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Existe filme bom ou ruim?
Em relação aos filmes, se tornou comum a classificação de bom ou ruim, mas tudo não passa de um reducionismo questionável quando se trata de arte. Mesmo assim, ao sairmos de uma sessão, é o que falamos para os amigos. Esse pensamento se espalhou e também tomou conta das críticas, aquelas que deveriam ter um papel de nos apresentar as inúmeras referências, signos, símbolos etc., contidos na história e que passariam despercebidos pela maioria.
Alguns filmes foram massacrados pelo público e crítica, algo comum a cada mês de novos lançamentos. Estes ganham novas perspectivas com o tempo, e por muitas vezes deixam de lado aquele status de ruim ou se tornam mais equivocados com a evolução do pensamento.
Vamos relembrar alguns filmes que merecem a nossa revisão e novo entendimento sobre seu papel na história do cinema.
Showgirls, de Paul Verhoeven - 1995
Quando o filme chegou aos cinemas criou-se muita expectativa porque poderíamos estar diante de um novo Instinto Selvagem. Ambos foram dirigidos pelo mesmo cineasta e vendia a ideia de um drama sensual. Na época eu tinha 13 anos e precisei burlar a bilheteria para assistir. Como um adolescente com os hormônios à flor da pele, não achei nada demais no filme. Fiquei decepcionado. Os críticos, ocasionalmente, o chamam de paródia equivocada. Na época, os textos eróticos da Playboy faziam muito sucesso, e, ao contrário deste filme, os artigos da Playboy são muitas vezes interessantes, animados e bem escritos até hoje.
Batman & Robin, de Joel Schumacher - 1997
Duas palavras marcam este clássico de super-heróis de 1997: os mamilos de borracha. Este é o filme que, junto com Chris O'Donnell como Robin e George Clooney como Batman, finalmente deu à icônica roupa de morcego os mamilos que ele merecia devido ao grande desfile de carnaval apresentado pelo diretor. Não perca a performance arrasadora de Arnold Schwarzenegger como Doctor Freeze.
Medo (Fear), de James Foley - 1996
"Um romance apaixonado", segundo o anúncio, se transforma em uma obsessão neste filme que nos deu um dos papéis mais sem graça de Reese Witherspoon, a estereotipada "boa garota que acabou mal" Nicole, que faz coisas ainda mais irritantes com Mark Wahlberg em uma montanha-russa no filme. Uma boa razão para assistir a este filme, no entanto, é a grande moda da década de 1990, a Alyssa Milano.
Con Air - A Rota da Fuga (Con Air), de Simon West - 1997
Este thriller de grande sucesso de bilheteria, estrelado por Nicholas Cage e John Malkovitch, recebeu críticas mistas, mas não conseguiu derrubar a reputação do produtor Jerry Bruckheimer, o mesmo que tiraria do papel os filmes da saga Piratas do Caribe. Também conseguiu não ser processada pela empresa Conair Corporation, fabricante de alguns dos melhores secadores de cabelo do mundo. Ainda assim, não deixe que os pessimistas o enganem: vale a pena assistir até pelas manobras legais. Além disso, conta com memoráveis papéis coadjuvantes de Dave Chappelle, Steve Buscemi e Colm Meaney.
Matador de Aluguel (Road House), de Rowdy Herrington - 1989
O belo ator Patrick Swayze estrela o icônico e sem noção Matador de Aluguel. Feito dois anos depois de Dirty Dancing, agora é um dos mais amados, seguido da frase: é tão ruim que é um bom filme. Tudo o que foi brega neste filme, amadureceu com a idade e se transformou na mais deliciosa nostalgia pungente. Um pouco de trivia: todos os atores, incluindo Swayze, fizeram suas próprias cenas de ação.
Super Mario Bros., de Annabel Jankel, Rocky Morton - 1993
No processo de traduzir o universo icônico de videogames de Super Mario Bros em um filme de ação “live action”, vamos apenas dizer que as coisas ficam estranhas. O enredo, por exemplo, começa com a ideia de que 65 milhões de anos atrás, quando um cometa atingiu a Terra, não matou os dinossauros, mas sim os prendeu em uma dimensão alternativa. Avançando até os dias atuais, um par de encanadores ítalo-americanos (Bob Hoskins e John Leguizamo) entra em conflito com os mafiosos locais e tem que escapar, naturalmente, à dimensão secreta dos dinossauros. Boa reflexão!
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