Colunas
Caixa de Pandora
Para pensar:
“Não há conselho mais leal do que o que é dado em um navio que está em perigo.”
Leonardo da Vinci
Para refletir:
“Quando a casa do vizinho está pegando fogo, a minha casa está em perigo.”
Horácio
Caixa de Pandora
O leitor provavelmente já se deparou com esta situação.
Diversos grupos de WhatsApp ou páginas na internet andam promovendo “pesquisas” de intenção de voto entre seus membros, em clara afronta à credibilidade das pesquisas oficiais e - o que é verdadeiramente preocupante - lançando as bases para futuros questionamentos a respeito da legitimidade do resultado eleitoral.
Antes que joguem tomates no colunista, isso não vem sendo promovido por militantes de apenas um candidato.
Pertinência
O colunista vê a disseminação deste tipo de achismo com grande apreensão.
É evidente que o debate em torno da forma de votação é salutar, e talvez seja até mesmo necessário.
Mas é óbvio que a discussão não deve se dar com base em informações de procedência duvidosa, claramente servindo a interesses específicos, às vésperas de uma eleição que promete ser a mais polarizada de nossa história recente, se não em números, certamente em acirramento de ânimos.
A quem interessa
O leitor não deve ver como coincidência o fato de tal discurso ganhar força justamente quando estamos diante de um pleito eleitoral marcado fundamentalmente pela rejeição e pelo maniqueísmo.
É evidente o mútuo interesse em convencer os respectivos “convertidos” de que são em maior número, e de que os supostos índices de rejeição são invenções do sistema para justificar a manipulação do resultado final em favor da continuidade de tudo o que já existe.
Conveniência
É de se observar, por exemplo, que muitos que agora encampam tal discurso já se orgulharam diversas vezes no passado a respeito das expressivas votações que receberam.
Ora, naquelas ocasiões elas eram confiáveis?
As urnas só dizem a verdade quando vencemos?
Distorção
O problema se agrava na atualidade graças à ação silenciosa de um aliado poderoso: os conhecidos algoritmos das redes sociais, que aos poucos filtram as zonas de interação de cada usuário a partir de parâmetros e afinidades, auxiliados pelas práticas cada vez mais comuns de deixar de seguir ou encerrar a amizade.
O resultado prático é que o mundo virtual vai aos poucos adquirindo ares de uma bolha de conforto, dentro da qual a maioria tende a pensar da mesma forma.
Qualquer pesquisa restrita a este universo, portanto, já nasce comprometida.
O que vem depois
Não se trata, a rigor, de “colocar as mãos no fogo” pela confiabilidade de um método ou outro, mas de atentar para a seriedade com que a questão precisa ser tratada e, sobretudo, os riscos aos quais a sociedade se expõe a partir do momento em que deixa de acreditar no método que está sendo empregado, e se predispõe a não aceitar um resultado ou outro como legítimo.
Não é preciso pensar de forma muito aprofundada a este respeito para concluir que tal cenário representa a antessala do caos.
Pode piorar
No fim, o grande risco de momentos como o que vivemos, no qual a decepção com o universo conhecido é tão profunda que ser desconhecido passa a ser um predicado valorizado, é que muitas pessoas acabam adotando o slogan popularizado pelo palhaço Tiririca, e realmente passam a acreditar que pior do que está não fica.
Não custa, portanto, lembrar que pode ficar muito pior sim, e que romper o respeito ao resultado dentro dos métodos de que dispomos atualmente é um atalho extremamente curto para comprovar a veracidade desta afirmação.
Confere lá
A VOZ DA SERRA publica na página 3 desta edição uma reportagem que destrincha o painel de possíveis composições para a CPI que vai investigar os últimos (e cabeludos) contratos emergenciais para fornecimento de alimentação hospitalar em nossa cidade.
Vale a pena dar uma conferida, sabendo que a lista definitiva terá de estar pronta até as 18h de hoje, 21.
Sonolência
Às informações da matéria a coluna pode acrescentar que o critério de proporcionalidade e a opção do MDB por não permitir a participação de Wellington Moreira desenham um cenário no qual já é possível antecipar que alguns dos membros indicados certamente prefeririam não participar dos trabalhos da comissão.
É fácil ouvir nos bastidores que estão faltando vereadores para as vagas existentes, ainda que esse mesmo discurso jamais seja manifestado publicamente.
Enfim, agora é esperar para ver.
Imperdível
A coluna chama atenção para um compromisso imperdível para quem gosta de música, Educação, e Nova Friburgo.
No próximo domingo, 23, a Real Banda Euterpe Friburguense e a Sinfônica dos Bombeiros do Estado se unem para o tradicional Concerto da Primavera, a partir das 10h, no Espaço Multiuso do Country Clube, com entrada franca.
Tem mais
O evento também vai prestar homenagens aos 70 anos da Unidos da Saudade e ao 40º aniversário da Aliança Francesa em Nova Friburgo, para a qual será dedicada uma canção, com agradecimentos especiais pela parceria com a banda Euterpe que tem proporcionado ensino do idioma francês para seus alunos de música, além do intercâmbio que proporcionou a viagem de três de suas musicistas à Suíça e à França, em maio e junho deste ano.
Existe ainda uma terceira homenagem, que vem sendo tratada como surpresa.
Rifa francesa
E por falar em Aliança Francesa, a instituição avisa que está promovendo a rifa de um quadro da artista plástica Madalena Bento de Mello.
A própria Madalena, que expõe seu talento na pintura na sede da Aliança, doou a obra entitulada “Planeta Luz”. Trata-se de acrílico sobre tela.
O sorteio da ação entre amigos acontece no próximo domingo, 23, e envolve alunos, professores e amigos da Aliança, assim como a artista Françoise Schein.
Os bilhetes custam apenas R$ 10.
Massimo
Massimo
Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.
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