Radar — 21/06/2016

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Inflação em alta

A projeção de instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, subiu pela quinta vez seguida, ao passar de 7,19% para 7,25%. Para 2017, a estimativa é mantida em 5,50% há cinco semanas. As projeções fazem parte de pesquisa feita todas as semanas pelo Banco Central. As estimativas estão acima do centro da meta de inflação de 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5%, este ano e 6% em 2017. É função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic.

Medidas duras

O governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, anunciou que a decretação do estado de calamidade pública abrirá espaço para a tomada de medidas muito duras nos próximos dias para enfrentar a crise econômica. Dornelles, no entanto, não quis detalhar quais medidas serão tomadas.  “O decreto de calamidade pública tem o objetivo de chamar a atenção de toda a sociedade do Rio para os problemas pelos quais passa o estado, abrindo caminho para que se possa tomar medidas  duras no campo da administração. Isso, no momento oportuno, iremos equacionar”, disse o governador.

Arrecadação cai

A queda da atividade econômica e as desonerações fizeram a arrecadação federal cair pelo 14º mês consecutivo. Em maio, o governo arrecadou R$ 95,219 bilhões, 4,81% a menos que no mesmo mês de 2015, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O montante é o menor para o mês desde 2010 em valores corrigidos pela inflação. Nos cinco primeiros meses do ano, a arrecadação federal somou R$ 519,128 bilhões, também o menor valor para o período desde 2010, ao descontar o IPCA. Em relação a 2015, a queda real (descontada a inflação) chega a 7,36%.

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Segundo a Receita Federal, que divulgou os números, a retração da economia continua a ser a principal responsável pela queda na arrecadação. A produção industrial acumula queda de 10,79% nos cinco primeiros meses do ano, o que se reflete na queda real (descontado o IPCA) de 14,66% na arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado sobre produtos nacionais de janeiro a maio.

Emprego doméstico caiu

Nos últimos seis meses, o total de empregadas domésticas com carteira assinada diminuiu de 1,57 milhão para 1,2 milhão, segundo os registros do e-social, da Receita Federal, que faz o controle da arrecadação do FGTS e do INSS, entre outros tributos, dos empregadores e das trabalhadoras. Foram encerrados 379 mil registros, ou seja, uma queda de 24%. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a taxa geral de desemprego no país está em 10,7%.

Economia retraída

Economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de retração da economia este ano: queda de 3,44%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central. A projeção anterior era uma contração de 3,60%. Em relação a 2017, a expectativa de crescimento se manteve em 1%. A previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano ainda permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% para 2016: 7,25% ao ano.

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Para 2017 a expectativa de inflação é de 5,50%, a mesma da pesquisa anterior, dentro da meta para o ano que vem, de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto. Há pouco mais de um mês, o BC reduziu sua projeção para a inflação tanto para 2016 como para 2017, mas reiterou não haver espaço para diminuição dos juros básicos diante de fatores como o nível elevado da inflação em 12 meses. A expectativa para a Selic é de que encerre 2016 a 13%. Para o fim de 2017, a expectativa se manteve em 11,25%.

Supersimples

As votações no Senado esta semana devem ter em pauta o projeto de lei que altera os valores de enquadramento do Simples Nacional, o chamado Supersimples. A proposta, que está prevista para ser levada ao plenário nesta terça feira, 21, atende a um pedido dos governadores dos estados e, caso seja aprovada, poderá contribuir para sanar o rombo com a queda de arrecadação de receitas. A proposta em discussão é um substitutivo da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), ao projeto do ex-deputado Barbosa Neto. Pelo texto, o teto para o enquadramento no Supersimples das empresas de pequeno porte passará de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. O projeto também promove mudanças no enquadramento como microempreendedor individual (MEI), elevando o limite de receita bruta anual dos atuais R$ 60 mil para R$ 72 mil.

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