“E aí, tá ouvindo o quê?”

domingo, 18 de outubro de 2015
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"E aí, tá ouvindo o quê?"

Se você é músico ou, de alguma forma trabalha com música, já deve ter ouvido essa frase algumas vezes. Comigo não é diferente. Mas alguns eventos — isolados ou não — fizeram com que eu encontrasse algumas pessoas que me fizeram essa mesma pergunta. Foi então que eu pensei: por que não responder isso também aos leitores da Discopédia? Então, amigo ouvinte, meu irmão, se você quer saber o que estou ouvindo ultimamente, lá vai:

Brothers (2010) - The Black Keys
Sou o mestre em ouvir as coisas depois de todo mundo. Apesar de já ter ouvido a dupla em El Camino (2011), foi Brothers que realmente me pescou, agora, cinco anos depois de seu lançamento. Com uma guitarra e uma bateria, Dan Auerbach e Patrick Carney me lembraram T-Rex, a voz do grande Leslie West, do Mountain, e ainda trouxeram um som bem inovador. Vale a pena ouvir, um disco bom e barulhento na dosagem certa, sem contar que tem uma capa genial.

Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas (1987) - Titãs
Outro clássico que demorei a conhecer. Titãs em sua fase mais pesada e anárquica, flertando também com efeitos eletrônicos diversos. Nando Reis toca baixo nesse disco como nunca, com um timbre muito contagiante. O disco tem como principal destaque as três primeiras faixas, que soam como uma só: “Todo Mundo Quer Amor”, “Comida” e “O Inimigo”. Ainda vale prestar atenção nas versões originais de “Nome Aos Bois”, “Diversão” — com boas sacadas na bateria eletrônica — e a faixa título.

A Tábua de Esmeralda (1974) – Jorge Ben
Muitas pessoas — que com certeza nunca ouviram o LP África Brasil (1976) — consideram esse o melhor trabalho de Jorge Ben. É um disco fantástico, recheado de filosofia e com o samba-rock característico do carioca. Musicas de primeiro nível como “O Homem da Gravata Florida”, “Os Alquimistas Estão Chegando”, com suas viradas lindas de bateria, e a toda especial “Errare Humanum Est” são desse disco. Salve Jorge!

Araçá Azul (1973) – Caetano Veloso
Sem dúvida o trabalho mais experimental da carreira do Caetano. Pra quem estava acostumado a ouvir canções com pegadas mais populares na época, como “Alegria, Alegria”, “Irene” ou ainda “Tropicália”, deve ter sido um susto escutar um Caetano Veloso tão radical, com faixas difíceis como “De Conversa/Cravo e Canela” e “Sugar Cane Fields Forever”. Mas é um disco lindo. Lanny destruindo na guitarra no medley “De Cara/Eu Quero Essa Mulher”, a doçura do cantor em “Tu Me Acostumbraste” e “Araçá Azul (Araçá Blue)”.

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