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Yoshi, o amuleto da sorte
O Fluminense dos bons e velhos tempos voltou. Pelo menos no jogo de ontem contra o Galo. Ontem foi uma mistura de 2009 com 2012. O time quase fez valer o meu bom e caro plano de saúde. Sofri umas pontadas no coração, mas tudo bem, gente. Sigo em frente. Nada que já não tenha acontecido antes. Ou melhor, em todos os jogos do clube.
O time mostrou o verdadeiro significado de eficiência. Durante todo o primeiro tempo, acuado, o Fluminense viu o Atlético dominar o jogo. O gols dos caras era questão de tempo. Muito mais organizados em campo, o Galo não contou com o que o time do Fluminense tem de melhor: os gols na sorte.
Eu já estava quase gritando pra TV “TOCA RICHARLISON”, quando o juiz marcou o pênalti. Eu fiquei desesperado com o possível único lance de ataque do Fluminense. Quando o Richarlison foi carregando a bola em velocidade e ficou pensando o que fazer com ela, eu tremi. A gente sabe que o forte do Richarlison não é pensar. E, aparentemente, nem o Marcos Rocha. Se ele conhecesse o Richarlison, só teria que esperar o atacante tricolor se enrolar com a bola. Não esperou, pênalti marcado. Gol do Fluminense.
Já nem acreditava que um dos padroeiros do Fluminense, Nossa Senhora dos Gols na Sorte, tinha dado o ar da graça. Quando ia apelar pra João de Deus manter o resultado, o Fluminense de Richarlison, esse muso, Deus do Fluminense, fez o segundo gol. Nem o mais otimista torcedor do Fluminense acreditou.
Como esmola demais o santo desconfia, no lance seguinte o Galo diminuiu. Foi aí que, no segundo tempo, eu senti que era hora de apelar para o inapelável Yoshi. Ele mesmo. O cãozinho da sorte.
Depois de passar o dia inteiro tocando o terror na cozinha (ele conseguiu a proeza de destruir mais de uma dúzia de ovos, cinco sacos plásticos, dois panos de chão e o pano da pia), coloquei Yoshi ao meu lado durante todo o segundo tempo. Foi só entar no sofá que aquele cachorro com espírito de uma enceradeira maluca deitou tranquilamente sua cabecinha no meu colo, olhou pra mim como se falasse “Take it easy, boy!” e dormiu. Esse cachorro é demais. Em um segundo tempo tenso, cheio de lances de perigosos, Yoshi não moveu um pelo de seu recente bigode.
No último lance do jogo, Yoshi abriu o olho rapidamente só para impedir um gol mais do que certo do Atlético. Foi ele, tricolores. Foi Yoshi quem tirou aquela bola. Fim de jogo, segunda vitória seguida, em dois jogos. Yoshi ganhou um delicioso osso da vitória e nem vai ficar de castigo pelos estragos feitos na cozinha.
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