Um Lugar Silencioso

sábado, 14 de abril de 2018
Foto de capa

O ator John Krasinski ficou conhecido do grande público ao interpretar o papel Jim na série The Office, finalizada em 2013. Neste mês chegou as salas de cinema o seu terceiro filme no cargo de diretor, Um Lugar Silencioso, e, provavelmente, sua maior conquista acima da média para definitivamente desenvolver sua carreira por trás das câmeras. O filme estreou nos cinemas dia 5 de abril, e ainda está em cartaz na nossa cidade.

Dessa vez o diretor escreveu o filme de suspense em parceria com Bryan Woods e Scott Beck, e não decepciona. Este fascinante thriller quase silencioso exala o desespero de um mundo quebrado, utiliza a pura expressão corporal de um elenco que você pode contar em uma mão. O filme mantém um medo minimalista por toda parte, com cada passo ou movimento repentino carregando o potencial da morte instantânea.

Um Lugar Silencioso desenvolve sua premissa horripilante em torno de um truque perfeito para narrativas cinematográficas: em um campo pós-apocalíptico, os monstros são atraídos por suas presas pelo som, de modo que os sobreviventes humanos mal conseguem trocar mais do que sussurros.

O pavor se estabelece nos seus minutos iniciais, uma família está na ponta dos pés e sujos através de uma mercearia em ruínas a procura por suprimentos. Duas crianças seguem o exemplo de seu pai severo (Krasinski), enquanto sua mãe (Emily Blunt) paira nas proximidades. Na estrada, um barulho repentino acena a chegada de algo aterrorizante. O cenário está montado para um filme narrado quase que inteiramente por meio de expressões gestuais, pausas inquietantes e olhares indignados. Podemos dizer que também se trata de uma história de sobrevivência de ficção científica rotineira em embalagens extravagantes, repleta de pulos das cadeiras e óbvios dilemas familiares - mas como uma oferta de gênero muito bem produzida pelo cineasta Michael Bay.

As atuações são intensas e marcantes, chamam a atenção por se tratar de um gênero de filme que não se dá muita atenção aos papéis, mas sim aos sustos. Krasinski tem a capacidade de extrair o suspense de cenários inusitados. Proporcionando um prazer na platéia, onde os sustos não vêm com um estrondo, mas com sussurros e silêncio. O ruído pode matar você.

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