Roubando o Natal

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Roubando o Natal

Cada ano que passa a Black Friday, a megaliquidação inspirada no varejo dos Estados Unidos e marcada para a próxima sexta-feira, 25, está roubando vendas do Natal no comércio brasileiro. E, neste ano de crise, essa tendência deve se acentuar, pois o consumidor está em busca de maiores descontos.

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A intenção do brasileiro de antecipar as compras de dezembro para novembro é clara em duas pesquisas que acabam de ser concluídas. Quase a metade (48%) dos consumidores que já fizeram, pelo menos uma vez, compras pela internet pretende comprar presentes de Natal na Black Friday, segundo enquete online com cerca de mil pessoas. Pesquisa do Ibope realizada para a área de varejo do Google chegou a um resultado semelhante: 47% dos internautas declararam que planejam antecipar as compras de Natal na megaliquidação.

Troca de carros

 Pesquisa do Mercado Livre Classificados, encomendada ao Ibope Conecta, aponta que a parcela de brasileiros interessados em trocar de carro em até um ano subiu 20% em relação ao ano passado: passou de 40% para 48% dos brasileiros. A pesquisa foi realizada com 500 pessoas no período de 14 a 20 de outubro em todas as regiões do Brasil. Entre os entrevistados que já possuem um carro (80% da amostra), a maioria (56%) deseja trocar o carro atual por um zero quilômetro e 24% por um usado. Pelo menos 21% ainda não se decidiram por qual veículo comprar. Entre os brasileiros que não possuem um carro (20% da amostra), 33% disseram que pretendem comprar um veículo no prazo de um ano, e uma boa parcela (26%) se planeja para adquirir um carro somente daqui a três anos. 

PIB em queda

O governo anunciou redução da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, de 1,6% para 1%. Para 2016, a projeção, que era queda de 3%, piorou, passando para uma contração de 3,5% da economia. As informações foram divulgadas pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fábio Kanczuk. O governo também revisou as estimativas da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelas novas previsões, o IPCA acumulado em 2017 ficará em 4,7%, ante 4,8% estimado em agosto. Para 2016, a projeção para a inflação caiu de 7,2% para 6,8%, segundo a equipe econômica.

Dinheiro eletrônico

Os meios de pagamento eletrônicos cresceram tanto, nas últimas duas décadas, que, pelos cálculos do Banco Central, cada brasileiro detém, em média, dois cartões na carteira. O que, no entanto, desponta como um avanço, daqui a alguns anos, já será passado. Não por acaso, as empresas têm investido cada vez mais em tecnologia para tornar a vida dos consumidores mais fácil. Os avanços passam pela conversão de celulares, relógios, pulseiras e até anéis em dispositivos que terão as mesmas funções do dinheiro de plástico. O que exigia presença física, agora pode ser adquirido no e-commerce, enquanto os pagamentos em espécie (dinheiro vivo) são substituídos pelos cartões.

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Até o fim do 2015, o Brasil registrava 317,3 milhões de cartões de débito emitidos, além de 165,2 milhões dos de crédito, para uma população estimada em 203 milhões. O mundo de cartões movimentou mais de R$ 1 trilhão, dos quais R$ 678 bilhões no crédito e R$ 309 bilhões, no débito. A conta incluiu ainda os cartões de vale-alimentação e de vale-refeição. Na média, o crescimento do setor foi de 11%, apesar da profunda recessão que massacrou a economia brasileira.

Comércio evangélico

Cada vez mais presentes, os evangélicos já representam 22,3% da população, ou seja, somam mais de 42 milhões, segundo o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com bom poder de compra e cada vez mais sedentos por produtos que acompanhem suas crenças, eles têm chamado a atenção de empreendedores. De moda evangélica a editoras de livros, o mercado é promissor e não para de crescer. 

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Com hábitos de consumo que não fogem do padrão do brasileiro, hoje cerca de 73% dos evangélicos compram um livro ao mês, frequentam restaurantes pelo menos uma vez na semana, e claro, para consumo mais específicos como moda evangélica e música, por exemplo, sentem falta de operações para atender suas demandas que são crescentes. A estimativa da Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos (Abrepe) é que esse nicho cresça 14% ao ano movimentando mais R$ 21,5 bilhões no país.

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