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Radar — 31/03/2016
IGP-M em queda
Em todo o país, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que reajusta os aluguéis, fechou em 0,51% este mês, o que representa queda em relação a fevereiro, quando atingiu 1,29%. Em março de 2015, a variação foi de 0,98%. Considerando o acumulado de 12 meses, o índice apresentou alta de 11,56%. A taxa acumulada em 2016 até março é de 2,97%. Os números foram divulgados ontem, 30, pela Fundação Getulio Vargas.
Fraco desempenho
Dados divulgados pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro revelam que o comércio do centro da capital fluminense teve, em 2015, o pior desempenho dos últimos cinco anos, com queda nas vendas de 4,5%, em comparação a 2014. Mais de 670 lojas fecharam as portas no centro da cidade, não só devido ao cenário de incertezas econômicas e políticas do país, mas também em função das obras de mobilidade urbana promovidas pela prefeitura que acabaram afastando o consumidor, segundo informou o presidente da entidade, Aldo Gonçalves.
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Para 2016, as perspectivas não são otimistas. “Nada mudou em relação ao cenário macroeconômico de inflação e juros altos e índice de desemprego crescente. Esses três fatores vão dificultar o desempenho do comércio”, diz Gonçalves. Ele acredita, porém, que uma solução mais rápida no impasse político poderá melhorar o clima de incerteza e desconfiança do setor no país.
Juros nas alturas
A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cheque especial ficou em 293,9% ao ano em fevereiro, a maior desde julho de 1994, quando os juros médios cobrados nessa categoria também estavam em 293,9%. Na comparação com janeiro, houve avanço de 1,6 ponto porcentual, segundo dados divulgados esta semana pelo Banco Central. Nos últimos 12 meses, o avanço foi de 79,7 pontos percentuais. O cheque especial cobra uma das taxas de juros mais caras do mercado e só deve ser usado em momentos de emergência e por um curto período.
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No cartão de crédito rotativo, os juros são ainda maiores. Somaram 447,5% ao ano em fevereiro, o maior patamar da série histórica, que teve início em março de 2011. No mês passado, o aumento foi de oito pontos percentuais e, nos últimos 12 meses, o avanço foi de 104,8 pontos percentuais. O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo Banco Central. Já a inadimplência no mercado de crédito no país no segmento de recursos livres manteve-se em 5,5% em fevereiro, patamar mais alto da série histórica. Neste segmento os empréstimos têm taxas de juros definidas livremente pelas instituições financeiras.
Minha Casa Minha Vida
A presidenta Dilma Rousseff lançou ontem, 30, a terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, com o objetivo de contratar mais dois milhões de moradias a serem construídas até 2018. A nova etapa do maior programa habitacional da história do Brasil terá como novidade a criação de uma nova faixa de renda, a faixa 1,5, que vai facilitar a compra da casa por famílias que ganham até R$ 2.350. Além disso, um novo portal vai unificar o cadastro do programa e permitir que os interessados façam simulação de financiamento online.
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No total, o Minha Casa Minha Vida prevê o investimento de R$ 210,6 bilhões ao longo de três anos, que continuarão a dinamizar o setor de construção civil e a economia como um todo. Desse montante, R$ 41,2 bilhões virão do Orçamento Geral da União e R$ 39,7 bilhões de subsídios do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O aporte de recursos foi aprovado pelo Conselho Curador do Fundo e não acarretará prejuízos aos trabalhadores. Os R$ 129,7 bilhões restantes virão de financiamentos realizados por meio do FGTS.
Prazos alongados
Diante da queda nas vendas do comércio, os prazos médios de financiamento para compra de bens duráveis voltaram a ser alongados em fevereiro. O prazo médio para compra de móveis e eletroeletrônicos, que girou em torno de nove meses no último ano, foi esticado para 12 meses em fevereiro deste ano, o mesmo patamar de fevereiro de 2015. A Via Varejo, que administra as principais redes varejistas de móveis e eletrodomésticos do país: Casas Bahia e Ponto Frio, tem focado em planos e serviços que ofereçam prestações menores e que caibam no bolso dos clientes. A intenção é manter o poder de compra do consumidor. Por conta disso, a Casas Bahia esticou o prazo de pagamento para 14 vezes, sem acréscimo no cartão de crédito. Alguns meses atrás esse prazo máximo era de dez meses. Na bandeira Ponto Frio, há promoções relâmpago com foco no prazo. Na última semana, a rede de lojas ofereceu parcelamento em até 18 vezes sem acréscimo no cartão da rede varejista para ofertas específicas.
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