IMPRESSÕES - 10/01/2015

sexta-feira, 09 de janeiro de 2015

Arte x Corrupção 

Além de recuperar milhões de dólares no escândalo da Petrobras, e também a credibilidade da maior empresa do Brasil, a Polícia Federal apreendeu 16 obras de arte que serão expostas pelo Museu Oscar Niemeyer (MON) em Curitiba neste início do ano. Entre as obras apreendidas na Operação Lava-Jato com a doleira Nelma Kodama, a "Dama do Mercado”, há trabalhos assinados por Di Cavalcanti, Cícero Dias e Iberê Camargo. Na "arte” de lavar dinheiro é comum a prática de comprar objetos de arte. Inicialmente as obras serão apenas expostas e não fazem parte do acervo do museu, até que a Justiça determine o destino delas.

Além de Di, Cícero e Iberê, há trabalhos de Aldemir Martins, Orlando Teruz, Claudio Tozzi, David Cymrot, Gerardenghi, Gomide, Heitor dos Prazeres, Mario Gruber e Tony Koegl. Uma das obras era atribuída a Renoir, mas peritos constataram que a informação era incorreta. No Rio, o Museu Nacional de Belas Artes guarda obras da coleção do banqueiro Salvatore Cacciola. Em São Paulo, o MAC-USP mantém o acervo do também banqueiro Edemar Cid Ferreira, envolvidos em escândalos.


"Morremos de medo de trocar hábitos, de mudar de ideias, convicções, de ver as coisas por outra ótica e damos um repeat automático nos comportamentos viciados e ranzinzas. Morremos de medo de olhar para o espelho da consciência e encarar os olhos nada atrativos das verdades de nossa alma, pois os reflexos geralmente são indigestos e desagradáveis.”

(Roberta Simão)

 

Arte no monitor

Mercado que cresce a cada ano, as galerias online se multiplicam com o objetivo de tornar a arte mais acessível ao público em geral. Os exemplos estão em todas as capitais brasileiras e não apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nas galerias estão à venda quadros, pôsteres, fotografias, gravuras e serigrafias, oferecendo um universo de possibilidades, de artistas e de preços, que podem ser modestos reais ou grandes somas em dólares e euros. A arte deixa as paredes das galerias para se instalar nas telas dos computadores. Uma boa pedida para quem quer conhecer mais sobre o assunto sem sair de casa. E, de quebra, ainda pode escolher um artista iniciante ou renomado. É só clicar. E comprar.

A Amazon, gigante das vendas pela internet, lançou uma loja de arte online, para a qual se associou a 150 galerias e marchands de todo mundo, com um catálogo de mais de 45 mil obras de quatro mil artistas. Com o nome de Amazon Art, a nova loja permite navegar entre obras de arte de todo o tipo de formatos e estilos através de uma série de ferramentas que facilitam a busca. As obras colocadas à venda inicialmente oscilam entre US$ 150 e US$ 4,85 milhões. Nomes famosos como Andy Warhol, Salvador Dalí e Marc Chagall também figuram entre as obras à venda.


Linha do tempo

"Se houver amor em sua vida, isso pode compensar muitas coisas que lhe fazem falta. Caso contrário, não importa o quanto tiver, nunca será o suficiente.” Nietzsche.


Arte na rua

Arte na rua: arte feita com o espaço urbano e para ele. Para deixar a cidade menos automobilizada, menos fria, amenizando a poluição. A expressão artística nasce da fusão entre sensibilidade e desejo de comunicação e cria uma cidade mais urbana e humana.

Nova Friburgo ainda caminha timidamente na valorização da arte de rua, apesar do domínio do automóvel criando uma atmosfera poluída e insensível. A arte de rua serve para quebrar esta relação, humanizando muros e fachadas. Como na Rua Dante Laginestra, onde o artista colocou gente na parede da Energisa; ou na Avenida Euterpe Friburguense, espaço que artistas descobriram para deixar seu recado meses atrás.

 

(Foto: Amanda Tinoco)

   


Nelmo, o nosso Chaplin

Nelmo Ricardo Martins Dias (1961-2013) era o nome deste artista que trocou o palco pela rua e se transformou na mais querida figura que costumava encantar a todos com suas caracterizações. Abriu um mercado próprio com suas performances para divulgar lojas e estabelecimentos comerciais com seu jeito inconfundível e criações exclusivas. Nelmo era "clown” com certeza. Fez da rua o seu território e dominou este espaço com elegância e desenvoltura. Completou a cidade com seus personagens sempre silenciosos, simpáticos e comunicativos. Um Chaplin friburguense, com certeza. Sempre fará falta nas ruas da cidade.

 

(Foto: Regina Lo Bianco)


Fábula

Athena – Nome que os gregos davam a Minerva, deusa da sabedoria, da guerra e das artes, filha de Júpiter, que a faz saltar-lhe de seu cérebro armada da cabeça aos pés. Conta-se que, para a produzir, fora preciso Vulcano dar-lhe um golpe sobre a cabeça com um machado. Ela e Netuno disputaram entre si qual dos dois daria o nome à cidade que Cecrops edificara. O que produzisse a melhor coisa a este deveria caber a referida honra. Minerva fez sair da terra com a lança uma florida oliveira, e Netuno, com um golpe de seu tridente, fez nascer um cavalo, que querem alguns tenha sido o cavalo Pégaso. Os deuses decidiram a favor de Minerva em razão de ser a oliveira o símbolo da paz e assim se denominou a dita cidade Athenas, nome que os gregos davam a esta deusa. Representa-se com capacete na cabeça, a egida embaraçada, lança na mão como deusa da guerra, e tendo junto a si um mocho e diversos instrumentos de matemática, como deusa das ciências e das artes.

(Dicionário da Fábula – Ed. Garnier – Paris)



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