, uma vez mala, mala para sempre.

O mala de 2012, Marquinho Galo Cego é flamenguista.

E o segundo colocado, vejam só, é o vascaíno Luizinho.

Vice até em concurso de mala do ano, percebe?

A vizinha São Sebastião do Alto, vejam só, será um dos municípios brasileiros com o maior percentual de mulheres no Legislativo.

Das nove cadeiras da Câmara, cinco—a maioria absoluta—pertence a elas.

O Friburguense pode ganhar um reforço de renome para o Estadual 2013.

O tricolor serrano negocia com o veterano Geraldo, 38 anos.

O jogador correu o mundo e teve o ápice da carreira no Ceará.

A intenção da diretoria do Friburguense é dar experiência ao time com a possível contratação do meia Geraldo.

A contratação do jogador depende de alguns detalhes salariais.

No caso, o apoio financeiro de empresários.

Umas 1000 pessoas estiveram pessoalmente na Praça Dermeval Barbosa Moreira na virada do ano, curtindo os shows e fogos do Ano-Novo.

Não foi nenhuma Rio das Ostras e muito menos Copacabana, entende?

Muitas lojas só vão reabrir dia 7.

A galera ainda está de férias na praia.

Só para não esquecer: a tragédia climática completa dois anos em 12 de janeiro.

Ou seja, daqui a 10 dias.