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A mulher no cinema
A estreia de “Mulher Maravilha”, de Patty Jenkins, traz uma mulher como super-heroína protagonista, um lugar comumente relacionado a personagens masculinos. Nesse mesmo passo, a própria Jenkins, enquanto diretora, toma um espaço ainda pouco ocupado por mulheres. Para falar sobre o tema convidei Drika de Oliveira, diretora de fotografia, formada em Cinema pela PUC-Rio.
As mulheres sempre estiveram presentes no cinema. Como ajudantes nas salas de montagem, na produção do set ou como atrizes (de coadjuvantes a grandes estrelas). Mas nenhum desses cargos é lugar de decisão sobre o resultado final de um filme. E a desigualdade de gênero no cinema é uma realidade histórica, sobretudo para aquelas que atuam como diretoras. Afinal, qual foi a última vez que você assistiu um filme dirigido por uma mulher?
Ao longo de 88 anos de premiações no Oscar, apenas quatro mulheres foram indicadas à categoria de melhor direção, e, em 2010, Kathryn Bigelow foi a primeira e única mulher a ganhar a estatueta, com "Guerra ao Terror" (2008). Nos 70 anos do Festival de Cannes, no domingo passado (28), Sofia Coppola ganhou a Palma de Ouro com o filme “O estranho que nós amamos”, tornando-se a segunda mulher a vencer o prêmio de melhor direção (a primeira foi Yuliya Solntseva, em 1961). No Brasil, apenas em 1984 tivemos o primeiro longa metragem nacional dirigido por uma mulher negra, Adélia Sampaio.
Assim, ao se falar de representatividade feminina no cinema é preciso citar figuras históricas de resistência, como Germaine Dulac, Maya Deren e Esther Shub — diretoras da primeira metade do século XX, ligadas à vanguarda e à experimentação, com filmes disponíveis no YouTube. Quanto às realizadoras contemporâneas, poderia citar Lucrecia Martel (“O pântano”, 2001), Marília Rocha (“Aboio”, 2005), Maria Augusta Ramos (“Juízo”, 2007), Petra Costa (“Elena”, 2012), Anna Muylaert (“Que horas ela volta?”, 2016) e outras tantas.
Aos poucos, as mulheres conquistam seu espaço. Ainda há muito o que caminhar.
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