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Celebrando
Pinçado da Internet:
“Qualquer problema que você tiver comigo é seu.”
Celebrando (1)
Na noite da última sexta-feira, 28, aconteceu o Baile de Gala em que foram celebrados os 60 anos do Nova Friburgo Country Clube.
Patrimônio que pulsa há seis décadas dentro de um complexo paisagístico monumental, que é o parque, que completa 155 anos de existência. E é impossível dissociar o clube do parque. E ainda, separar esse monumento da rica contribuição de pessoas.
Gente que fez da sua vida um capítulo dessa narrativa.
Celebrando (2)
Temos o hábito de associar patrimônio a atribuição de valores, sendo muitas vezes difundida a ideia equivocada de que eles – os bens – possuam valor intrínseco. Compreendo a frieza dos investidores, mas o que faz com que essas coisas sejam valiosas e significativas – o que o torna patrimônio são os processos culturais e as atividades que são empreendidas sobre eles, e dos quais eles se tornam parte.
E não somente os valores relacionados à idade, monumentalidade ou estética de um lugar.
Temos sim todos esses atributos. Mas temos mais...
Celebrando (3)
Na década de 60, eram os bailes de debutantes que acendiam candelabros para a juventude.
As senhoras já difundiam a necessidade da generosidade humana como salvaguarda do mundo.
E os clubes de serviço, como o Rotary, tiveram início entre festas e celebrações.
Ser elegante é ser solidário.
Celebrando (4)
A Festa do Colonizador ganhava a mídia nacional nos anos 70, e os carnavais exigiam dias e madrugadas de filas intermináveis para garantir camarotes e ingressos.
Na Festa de Queijos e Vinhos, canecos de cerâmica esmaltada, cumbucas de
barro e o aroma inconfundível da sopa de cebola.
No salão Colonial ou Amarelo, como queiram, eram os desfiles de moda que traziam as novidades.
Celebrando (5)
Os bailes de gala obrigaram comerciantes a criar departamentos de aluguel de smokings e no tapete vermelho desfilavam as elegantes mulheres de ouro, eleitas pelo costureiro Eduardo Rodrigues.
Eram as “dez mais”, como eram chamadas, que desfilavam em esvoaçantes longos de musselines e crepes...
Até que, no final da década de 1970, a estudante universitária adentrasse os salões com sua ciganinha de algodão floral (chamada “mamãe dolores”) e sandálias rasteiras.
O mundo, definitivamente, voltaria a girar.
Celebrando (6)
Nos anos 80 e 90, tempos de mudanças, de descentralização.
E o esporte atingiu o seu ápice. O basquete de ouro, o bolão internacional, os talentos
no tênis, o vôlei, a ginástica artística, a dança...
Teatro inaugurado, e o clube se transforma numa referência artística e entra para o circuito dos grandes espetáculos brasileiros. Evoé!
Celebrando (7)
Tempos de redemocratização e a sociedade brasileira se adaptaria a novos valores, naqueles tempos de crise e fé. Sempre!
E se o mundo não acabou, que sejam bem-vindos os anos 2000. E chegamos até aqui...
A noite da última sexta-feira, capitaneada pelo presidente Roosevelt Concy, reuniu várias gerações em torno da data.
Gente que viveu tudo isso e os novos, que dançaram ao som da Banda Celebrare, brindaram com flutes de Chandon, na recepção do DJ Rod Rock e da boa música do Guerra Trio.
Celebrando (8)
A magnífica ambientação, reproduzindo os ambientes da Casa do Barão, o Chalet levou assinatura de Leco Garcia, com flores de Luciane Affonso.
A noite ganhou o registro de Altair, da Taí Produções, e banquete assinado por David Ramos do Commemori.
Uma noite inesquecível! Irretocável!
Mostrando que o glamour e a elegância não estão nas pessoas, passageiros dos acontecimentos, mas na paisagem deslumbrante do mais amado cartão-postal da cidade.
Celebrando (9)
O momento de emoção foi o pedido de aplausos ao querido José Gandur Helayel Barucke, presidente do clube que nos deixou recentemente.
E as homenagens foram para o Sr. Harold de Nova Friburgo Lee Hartman, trineto do 1º Barão de Nova Friburgo Antonio Clemente Pinto e bisneto do Conde de Nova Friburgo Bernardo Clemente Pinto Sobrinho e para a querida Maria Helena Flores Guinle, neta de Eduardo Guinle e filha de Cesar Guinle.
Maria Helena morou no Chalet do Parque São Clemente desde tenra idade, tendo ali passado a sua infância.
Celebrando (10)
O empresário Benoni Félix Abido, um dos cinquenta fundadores do Clube, cuja assinatura é a nona na ata da primeira reunião datada de 20 de abril de 1957, estava lá.
Ladeado pela família e abraçado pelos muitos amigos.
Benoni foi homenageado por todos os presidentes presentes e diretores da atual gestão.
Celebrando (11)
Também estiveram presentes o secretário estadual de Cultura, André Lazaroni, e o ex-diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Fernando Bicudo, o vice-prefeito Marcelo Braune e o presidente da Câmara, Alexandre Cruz.
Os historiadores Vanessa Cristina Melnixenco e Luiz Fernando Dutra Folly lançaram o livro “Os Clemente Pinto – sob as asas da águia”, primeiro de uma trilogia sobre a história do parque residência até os dias do Nova Friburgo Country Clube
David Massena
David Massena
David estreou nas colunas sociais ainda na década de 70. É jornalista, cerimonialista, bacharel em Direito, escritor e roteirista. Já foi ator, bailarino, e tantas coisas mais, que se tornou um atento observador e, às vezes, crítico das coisas do mundo.
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