Radar — 23/01/2016

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O mercado de trabalho no Brasil encerrou 2015 com 39,7 milhões de empregos formais –número que já desconta o fechamento de 1,5 milhão de postos de trabalho acumulado no ano passado. “Tivemos um ano difícil, mas preservarmos conquistas importantes”, disse o ministro Trabalho, Emprego e da Previdência Social, Miguel Rossetto, durante apresentação dos dados do emprego no ano passado. “Não é correto afirmar que 2015 destruiu as conquistas dos últimos anos, continuamos com o mercado formal elevado no País”, ponderou.

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O total de pessoal ocupado na indústria recuou 0,4% na passagem de outubro para novembro de 2015, marcando a 11ª queda consecutiva do emprego industrial neste tipo de comparação. Os postos de trabalho nesse setor da economia caíram 7,2% em relação a novembro de 2014, o 50º resultado negativo, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O emprego industrial também acumulou perdas de 6% nos 11 primeiros meses do ano e 5,9% no período de 12 meses. A queda acumulada em 12 meses (-5,9%) é a mais intensa da série histórica do indicador, iniciada em 2001.

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Os outros dois indicadores da pesquisa também apresentaram quedas. O número de horas pagas para os trabalhadores da indústria recuou 0,2% na comparação com outubro do ano passado, 7,7% em relação a novembro de 2014, 6,6% no acumulado do ano e 6,5% no acumulado de 12 meses. A folha de pagamento real caiu 2,2% na comparação com outubro de 2015, perfazendo 10,6% na comparação com novembro de 2014, 7,5% no acumulado do ano e 7,1% no acumulado de 12 meses.

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O ano de 2015 teve uma redução de 1,3% no número médio de famílias com dívidas, divulgou sexta-feira, 22, a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a CNC, no entanto, o número de famílias com dívidas e contas em atraso (inadimplentes) aumentou 8,4% em relação a 2014, chegando a 20,9%. Pela primeira vez, desde 2010, ocorre aumento no número de famílias com contas atrasadas. No ano passado, 19,4% das famílias estavam nessa situação.

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O número de famílias que reconheceram não ter perspectiva de pagar suas contas atrasadas subiu 23,2% e chegou a 7,7% do total. Em números absolutos, havia mais de 1,1 milhão de famílias nessa situação em 2015, contra 899 mil em 2014. A pesquisa também aponta que a renda das famílias brasileiras está mais comprometida com o pagamento de dívidas. O percentual médio da renda usada para este fim subiu de 30,4% para 30,6% – a maior taxa da série iniciada em 2010.

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A lista de inadimplentes do Brasil começou o ano com 59 milhões de pessoas, de acordo com levantamento feito pela Serasa Experian. O total das dívidas chega a R$ 255 bilhões. Em janeiro do ano passado eram 54,1 milhões de consumidores nessa situação. A principal causa para a inadimplência é o desemprego, apontada por 26% dos 8.288 entrevistados em novembro do ano passado. Segundo a pesquisa, o descontrole financeiro é admitido como responsável pelas contas atrasadas por 17% dos consumidores. O esquecimento dos compromissos financeiros (7%), empréstimo do nome para terceiros (7%) e despesas extras, com educação, saúde e outros serviços (7%) foram outras razões mencionadas para o não pagamento das dívidas.

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A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) em 2016 teve variação de 0,92% em janeiro, divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro do ano passado, o IPCA-15 teve variação de 1,18%, o maior resultado para meses de dezembro desde 2002. Em janeiro de 2015, a prévia da inflação ficou em 0,89%. Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses ficou em 10,74%. De janeiro a dezembro de 2015, a prévia acumulou uma variação de 10,71%.

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O grupo alimentação e bebidas foi o que apresentou a maior inflação no primeiro indicador deste ano, ao variar 1,67%. A oscilação de preços, no entanto, desacelerou em relação a dezembro, quando estava em 2,02%. Os três alimentos que tiveram as maiores altas nos preços são muito presentes na mesa do brasileiro: a cenoura (23,94%), o tomate (20,19%) e a cebola (15,07%).

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As parcelas do seguro-desemprego foram reajustadas em 11,28%, e os novos valores começam a ser pagos já em janeiro a milhares de pessoas. O benefício assegura ao trabalhador que perdeu o emprego uma renda mínima por período entre três e cinco meses. Com isso, a parcela mínima do seguro-desemprego será de R$ 880 seguindo o reajuste do salário mínimo para 2016. Já a parcela máxima passa de R$ 1.385,91 em vigor em 2015 para R$ 1.542,24 este ano. Neste ano, o seguro-desemprego deve movimentar R$ 34,7 bilhões em valores a serem transferidos a cerca de 7 milhões de trabalhadores em todo o país, conforme estimativa do Ministério do Trabalho e Previdência Social. 

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