Radar — 29/06/2016

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Portas fechadas

Cerca de 14,3 mil supermercados, alimentos e bebidas fecharam as portas de janeiro a abril deste ano. Segundo um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número é quase seis vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2015, quando 2,4 mil estabelecimentos encerraram as atividades. O estudo da CNC mostra que, com o fechamento dos mais de 14 mil supermercados foram encerradas 29,7 mil vagas de empregos formais.

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O setor responde por 30,3% do faturamento anual do varejo e é responsável por 30,6% da força de trabalho no setor. Nos quatro primeiros meses de 2016, o segmento teve o pior resultado nas vendas, desde 2003, com queda de 3,2%. Para a CNC, a demanda dos consumidores já vinha caindo devido à recessão econômica. A alta de preços contribuiu para o recuo das vendas.

Indústria confiante

O Índice de Confiança da Indústria registrou alta de 4,2 pontos em junho, chegando a 83,4 pontos. O índice, medido pela Fundação Getúlio Vargas, registrou elevação em 14 dos 19 segmentos pesquisados. Para a FGV, o resultado indica uma melhora das expectativas dos empresários, que vem ocorrendo desde abril. O Índice de Expectativas teve alta de 7,5 pontos e ficou com 85,7 pontos em junho. A alta foi puxada pela diminuição do percentual de empresas que acreditam que devem reduzir a produção nos próximos meses, de 28,7% em maio, para 16% em junho. A parcela de indústrias que passaram a produzir mais subiu de 23,4% para 24,2%.

Ajuste necessário

A continuidade do avanço no combate à inflação depende de ajustes na economia brasileira, principalmente, nas contas públicas, segundo avaliou o Banco Central, no Relatório de Inflação.  O governo apresentou, recentemente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento do gasto público à variação da inflação. A proposta é que a fixação do teto para os gastos tenha validade por 20 anos, a partir de 2017. Segundo a proposta, no primeiro ano de vigência, o limite dos gastos totais equivalerá à despesa paga no ano anterior corrigida pela inflação daquele ano.

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O Banco Central também citou outros fatores que interferem no combate à inflação: o processo de realinhamento dos preços externos em relação aos internos e livres em relação aos administrados; o efeito dos fenômenos climáticos sobre a produção mundial de alimentos, principalmente de grãos, e a influência sobre os preços domésticos; e as incertezas sobre a economia mundial.

Riqueza das informais

A crise econômica fez a participação da economia informal no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro voltar a crescer em 2015, depois de 11de quedas consecutivas. No ano passado, a informalidade correspondeu a 16,2% de toda a riqueza nacional, segundo o Índice de Economia Subterrânea (IES), apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. Em números absolutos, R$ 956,8 bilhões de riqueza foram gerados na informalidade no ano passado. Em 2003, quando o indicador começou a ser apurado, a economia informal respondia por 21% do PIB. De lá para cá, o IES caiu ano a ano e atingiu 16,1% em 2014. No ano passado, por causa da crise, houve uma reversão da queda: a informalidade avançou levemente, 0,1 ponto porcentual, na comparação com 2014.

Judiciário gasta mais

O gasto médio da União com cada funcionário do Poder Judiciário mais do que dobrou desde 1995 - o crescimento foi de 112% em valores atualizados, já descontada a inflação do período, segundo dados do Boletim Estatístico de Pessoal, do Ministério do Planejamento. Foi o dobro do aumento registrado para servidores do Executivo: 55% no mesmo período. Em 1995, cada funcionário tinha custo mensal de R$ 12,3 mil. Este montante saltou para R$ 26 mil nos últimos 12 meses, o que resulta em um aumento de 112%. O resultado só é menor do que o custo médio dos funcionários do Legislativo, que recebem, em média, R$ 30 mil  mensais.

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No início de junho, a Câmara dos Deputados aprovou 15 projetos de lei com aumentos e gratificações para o funcionalismo federal. A aprovação trouxe o debate sobre o salário de servidores para o centro das discussões do corte de gastos planejado pela União. Entre os aumentos aprovados, está previsto o reajuste de 41% para funcionários do Judiciário nos próximos quatro anos.

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