Um dia pra ser feliz

sábado, 18 de março de 2017

Fábula

Outono – divindade alegórica, que se diz ser deusa dos frutos

(Dicionário da Fábula – Edição Garnier – Paris)

Linha do Tempo

A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.

Leon Tolstoi

Um dia pra ser feliz

Em 2012, a Organização das Nações Unidas aprovou a instituição do Dia Mundial da Felicidade (20 de março), após campanha feita pelo Butão, um país quase anônimo, pouco maior que o estado do Rio de Janeiro, aninhado nas montanhas do Himalaia que utiliza um índice nacional de felicidade bruta.

A resolução da ONU diz que “a busca pela felicidade é um objetivo humano fundamental” e sugere que se comemore a data de forma apropriada, incluindo por meio de atividades educativas e de conscientização pública.

Até que ponto esses conceitos conseguem sugerir mudanças comportamentais, apagar, ou, pelo menos diminuir, entre nós, as diferenças ideológicas, políticas ou religiosas? É possível criar relações sociais baseadas no cultivo da felicidade, buscada por meio de estruturas comunitárias mais humanas?

Em 1972, o rei do Butão, Jigme SingyeWangchuck, respondeu a críticas sobre o desenvolvimento econômico de seu país, instituindo o índice FIB – Felicidade Interna Bruta, afastando-se dos conceitos tradicionais que somente medem o crescimento econômico. Determinou sete pilares para a efetivação desse índice:

- Promoção do desenvolvimento educacional para a inclusão social

- Preservação e promoção dos valores culturais

- Resiliência ecológica na base do desenvolvimento sustentável

- Estabelecimento da boa governança

- Preservação dos valores capazes de garantirem a vitalidade comunitária

- Saúde na garantia da vida

- Desenvolvimento sustentável para a inclusão e potencialização do padrão de vida

Os pilares do rei do Butão podem fazer parte de um programa de governo. Atualmente vivemos sob o domínio do capital e qualquer iniciativa que se tome para a promoção humana neste sentindo é bem-vinda. Os políticos deveriam se pautar na síntese da sonhada “felicidade bruta”: educação, cultura, saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, representação governamental confiável e desenvolvimento comunitário na ampliação dos padrões de vida.

Vem chegando o outono

O Hemisfério Sul começa oficialmente um novo outono no dia 20 de março, às 7h29, pelo horário de Brasília.

O outono é uma estação de transição para o inverno e a chuva diminui de frequência especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste do país, ficando cada vez mais dependente da passagem de frentes frias.

“O outono toca realejo
No pátio da minha vida.
Velha canção, sempre a mesma,
Sob a vidraça descida…

Tristeza? Encanto? Desejo?
Como é possível sabê-lo?
Um gozo incerto e dorido
De carícia a contrapelo…

Partir, ó alma, que dizes?
Colher as horas, em suma…
Mas os caminhos do outono
Vão dar em parte nenhuma!”

(Mário Quintana)

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