E agora?

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Para pensar:

“O único momento que se aceita que as pessoas de uma equipe usem máscaras é no desfile de escola de samba.”

Giancarlo Ceron

Para refletir:

“Quando o gato faz as pazes com o rato, quem sai perdendo é o dono do armazém.”

Provérbio libanês

E agora?

Os leitores habituais certamente se lembram bem do impasse que se formou em relação à continuidade (ou não) do pagamento de subsídio à tarifa de transporte coletivo em Nova Friburgo, por via que o Ministério Público estadual classificou como ilegal, em consonância com o que a coluna já vinha apontando havia muito tempo.

Cerca de um mês se passou e, após muitas argumentações e alguma hesitação, a coluna pode confirmar que novo depósito foi feito, desta vez com metade dos recursos sendo originários da Secretaria de Mobilidade Urbana e metade a partir de fontes próprias do município.

Hesitação

De fato, a forma como tudo se deu é bastante curiosa.

Uma transferência de R$ 150 mil do Fundo de Mobilidade para o Funcotar - metade do que havia ocorrido em setembro e outubro -, e então a indicação para que o depósito para a empresa de ônibus Faol não fosse feito naquela altura.

Nitidamente havia negociações em curso, e a prefeitura demonstrava não estar confortável com os riscos que assumiria ao concretizar a operação.

Mas, dias depois, o dinheiro encontrou sua outra metade e finalmente seguiu seu curso.

Efeitos

Parece evidente, aqui, que tanto a prefeitura quanto o MPRJ foram apresentados a números e justificativas técnicas por parte da Faol, com efeitos distintos.

Ao MP, se é que a leitura da coluna segue correta, apresentou-se um cenário no qual os fins se justificariam - ou seja, o pagamento do subsídio.

Já à prefeitura, aparentemente sinalizou-se a indisposição para recuar no que foi acordado, a partir dos investimentos feitos e dos compromissos assumidos.

Maquiavel

Evidentemente, o conceito de justiça passa pela garantia de que todos os lados sejam ouvidos, e quando isso ocorre, geralmente a imagem final ganha muitos tons de cinza onde antes havia apenas preto e branco.

Na prática, resta o questionamento: afinal, o entendimento de que o subsídio se justifica - neste valor, ou noutro, a depender do que dizem os números - deve alterar a interpretação a respeito dos meios empregados para o promover?

Em outras palavras, o fim justifica os meios neste caso?

Desconforto

A coluna segue muito desconfortável com o que vem sendo feito pela prefeitura, sobretudo ao levar em conta que só chegamos a esse ponto em consequência de decisões para lá de controversas tomadas já na atual gestão municipal.

A esse respeito, o vereador Professor Pierre tem apontado atropelos à lei federal 4.320/64 em diversos dispositivos, e afirma que o procedimento “nem sequer passou pelo órgão de controle interno da  prefeitura, mesmo sendo um processo com custos ao erário”.

Algo mudou?

Mas, se em alguma medida o MPRJ mudou seu entendimento de que a forma do pagamento é ilegal, então parece justo que à população seja dada alguma explicação a esse respeito.

Afinal, o que ocorreu em novembro fere tudo o que havia sido recomendado em outubro, não?

Mensagem perigosa (1)

Falando muito francamente, o colunista, a essa altura, começa a temer pelo futuro de nossa cidade.

Porque a mensagem que vem sendo passada aos pré-candidatos a prefeito em 2020 é de que a liberdade de ação por aqui é gigantesca, e regras basais não necessariamente precisam ser seguidas.

Mensagem perigosa (2)

O improrrogável eventualmente pode ser prorrogado; a inobservância de procedimentos protocolares basta para justificar procedimentos emergenciais; muitos vereadores fecham os olhos se tiverem uma parte da máquina; juntar provas e as entregar à Justiça não é garantia alguma de que algo será feito, e por aí vai.

A impressão que se tem, e não é de hoje, é que por aqui está valendo tudo.

E já tem gente se animando a disputar a prefeitura pelos motivos errados, ou debochando de quem ainda insiste em denunciar o que vê de errado.

Total apoio

Diversas personalidades friburguenses foram convidadas a participar da campanha do laço branco, que nos lembra que “juntos somos fortes contra a violência doméstica”.

Na redes sociais, vários rostos conhecidos por aqui - homens e mulheres - se deixaram fotografar segurando mensagens de apoio e incentivo à quebra do ciclo de violência e ao ato de denunciar, sobretudo através do telefone 180.

A coluna está aberta para ajudar no que puder.

É hoje!

O Legislativo friburguense abre as portas do plenário Jean Bazet hoje, 27, a partir das 18h, para a realização de audiência pública voltada a debater o cenário da educação pública municipal de Nova Friburgo e as suas necessidades.

O encontro foi proposto pelo vereador Zezinho do Caminhão, atendendo a pedido de profissionais da rede municipal.

A participação dos servidores, portanto, é fundamental.

Educação

A Aliança Democrática Municipalista informa que sua próxima reunião será realizada na sede do Nova Friburgo Futebol Clube (ao lado do estacionamento, no Centro), das 14h30 às 17h desta sexta-feira, 29.

O encontro contará com palestra do professor Hamilton Werneck sobre o tema: “A Educação que queremos para Nova Friburgo”.

A reunião é aberta à população, e integra o rol de audiências voltadas a elaborar metas e diretrizes para os próximos vinte anos de nossa cidade.

Medição de velocidade

A Secom e a Smomu gentilmente entraram em contato com a coluna, a respeito do episódio ocorrido no domingo passado, dia 24, em que o painel digital na Avenida Engenheiro Hans Geiser indicou velocidade diferente daquela em que o carro do colunista estava circulando.

A coluna agradece às duas repartições pela atenção.

Aspas

“A Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana esclarece que ocorreu alguma falha na medição e o dispositivo é só para detecção de velocidade educativa, para orientar as pessoas, sem gerar multa.

A equipe da Smomu irá verificar se ocorreu algum problema e, caso for necessário, realizará o reparo no sensor para continuar o funcionamento normal do equipamento.”

Respostas

O desafio fotográfico proposto pelo secretário municipal de Ciência e Tecnologia, Marcelo Verly, gerou menos respostas do que a coluna imaginava.

Rosemarie Künzel, Manoel Pinto de Faria, Gilberto Éboli, Igor dos Santos e Lauro Éboli reconheceram corretamente parte do grande imóvel na Lagoinha que já abrigou a fábrica Filó, e atualmente serve de endereço para o Instituto Politécnico do Rio de Janeiro, precioso campus da Uerj em Nova Friburgo.

Um espaço que definitivamente precisa ser “descoberto” pela sociedade friburguense

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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