A paciência do povo tem limites

26 e 27 de fevereiro de 1966 

• O dipinho prefeitural de Friburgo errou... Fome de dinheiro e não fome de obras é a constante da administração municipal.
• Os contribuintes estão apavorados com as novas e escorchantes taxações de água e esgoto. Verdadeiramente aladroada  e esdrúxula a tarifação. Muitos logradouros não são convenientemente abastecidos do precioso líquido mas a mensalidade exigida dos usuários do péssimo serviço deixa a convicção de que os seus autores e executores precisam de exame de sanidade mental. – Não é possível que a Câmara dos Vereadores continue de braços cruzados, permitindo mais um ousado assalto à população friburguense.
• A paciência do povo tem limites. A frase tem verdadeira oportunidade neste momento em que a irresponsabilidade administrativa pretende escorchar o contribuinte com uma nova tarifa de consumo de água – outro monstro a somar na constância de destemperos que emanam do Poder Público em nosso município.
• Estiveram reunidos na passada quinta-feira os componentes da Comissão Central que vai patrocinar a campanha Amâncio Azevedo para prefeito e Álvaro de Almeida para deputado estadual.
• O jovem Rogério Sampaio Azevedo, que é filho do Dr. Amâncio Azevedo e de sua esposa dona Didi Sampaio Azevedo, acaba de prestar exame vestibular para ingresso na Faculdade Nacional de Medicina, obtendo excelentes notas, que garantiram sua entrada no curso médico na universidade. Avulta a conquista do nosso amigo Rogério se atentarmos para o fato da existência de apenas 500 vagas, quando concorreram mais de cinco mil candidatos.
• Essa não! “A fome de trabalho continua a se fazer sentir na administração municipal”. A preciosidade está publicada no órgão oficial da municipalidade – edição de 20 de fevereiro corrente – e foi redigida pelo impagável dipinho prefeitural. Como matéria para risos, é o máximo.
• Movimentadíssimo o tríduo momesco de Nova Friburgo. Mais de quarenta mil turistas e veranistas participaram dos folguedos carnavalescos – 9.600 automóveis chegaram a nossa cidade entre quinta –feira e domingo.
• Última hora: por via de falação na rádio e avulsos distribuídos, o doutor engenheiro comunicou ao povo que as contas apresentadas pelo serviço autônomo relativas às taxas de consumo d’água estavam erradas e que determinará o recolhimento das faturas para exame e conferência.
• Termina amanhã, segunda-feira, o horário brasileiro de verão. Na madrugada de terça, 1º de março, os relógios devem ser atrasados em uma hora.
• Uma vergonha para a administração municipal e para a nossa cidade o que vai pelas repetidoras de televisão instaladas no Alto da Cascatinha. – As direções da Tupy e da TV Rio, insensíveis às reclamações do povo e certas da impunidade das autoridades, deixam sem funcionar horas e horas, dias e dias, um aparelhamento sem classificação e naturalmente movimentado por desconhecedores do assunto.
• Ridícula, realmente deprimente para os nossos foros de cidade importante e de turismo a ornamentação da Rua Alberto Braune para o carnaval. A Prefeitura colocou em toscos eucaliptus grotescas bandeiras e bandeirolas, assim como dependurou nos mesmo figuras alegoricamente ridículas e sem qualquer sentido com o reinado da folia.
• Em Sociais, Naby Gastin publica o soneto “Falsidade”.
• AVS registra os aniversários de Ilka Peçanha (28); Marco Adalberto Maillard (1º); Ruy Marra da Silva, José Naegele, Marlene Bastos (2); Rachel Lamblet Vilaça, Francisco Antonio Mastrangelo (3); Dora Wiedemann, José Galiano das Neves (4); Hubert Joepgen, Jofre Salerno Fabris e Inês de Mello (5).