Radar — 21/10/2015

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Os empresários brasileiros estão mais pessimistas. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu para 35 pontos em outubro. A queda de 0,7 ponto percentual na comparação com setembro é a segunda consecutiva do indicador, que alcançou o menor valor desde 1999, quando a pesquisa começou a ser feita. “O ICEI encontra-se 10,8 pontos abaixo do registrado em outubro do ano passado e 20,4 pontos menor que a média histórica do índice, que é de 55,4 pontos”, informa a pesquisa divulgada segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores variam de zero a cem. Abaixo de 50 indicam falta de confiança. Quanto menor o índice, maior e mais disseminado é o pessimismo na indústria. 

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As contratações conjuntas de empresas de telefonia por órgãos federais fizeram o Poder Executivo cortar pela metade os gastos de telefonia neste ano, informou o Ministério do Planejamento. De acordo com a pasta, as despesas com telefones fixos e celulares somaram R$ 63,1 milhões de janeiro a agosto, contra R$ 129,7 milhões no mesmo período do ano passado, uma queda de 51,3%. Em comunicado, o Planejamento informou que a economia faz parte do esforço do governo federal para reduzir gastos, aumentar a eficiência e combater o desperdício na administração pública. Para a pasta, um dos principais motivos para a redução no gasto foi o sistema de licitação no qual os serviços de telefonia passaram a ser contratados de forma conjunta por vários órgãos desde o ano passado.

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A demanda por crédito caiu 3,9% em setembro em comparação com agosto, segundo levantamento divulgado pela Serasa Experian. Em relação a setembro do ano passado, a procura por financiamentos teve retração de 3,6%. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, porém, foi registrado crescimento de 3,2% sobre a procura por crédito no mesmo período de 2014. Quase 60 milhões de brasileiros têm dívidas em atraso, diz Serasa.

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A consultoria atribui a redução da procura por empréstimos ao aumento dos custos do crediário, à queda nos níveis de confiança do consumidor e à elevação da taxa de desemprego. Por faixa de renda, a maior queda (-4,1%) na procura por crédito entre setembro e agosto foi daqueles com renda entre R$ 500 e R$ 1.000. Em comparação com setembro do ano passado, as pessoas com esse patamar de rendimento mensal reduziram em 3,6% a busca por empréstimos. No acumulado de janeiro a setembro, os enquadrados nessa faixa de renda aumentaram em 3,5% a procura por crédito. 

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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou 78,4 pontos em outubro – o menor valor desde o início da série histórica, em 2010. O índice caiu pelo 9º mês consecutivo, com recuos de 1,8% na comparação com setembro e 35,5% ante o mesmo período do ano passado. A ICF está há seis meses abaixo de 100 pontos, o que indica uma percepção de insatisfação com a situação atual. Segundo a CNC, a queda da ICF é resultado da continuidade do quadro de deterioração do País nos últimos 12 meses, com aceleração da inflação, enfraquecimento da atividade econômica e aumento da incerteza política. A CNC lembra o resultado recente da Pesquisa Mensal de Comércio divulgada pelo IBGE apontando que a queda das vendas no mês de agosto na comparação com julho foi de 0,9% – a maior para o mês desde o ano 2000.

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