Os dedos-duros da situação

Edição de 24 e 25 de setembro de 1966

• Mais CR$ 40 (quarenta cruzeiros) no preço do quilo do gás, ou seja, majoração de CR$ 494 no botijão de 13 quilos, foi o presente que o governo deu ao povo neste fim de semana. A gasolina também sofreu alta, o que equivale a dizer encarecimento de transporte, afetando o custo dos gêneros alimentícios e das utilidades.
• Nos bastidores da política friburguense. A campanha política obriga a que certos candidatos pratiquem atos e funções bem como assumam compromissos e tomem atitudes que, em absoluto, fariam em situações normais.
• O secretário da Arena estadual, o inefável professor Luiz Braz, aquele mesmo que o Dr. Herói prometeu eleger deputado federal por Friburgo, espalhou pela cidade que o sr. Humberto El-Jaick seria impedido de concorrer na vindoura eleição, pois assim queria ele e mais uns dedo duros da situação...
• Eleitor! A atual administração vem pavimentando umas poucas ruas da cidade, aplicando a taxa de melhoria, que outra coisa não é se não o pagamento pelo serviço aos proprietários. É preciso mudar! Chega de pracinhas para regalo de grupos interessados na valorização de propriedades. Os bairros onde moram as classes proletárias continuam a esperar calçamentos e melhorias que não vieram.
• A manjada história de forças estranhas... A nação atravessa um dos mais difíceis momentos de nossa vida republicana. Não importa que os cegos do governo procurem esconder a tranquilidade reinante ou atribua aos descontentes políticos comunistas e falsos democratas. Não é nada disso.
• Professor Edgard de Almeida, candidato do MDB. A VOZ DA SERRA recebeu honrosa visita do professor Edgar de Almeida, filho de tradicional família do norte fluminense, médico psicanalista, presidente da Federal Turismo de Guanabara, em exercício diretor de vários hospitais no nosso estado e na Guanabara, presidente e fundador da organização “Médico Edgard de Almeida”, que mantém em Duque de Caxias, uma perfeita e completa assistência médico-hospitalar, inclusive com serviços de pronto socorro a acidentados. Friburguenses: os canos que estão sendo depositados nas ruas de nossa cidade se destinam realmente a uma grande obra. Dita obra idealizada, tecnicamente estudada, projetada e colocada na dependência de órgãos federais para aprovação de financiamento do governo americano - USAID, etc.
• No Nova Friburgo Country Clube: Festival das Debutantes. No próximo dia 29 de outubro, com orquestra de Valdir Calmon e seu órgão.
• A cerimônia com que estão sendo constantemente majorados os preços dos gêneros alimentícios e das utilidades parecem indicar a existência de forças poderosas mantendo a tônica de zombar do governo.
• João Saldanha assina “O Amazonas que eu vi VIII”. Ele fala dos projetos para ligar o Rio Amazonas ao Rio Paraguai.
• Em Sociais, o poema “Se o tema fosse Maria Lúcia”. Trovas de José Coelho do Babo.
• AVS registra os aniversários de: Ivette Pinto Henrique, Ana Terezinha Cardoso (25); Almerinda Bispo da Costa, Karla Assis, Glória Bárbara Henze (26); Eliza Maria Miranda; Eduardo Galindo Moreira (27); Richard Ihns, Emília Castro Costa (28); Renato Arnaldo da Silveira Lopes; Maria Thereza Botino; Odílio da Silva Quintaes, Ronaldo Kato; Luiz Gonzaga Azevedo (29); Luiz Humberto
• Hottz (30); Lucy Ann Martinez, Admário Braune e Maria Leonor Spinelli Parce (1º de outubro).
• Momento Infantil, com Dr. Miranda Fortes. “Os oxiúros II”. Fala de como estes vermes chegam ao organismo das crianças e os seus sintomas: coceira no ânus, diarreia, enjoos, vômitos, dores abdominais, entre outros.
• Em Nova Friburgo na Sociedade, W. Robson assina “Saudade”. Ele fala da morte de Emílio, filho do casal Emílio e Elvira.
• Em “O que se faz e o que se diz por ai”, João Saldanha fala sobre as famosas feijoadas do Rosa Amarela, Camponesa e Blue Sky; o bispo de Santo André, que diz que padres e militares não podem concorrer a política; convida para a exposição do concurso de fotografias de Nova Friburgo; e destaca o pega entre um volks e um jipe na Avenida Alberto Braune.
• Em “Retalhos”, J.B da Silva fala sobre a juventude e a necessidade de preparar os jovens, que são o futuro da pátria.