A Vigilante do Amanhã

sexta-feira, 07 de abril de 2017
Foto de capa

A ordem social é dominada pelas máquinas, a cidade se sobrepõe à natureza e o ser humano é secundário. Aqueles que protestam contra o Primeiro Ministro e o avanço da tecnologia são classificados como descartáveis. Desta maneira, uma mulher é presa e feita de rata de laboratório. Seu cérebro é colocado numa máquina, transformando-a na protagonista Major, representada pela atriz Scarlett Johansson.

“A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell” é um filme de origem, uma adaptação do mangá Ghost in the Shell, de Masamune Shirow, publicado originalmente entre 1989 e 1990 no Japão. Conta a história de Major, e sua função de combate ao crime pelo governo e sua equipe de segurança do Setor 9, comandado pelo lendário ator japonês Takeshi Kitano como Aramaki.

Um filme que preza pela heterogeneidade, em alguns diálogos um ator fala em japonês e o outro responde em inglês, sem receio de causar estranheza na comunicação. Algo que nos faz pensar no nosso mundo real, carregado de intolerância e ódio pela diferença. A diversidade vai para além da tela grande, os atores são de diversos países, como o dinamarquês Pilou Asbæk, como Batou, o singapurense Chin Han, como Togusa, o australiano de ascendência fijiana Lasarus Ratuere, como Ishikawa, e a inglesa de ascendência curda e polonesa Danusia Samal, como Ladriya; o mundo globalizado se fazendo presente no cinema, sem muros para separa-los. Ainda temos a atriz francesa Juliette Binoche, que interpreta a engenheira Dr. Ouelet.

Uma produção hollywoodiana não poderia deixar de lado sua maneira didática de contar história. Em certo momento o título do filme é explicado. O trabalho de Jan Roelfs no Design de Produção aliado à empresa de efeitos visuais Weta Workshop, alcançam um trabalho impecável. As cenas de ambiente futurista são de encher os olhos, você vai querer pausar a projeção para perceber cada detalhe, um deslumbre corajoso do diretor Rupert Sanders. O vilão Kuze, interpretado por Michael Pitt, tem seu papel no filme questionável. O 3D funciona bem, alguns objetos vão voar para fora da tela.

 

A Cabana (The Shack)

2017 - 2h 12min – EUA
Direção: Stuart Hazeldine
Elenco: Octavia Spencer, Sam Worthington, Sumire Matsubara, Avraham Aviv Alush e Alice Braga

Quando o romance “A Cabana” chegou às prateleiras em 2007, o drama cristão do autor William P. Young teve uma controvérsia significativa: criou seu retrato da Santíssima Trindade como uma mulher negra, um homem oriental e uma mulher asiática. Levaram 10 anos para Hollywood transformá-lo no filme homônimo. Definitivamente, um filme mensagem; Aproximando-se suavemente da humanidade real e evitando pregação, uma doçura de filme. Octavia Spencer foi uma excelente escolha de elenco.

3 estrelas

 

Os Smurfs e a Vila Perdida

Após dois filmes live-action e fracassos de bilheteria, os Smurfs estão de volta aos cinemas em versão totalmente animada. “Os Smurfs e a Vila Perdida” conta a história de Smurfette e seus melhores amigos – Gênio, Desastrado e Robusto – numa aventura pela Floresta Proibida repleta de criaturas mágicas, para encontrar uma misteriosa vila perdida antes que o malvado feiticeiro Gargamel o faça. Os Smurfs se encaixaram perfeitamente nos anos 80, hoje, suas aventuras não empolgam ou mesmo remetem ao passado.

2 estrelas

 

O Poderoso Chefinho (The Boss Baby)

2017 - 1h 37min – EUA
Direção: Tom McGrath
Roteiro: Michael McCullers e Marla Frazee
Elenco: Alec Baldwin, Steve Buscemi, Jimmy Kimmel, Lisa Kudrow, Tobey Maguire

O Poderoso Chefinho foi inspirado no livro infantil The Boss Baby de Marla Frazee, de 2010. O bebê protagonista chega da Baby Corp., uma corporação de criação de bebês no céu, e ele é hilário, trata seus pais como empregados, se comporta como chefe da casa e faz arruaças com seu irmão mais velho - tudo isto na cabeça dele. O filme é alegre, no entanto, ao invés de nos aprofundar na realidade de uma criança, o filme estranhamente se distancia. Poucos são os momentos da perspectiva dos pais em relação aos filhos.

2 estrelas

 

Fragmentado (Split)

2017 - 1h 57min – EUA
Roteiro e Direção: M. Night Shyamalan
Elenco: James McAvoy, Betty Buckley, Anya Taylor-Joy, Haley Lu Richardson, Jessica Sula
Classificação Indicativa: 14 anos

Fragmentado é um thriller psicológico sobre um homem com 23 personalidades, mas que pode ter uma 24ª e ela é extremamente perigosa. M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido) escreve e dirige mais um filme com eficiência no terror e humor, com sutis reviravoltas. Pode parecer uma trama sobre garotas tentando escapar de um homem perigoso, mas não é, tem muito mais do que aparenta. O ator James McAvoy é o melhor do filme, sua atuação surpreende e sustenta o roteiro. Detalhe, assista os créditos finais ;)

3 estrelas

 

A Bela e a Fera (Beauty and the Beast)

2017 - 2h 9min – EUA
Diretor: Bill Condon
Classificação Indicativa: Livre

A Bela e a Fera, de 1991, encantou o mundo, sendo a primeira animação indicada à categoria de melhor filme em um Oscar. Já a versão live-action peca, justamente, em se prender às referências do original, embora acrescente 45 minutos, dando mais consistência aos personagens. A escolha do elenco é primorosa, muito bem protagonizado por Emma Watson e sua Belle moderna, mas o visual do filme deixa a desejar. A representação da Fera lamentavelmente não causa o impacto esperado. Está para agradar os fãs da animação, nada mais.

3 estrelas

TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.