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Um sério problema de saúde
Linha do Tempo
“Fumar não é questão de hábito, é questão de óbito”
Um sério problema de saúde
O termo tabagismo significa abuso do tabaco, como nos ensina Aurélio Buarque de Holanda. O tabaco é uma erva da família das solanáceas (Nicotiana tabacum), que possui nicotina e cujas folhas, quando dessecadas, constituem o fumo ou tabaco. Dele as pessoas fazem uso de diversas maneiras: inalado (cigarro, cachimbo, charuto, cigarro de palha), aspirado (rapé) ou mascado (fumo-de-rolo).
Embora os produtos derivados do tabaco sejam consumidos há muitos séculos, somente no século XX observou-se acentuado aumento de seu consumo. Por volta de 1918, por exemplo, o consumo de cigarros já havia suplantado qualquer outra forma de utilização do tabaco, provavelmente por influência da Primeira Grande Guerra. Nos EUA, em 1990, foi estimado o consumo de 2.800 cigarros/ano por adulto. Hoje, o cigarro é a forma mais importante de utilização do tabaco, tendo tornado-se um sério problema de saúde pública, tanto no Brasil como no mundo. O que se esconde na fumaça do cigarro?
O cigarro contém uma mistura de cerca de 4.700 substâncias tóxicas. Parte delas é gasosa, incluindo o monóxido de carbono, e algumas são partículas, como o alcatrão, a nicotina e a água. O alcatrão, além dos radioativos urânio, polônio 210 e carbono 14, concentra 43 substâncias comprovadamente carcinogênicas, ou seja, que provocam o câncer, já que alteram o núcleo das células. A fumaça do cigarro contém toxinas que produzem irritação nos olhos, nariz e garganta, bem como diminuem a mobilidade dos cílios pulmonares, ocasionando alergia respiratória em fumantes e não-fumantes. Estes cílios, semelhantes a cabelos muito finos, são projeções da mucosa que ajudam a remover sujeiras e outros detritos do pulmão. Quando têm seus movimentos paralisados pela exposição à fumaça do cigarro, as secreções acumulam-se, contribuindo para a tosse ou pigarro típico do fumante e para o surgimento de infecções respiratórias, freqüentes em quem tem contato com a fumaça.
A fumaça do cigarro é também constituída por monóxido de carbono (CO), cuja concentração no sangue circulante de quem fuma aumenta rapidamente pela manhã, continua a subir durante o dia e decresce à noite. Aproximadamente, 3% a 6% da fumaça do cigarro são compostos por monóxido de carbono. Quando inalado, o monóxido de carbono atinge os pulmões e dali segue para o sangue, reduzindo sua capacidade de carregar oxigênio. Em conseqüência, as células deixam de respirar e produzir energia, o que faz com que o fumante tenha o fôlego prejudicado e fique exposto ao risco de doenças cardiovasculares e respiratórias.
A nicotina, outra das substâncias encontradas no cigarro, diminui a capacidade de circulação sangüínea, aumenta a deposição de gordura nas paredes dos vasos e sobrecarrega o coração, podendo levar ao infarto do miocárdio e ao câncer, mas seu papel mais importante é reforçar e potencializar a vontade de fumar. Ela atua da mesma forma que a cocaína, o álcool e a morfina, causando dependência e obrigando o fumante a usar continuamente o cigarro. Em altas concentrações, é também venenosa.
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