De volta

terça-feira, 30 de julho de 2019

Para pensar:

“Mas é bom um cidadão pensar que tem influência no governo, embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Eu cultivo a ilusão.”

Graciliano Ramos

Para refletir:

“Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder... para me encontrar...”

Florbela Espanca

De volta

Após uma semaninha de férias, eis que estamos de volta ao nosso encontro diário nas preciosas páginas de A VOZ DA SERRA, para atravessarmos juntos os últimos cinco meses deste 2019, sobre os quais pairam muitas dúvidas e algumas expectativas.

Mas, antes de olharmos para a frente, parece importante darmos a devida atenção a um pouco do se passou nestes dias em que nossos assuntos se acumularam.

Sintonia

Para início de conversa, vale observar que acabou se confirmando a aposta feita neste espaço de que o vice-prefeito Marcelo Braune iria assumir em caráter efetivo o comando da Secretaria Municipal de Saúde.

Os sinais eram visíveis, ainda que não fosse possível - ou ético - cravar a informação antes de um anúncio oficial.

Panorama

Comprometido com a ideia de fazer um “arroz com feijão bem feito”, Braune apresentou na última sexta-feira, 26, um relatório elaborado pela equipe multidisciplinar que o apoia, a partir de dados e depoimentos levantados junto a trabalhadores da área e usuários da rede, com o objetivo de desenhar um diagnóstico básico da pasta que sirva para orientar a elaboração de diretrizes e prioridades nos mais diversos prazos.

Confirmações

Muito do que este relatório apontou, vale dizer, não chega a ser novidade.

Prejuízos causados pela descontinuidade de políticas públicas, infraestrutura sucateada, carências e falta de valorização de quadros técnicos, e a necessidade de informatizar a rede.

Parece existir a consciência de que erros sérios andaram sendo cometidos, e de que chegou-se a um ponto de ruptura, no qual é preciso recuperar aspectos básicos do tratamento dispensado à população, como funcionalidade, respeito e dignidade.

Sem tolerância

Também parece claro que não haverá muito prazo de tolerância em relação a este ou qualquer grupo que venha a assumir a Saúde daqui para a frente.

Acontecimentos recentes, e outros que até o momento estão restritos ao conhecimento de poucas pessoas nos bastidores, deixam claro que a Saúde se tornou um terreno de disputa de interesses políticos e financeiros, e que à fiscalização daqueles que ainda são movidos pelo senso de dever e responsabilidade somou-se a vigilância de grupos movidos por interesses paralelos, interessados na fatia do bolo.

UPA

O processo de licitação para a operação da UPA de Conselheiro Paulino, por exemplo, tem sido objeto de atenção e investigação, e é importante que o secretário e sua equipe tenham ciência de que não resta mais margem para erros ou episódios duvidosos nessa altura dos acontecimentos.

O bom e velho feijão com arroz parece simples, mas tem lá suas regras para não desandar.

Certamente voltaremos a este tema no futuro próximo.

Polícia Federal (1)

Outro acontecimento importante da semana passada foi a visita dos vereadores Johnny Maycon, Zezinho do Caminhão e Professor Pierre à delegacia da Polícia Federal em Macaé.

Os dois primeiros foram apresentar o relatório e os resultados da investigação levada adiante pela CPI que analisou a prestação do serviço de alimentação ao Hospital Municipal Raul Sertã entre abril de 2017 e dezembro de 2018.

Polícia Federal (2)

Já o terceiro apresentou um apanhado de investigações anteriores igualmente conclusivas.

A coluna entende que o encontro foi bastante proveitoso, e que um importante – e necessário – canal de diálogo pode ter sido aberto.

Tomara.

Já passou da hora da Justiça fazer a sua parte em relação a tudo o que já está configurado.

Hemocentro

E já que estamos falando em Saúde, a coluna se une ao coro em convocação a novos e habituais doadores de sangue, a fim de alimentar os estoques do Hospital Raul Sertã, que se encontram em nível crítico.

Nesta seara, como em tantas outras, nos habituamos a ver um pequeno grupo de pessoas assumindo a responsabilidade de muitos, gerando uma sobrecarga que não seria necessária se todo mundo fizesse a sua parte.

Fica, portanto, o apelo para que mais pessoas se animem a doar, e o façam com alguma frequência.

Emoção

O retorno de Beto Guedes a Lumiar, neste fim de semana que passou, rendeu um daqueles shows que marcam para a vida toda, e que serão lembrados daqui a muitos e muitos anos.

Não apenas pelas músicas ou o ambiente privilegiado, mas por esta rara sintonia entre artista e público, que foi cultivada com cuidado ao longo de muitas décadas.

Foi, certamente, um momento muito especial.

A propósito...

E já que falamos em Lumiar, a coluna volta a reforçar o pedido para que alguma solução seja buscada para otimizar o fluxo de veículos no ponto em que as rodovias RJ-142 e RJ-116 se encontram, em Mury.

Com frequência a fila de carros que trafegam no sentido Nova Friburgo fica estagnada mesmo quando o sinal está aberto, simplesmente porque os veículos à frente que seguirão no sentido de Theodoro de Oliveira precisam esperar que o acesso à esquerda esteja liberado.

 

Vale tentar

Como já foi dito anteriormente, caso exista alguma forma de assegurar alguns metros a mais na largura da estrada naquele ponto específico, a fila poderia ser dividida conforme a direção a ser seguida por cada veículo, evitando este precioso desperdício de tempo, bem como as grandes retenções que temos visto em dias de maior movimento.

Motoristas, no entanto, informaram à coluna que no domingo, 28, com grande movimento de turistas e moradores que foram prestigiar o Festival Sesc de Inverno em Lumiar e São Pedro da Serra, um dos sinais não estava funcionando, o que casuou ainda mais perigo naquele trecho.    

TAGS:

Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.