Colunas
Renegociação de dívidas
Franquias crescem
O mercado de franquias vem mantendo resultados positivos apesar do momento instável do Brasil, registrando um aumento de 8,2% no segundo trimestre do ano, se comparado ao mesmo período de 2015. A constatação é de estudo realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Para a instituição, o faturamento do setor chegou a R$ 35,18 bilhões, devido a uma melhora na confiança dos consumidores. Alguns segmentos tiveram destaque, pois apresentaram maior desenvolvimento, são eles: esporte, saúde, beleza e lazer (15%), acessórios pessoais e calçados (10%), negócios, serviços e outros varejos (10%), lavanderia, limpeza e conservação (9%) e serviços automotivos (9%).
Varejo difícil
As vendas no comércio varejista devem terminar o ano com queda de 9,4%, o pior resultado já registrado, segundo estimativa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A estimativa, no entanto, melhorou em relação à expectativa anterior, de queda de 9,8% nas vendas. Segundo a CNC, a mudança decorre da “desaceleração lenta da inflação e, principalmente, da reação da confiança do consumidor”. O destaque negativo de julho ficou com o ramo de vestuário e acessórios, que registrou queda de 5,8% em relação ao mês anterior – o pior resultado deste segmento nessa base comparativa desde dezembro de 2014, quando houve recuo de 6,8%. Outro segmento a sofrer perdas expressivas foi o de móveis e eletrodomésticos, com diminuição de 1,0%.
Intenção de consumo
O número de pessoas que procurou crédito em agosto cresceu 7,4% frente a julho. Os dados são do Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, divulgado quarta-feira, 14. Na comparação com agosto do ano passado, a alta foi de 1,9%. Esse indicador é importante por mostrar a intenção de consumo dos brasileiros. Quando há aumento da demanda por crédito, isso significa que os consumidores estão mais dispostos a comprar e mais confiantes no futuro, já que os financiamentos e empréstimos são pagos a prazo. Na comparação com julho, a maior demanda ocorreu entre os brasileiros com renda de até R$ 500 mensais – alta de 9,7%. Para os que ganham entre R$ 500 e R$ 1 mil, o avanço foi de 9%. Já entre os brasileiros que recebem entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, a alta foi de 6,4%.
Dados preocupantes
Em 2014, o país fechou mais empresas do que abriu pela primeira vez desde 2008, quando foi iniciada a série histórica do Cadastro Central de Empresas (Cempre). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apontam que, naquele ano, o Brasil tinha 4,6 milhões de estabelecimentos ativos. De acordo com o levantamento, a taxa de saída de empresas do mercado cresceu 6,1%, passando de 14,6%, em 2014, para 20,7%, em relação ao ano anterior.
*****
O país terminou 2015 com 944 mil estabelecimentos a menos. No período, o número de novos estabelecimentos totalizou 726,3 mil. A queda ocorreu em todos os segmentos, com destaque para a área de "outras atividades de serviços", que aumentou a saída em 10,5% entre 2013 e 2014. Na sequência, apareceram os setores de "artes, cultura, esporte e recreação", com 8,7%, "construção", 7,9%, e "informação e comunicação" (6,8%). Em 2014, as instituições privadas eram responsáveis por ocupar 41,8 milhões de pessoas, das quais 35,2 milhões eram assalariadas e 6,6 milhões estavam na condição de sócio ou proprietário. A movimentação relacionada a salários e remuneração totalizou R$ 939,8 bilhões, com salário médio mensal de R$ 2,03 mil, equivalente a 2,8 salários mínimos.
Dúvidas sobre dívidas
Os consumidores brasileiros estão perdidos quando o assunto é educação financeira e conhecimento em relação às próprias contas. Se não é a realidade de todos, pelo menos para grande parte deles, sim. É o que revela uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que mostra que mais de 40% dos consumidores desconhecem seus rendimentos, e 42,2% daqueles que estão inadimplentes no país não sabem o número de parcelas a pagar no próximo mês.
*****
Ainda segundo a pesquisa, 33,9% dos consumidores no Brasil não sabem ao certo o valor das contas básicas da casa, além de 40,3% desconhecem sua renda total. Outra amostra preocupante se refere à desorganização nas economias pessoais: quatro em cada dez brasileiros inadimplentes não têm conhecimento sobre os valores dos produtos e serviços comprados a crédito que serão pagos no próximo mês (43,5%) e nem quais são eles (43,5%).
Renegociação de dívidas
Em cenário de queda da economia, do aumento do desemprego e da alta da inflação, as renegociações de dívidas têm ajudado a impedir um aumento maior da inadimplência. Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, do Banco Central (BC), houve um pico da chamada reestruturação de dívida em junho deste ano, o que contribuiu para reduzir a inadimplência no encerramento do semestre. Segundo o BC, se não fossem as operações de reestruturação de dívidas, a inadimplência teria um aumento de 0,9 ponto percentual, encerrando o semestre em 4,4%.
*****
O BC explica que as reestruturações de dívidas são um subconjunto das renegociações, em que o tomador enfrenta dificuldades financeiras para honrar seus compromissos, e a instituição financeira faz concessõesde pagamento, que não faria em condições normais de mercado, com o objetivo de reduzir perdas. As reestruturações são estimadas pelo BC, que identifica as operações vencidas e convertidas em operações a vencer, sem pagamento integral dos valores em atraso.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário