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Uso de cheque aumenta
Mudança de hábitos
A queda no poder aquisitivo fez o brasileiro rever alguns hábitos adquiridos nos tempos de bonança da economia. As idas aos restaurantes diminuíram e a frequência aos supermercados subiu — afinal, cozinhar em casa é mais barato. De acordo com o boletim ConsumerThermometer, da KantarWorldpanel, de agosto, 22,7 milhões de lares aumentaram a frequência em supermercados em busca de liquidações.
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“Percebemos que as famílias estão comprando ingredientes para fazer a comida em casa, como leite condensado, creme de leite, linguiça e hambúrguer”, diz a diretora comercial da Kantar, Christine Pereira. Segundo ela, desde o início da crise, os produtos que mais crescem na lista de compras são linguiça, açúcar e café torrado. E essa mudança de hábito deve demorar a ser revertida. O poder de compra dos brasileiros deve começar a se recuperar em breve, mas lentamente.
Uso de cheque aumenta
Com os juros do cartão de crédito em 53% ao ano, de acordo com dados do Banco Central, e a escassez de dinheiro ligada à crise econômica, muitos brasileiros têm optado pelo uso do cheque como meio de pagamento. Segundo levantamento do Perfil do Consumidor realizado pela Multipro, empresa do Grupo MultiCrédito, por conta da facilidade de acesso a essa forma de pagamento, o cheque foi utilizado principalmente por casados nos meses de junho a agosto. Ao todo, 56,9% deles fizeram uso dessa forma de pagamento e procuraram a empresa para renegociar dívidas. O estudo constatou que os principais usuários de cheque no período têm renda entre dois e quatro salários mínimos e adquiriram produtos e serviços de alimentação (19,9%), materiais de construção (12,2%) e farmácias (10,2%).
Economia com benefícios
Após cancelar 8.442 benefícios de auxílios-doença a partir de um levantamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário informou que deve economizar R$ 139 milhões anualmente com a medida. Segundo a pasta, os benefícios foram cancelados por irregularidades na concessão. O número representa 77,49% das perícias de revisão efetuadas até o último dia 15. Além do corte, outros 500 beneficiários foram encaminhados para reabilitação profissional e mais de mil benefícios foram transformados em aposentadoria por invalidez.
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De acordo com o INSS, até o momento 79.494 beneficiários do auxílio-doença foram comunicados por carta, o que corresponde a 52,88% do total previsto para os dois lotes, com pessoas até 39 anos e de 40 a 45 anos. O envio das cartas segue critérios de disponibilidade de agendamento nas unidades do INSS de cada município.
Serviços caíram
O volume dos serviços recuou 1,6% de julho para agosto após crescimento de 0,7% em julho comparativamente a junho, fechando os primeiros oito meses de 2016 com queda acumulada de 4,7%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, quando a comparação se dá com agosto do ano passado, a queda é ainda maior: de 3,9%. A queda de 1,6% de julho para agosto no volume dos serviços reflete retrações nas atividades de serviços prestados às famílias (-1,6%); serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,3%); e outros serviços (-1,2%).
Recessão avança
Segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal), houve queda de 0,7% no movimento dos negócios em agosto. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, houve retração de 2,6% na atividade econômica em agosto. No acumulado do ano até agosto, a atividade econômica brasileira exibiu contração de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
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De acordo com os economistas da Serasa Experian, o recuo mensal de 0,7% em agosto aponta que a recessão econômica avança. Os juros altos e queda do poder de compra da população são alguns dos fatores que justificam a manutenção do quadro recessivo para a economia brasileira.
Intenção de compra
Apesar dos números em queda do setor automotivo, sinais de melhora na confiança do consumidor, alta intenção de compra e uma frota envelhecida esboçam possibilidade de melhora para a indústria. De acordo com dados do Instituto Ipsos, 42% dos entrevistados proprietários de veículos com até cinco anos de uso têm a intenção de trocar seu carro nos próximos dois anos.
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O percentual de intenção varia entre os que querem comprar no curto e no médio prazo: 60% desejam fazê-lo em no máximo 12 meses e 22% pretendem trocar de veículo nos próximos seis meses. Os dados foram apresentados no Congresso Perspectivas 2017, realizado pela Autodata que discutiu as perspectivas de mercado para o setor.
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