Conflitos

terça-feira, 14 de maio de 2019

Para pensar:

“O diálogo se dá entre iguais e diferentes, nunca entre antagônicos.”

Moacir Gadotti

Para refletir:

“Uma alma sem respeito é uma morada em ruínas. Deve ser demolida para construir uma nova.”

Código Samurai

Conflitos

Entre alguns dos assuntos que se acumularam nos últimos dias, um traço em comum parece se destacar e servir como fio condutor para nossa narrativa: a presença de conflitos.

E olha que alguns deles já são bem antigos, e continuam a render desdobramentos.

Guarda e Faol (1)

Há muitos e muitos anos a concessionária de transporte coletivo municipal vem transportando gratuitamente atiradores do Tiro de Guerra e guardas municipais, desde que fardados.

Ao que consta, no entanto, sempre se tratou de uma espécie de “cortesia”, ou uma forma de reconhecimento à importância do serviço por eles prestado, que no primeiro caso é ainda obrigatório e não remunerado.

Não haveria previsão legal ou contratual para isso.

Guarda e Faol (2)

A essa altura o leitor já imaginou que, para estarmos tocando no assunto, algo mudou.

E está certo, como sempre.

Diante do “desequilíbrio econômico e financeiro” que vem sendo alegado pela concessionária, o qual já motivou requerimentos e até mesmo uma ação judicial solicitando revisão do equilíbrio, a empresa afirma ter avisado a prefeitura de que não transportaria mais o efetivo da guarda gratuitamente.

Uma deliberação que acaba de entrar em vigor.

Faz diferença?

Bom, é claro que a medida vai render discussões, e não seria nenhum absurdo arriscar que seja esta uma de suas intenções.

Ainda assim, o que chamou a atenção da coluna foi a circulação de algumas mensagens de WhatsApp sugerindo que a rigidez na aplicação de multas aos coletivos seria redobrada a partir de agora.

Como se a aplicação da lei estivesse sujeita a este tipo de “motivação”...

Caminho

Bom, em situações como esta, o melhor é fazer o que já deveria estar ocorrendo há muito tempo em relação à reforma da Previdência: abrir os números, dar total acesso a eles, e trazer para a população o que efetivamente está sendo discutido.

São demandas plausíveis? Não são? Mudanças são necessárias? Existem alternativas?

O que não faz sentido é que ações e reações continuem a ser influenciadas - e por vezes pautadas - por falhas ou ausência de comunicação…

Quebra de confiança (1)

O tempo tem mostrado que a coluna não costuma errar quando fareja certas pistas no ar.

Pois bem, ao ser confrontado com alguns sinais e algumas entrelinhas, o colunista entende que a mais recente audiência envolvendo os Ministérios Públicos do Trabalho, Federal e do Estado do Rio de Janeiro (MPT, MPF e MPE/RJ), a Prefeitura de Nova Friburgo e a Procuradoria-Geral do Município teve lá seus pontos de tensão.

Quebra de confiança (2)

A coluna entende que existem indícios de que o TAC tenha sido desrespeitado, através da contratação de novos RPAs para o Hospital Raul Sertã.

E parece que já submeteram o filho feio a um teste de DNA, se é que o leitor me entende.

Pois bem, se o colunista fez a leitura correta dos sinais, então a Justiça parece aguardar uma demonstração por parte do Executivo de que não compactua com este tipo de quebra de confiança.

Como fica?

Resta ver se o Palácio Barão de Nova Friburgo entendeu da mesma forma.

E o que é mais importante: se tem o telhado forte o bastante para levar adiante as medidas cabíveis.

É esperar para ver.

Praça

Outro conflito que continua a render desdobramentos e ainda carece de maior transparência diz respeito ao futuro da Praça Getúlio Vargas.

É grande a mobilização social neste momento, com a importante participação da OAB/RJ, no sentido de questionar o que vem sendo definido como “falta de participação popular” ao longo de todo o processo, tendo como capítulo mais recente um aditivo ao TAC que designa os membros do grupo de trabalho, “todos servidores públicos municipais, sem representação da sociedade civil organizada”.

Diálogo possível

O mais curioso, neste caso, é que todas as partes parecem concordar com a necessidade de um projeto de requalificação da praça, da mesma forma como há de se partir do princípio que ninguém será contrário à realização de consultas à sociedade a respeito dos possíveis destinos daquele que é o principal espaço de convivência em Nova Friburgo.

Espaço aberto

Acreditando nas boas intenções de todas as partes, a coluna segue na contramão do sensacionalismo e abre seu espaço para ajudar a promover o diálogo e a divulgar informações de interesse público sobre o caso.

E elas são muitas.

Parece evidente, diante da experiência de anos cobrindo tais rotinas, que a mobilização só fará crescer a menos que sentem todos à volta da mesma mesa e conversem francamente o quanto antes.

É hoje!

A Câmara Municipal de Nova Friburgo realiza hoje, 14 de maio, a entrega da Comenda Barão de Nova Friburgo - mais alta distinção concedida pelo Legislativo friburguense - ao educador Hamilton Werneck e à historiadora Janaína Botelho.

Na cerimônia também serão concedidos 42 títulos de Cidadão Friburguense. Os nomes dos homenageados foram indicados pelos 21 vereadores e aprovados por unanimidade.

A solenidade acontece no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, às 19h.

Aspas

“A concessão de cidadania é uma homenagem de grande responsabilidade que a Câmara de Nova Friburgo promove anualmente. É a forma de reconhecer aqueles que não nasceram na cidade, mas que contribuem ou contribuíram com seu trabalho e carinho para o desenvolvimento de Nova Friburgo”, destacou o presidente da casa legislativa, vereador Alexandre Cruz.

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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