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Stephen King no cinema
O escritor americano Stephen King é amado pelo cinema e televisão. Foram mais de 400 publicações transformadas em diversos filmes e séries de TV. Alguns livros foram adaptados com menos de um ano de lançamento; fato comum nos dias de hoje, mas um grande feito na década de 70.
Neste 7 de setembro, dia da independência do Brasil, chega aos cinema mais uma adaptação de sua obra: It, A Coisa, que narra a jornada de um grupo de crianças contra uma entidade ancestral que vai e volta no tempo. Neste caso, a segunda versão, sendo a primeira realizada no formato de minissérie para televisão em 1990 com o nome It: Uma Obra-Prima do Medo.
O suspense e terror prevalecem no estilo romancista do autor, temas de grande relevância na preferência dos roteiristas de cinema. Algumas tramas giram em torno de assombrações, personagens com poderes psíquicos, realidades alternativas e máquinas assassinas. Muitos filmes passaram despercebidos, outros se tornaram grandes sucessos de público e crítica. Vamos relembrar alguns que chegaram aos cinemas:
O primeiro de todos, Carrie: A Estranha. O livro de 1974 chegou ao cinema pelas mãos de Brian de Palma em 1976 com Sissy Spacek no papel-título, ganhou uma continuação em 1999, A maldição de Carrie, e remake em 2013 com Chloë Grace Moretz como Carrie.
O primeiro grande sucesso não tardou. Veio em 1980 com O Iluminado. Stanley Kubrick adapta o livro como bem entende e escala Jack Nicholson no papel principal. O autor rejeita a adaptação, afirma que a escolha do ator foi equivocada e ainda fala mal do cineasta em inúmeras entrevistas. Após o descontentamento, o escritor resolve escrever o roteiro da próxima adaptação e realiza o filme Creepshow: Show de Horrores em 1982, sob a direção de George A. Romero. Por muitos filmes subsequentes o autor se tornou presente para que suas histórias não fossem deturpadas.
Em 1983 foram produzidos três filmes, e o escritor se torna o queridinho de Hollywood. Cujo, um filme sobre um cachorro St. Bernard que contrai raiva e aterroriza uma pequena cidade americana, A Hora da Zona Morta com o cineasta David Cronenberg no comando e Christine, O Carro Assassino é adaptado por John Carpenter.
O conto Colheita Maldita publicado na revista masculina Penthouse em março de 1977 se transforma em 7 filmes a partir de 1984. Neste momento o autor está consolidado como garantia de bilheteria. Enquanto isso, a atriz Drew Barrymore, ainda menina, estrela o filme Chamas da Vingança no mesmo ano.
O filme Conta Comigo recebe indicação ao Oscar de melhor roteiro adaptado em 1986, a primeira obra baseada no autor a alcançar maiores voos. O filme é a principal influência para a série de sucesso Stranger Things da Netflix. Enquanto Stephen ganha notoriedade no cinema, o ator Arnold Schwarzenegger domina as salas com seus filmes de ação, e claro, não tardou para os dois nomes se juntarem com a obra O Sobrevivente em 1987.
Chega a década de 90 com muitas confusões e seu filme mais amado por muitos. Em 1992, O Passageiro do Futuro, estrelado por Pierce Brosnan, é processado por Stephen. A New Line Cinema utilizou apenas uma cena do conto e o nome; “o restante do filme em nada se parece com o que eu escrevi”, disse o autor. Logo depois, em 1994, chega a sala de cinema a obra-prima Um Sonho de Liberdade, pelas mãos de Frank Darabont. Difícil achar alguém que não goste do filme, e mais, de maneira recorrente está presente em listas de melhores filmes de todos os tempos. Com isso, Frank não parou por aí: em 1999 volta ao mundo do autor com À Espera de um Milagre e recebe quatro indicações ao Oscar. Põe no mapa do cinema o ator de 1,96 de altura Michael Clarke Duncan, e junto sua delicadeza e sensibilidade de mesma proporção.
Os anos 2000 não começam nada bem, O Apanhador de Sonhos chega aos cinemas em 2003 com o ator Morgan Freeman, fracassa na bilheteria e foi mal recebido pela crítica. O ator Johnny Depp estrela A Janela Secreta em 2004, também um fracasso. Quando muitos acreditavam que suas histórias tinham perdido interesse, três anos depois a redenção chega com o filme 1408, estrelado por John Cusack e Samuel L. Jackson. Enorme sucesso de bilheteria, e, por precaução, teve quatro finais filmados para que o autor escolhesse aquele que iria para as salas de cinemas. Devido o sucesso da dupla de atores, em 2016, são escalados novamente no filme Celular, dessa vez produzido para o sistema on demand e sem o mesmo sucesso.
Neste ano tivemos a oportunidade de assistir os filmes A Torre Negra, que tem sido um fracasso de bilheteria e crítica, e, a partir do dia 7, o esperado It: A Coisa, pela primeira vez nos cinemas. Que venham mais filmes de alta qualidade capazes de perturbar os nossos sonhos.
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