Radar — 20/02/2016

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O total de pessoal ocupado na indústria brasileira recuou 6,2% em 2015 na comparação com o ano anterior. Segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa foi a queda mais acentuada do indicador, desde o início da série histórica, em 2002. O emprego caiu nos 18 setores industriais pesquisados pelo IBGE. Os principais responsáveis pelo recuo de 6,2% foram meios de transporte (-11,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-13,9%), produtos de metal (-10,7%), máquinas e equipamentos (-8,3%), alimentos e bebidas (-2,2%), outros produtos da indústria de transformação (-9,7%) e vestuário (-6,4%). De janeiro a dezembro de 2015, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria também recuou (-6,7%), bem como a folha de pagamento real, que fechou o ano passado com queda de 7,9%.

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A atividade econômica em 2015 apresentou o pior desempenho já registrado pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve queda de 4,08% no ano passado, o pior resultado da série histórica, que tem início em 2003. O segundo pior resultado ocorreu em 2009, período de crise econômica mundial, quando houve retração de 1,71%. Em 2014, comparado com o ano anterior, a queda ficou em 0,15%, de acordo com dados revisados divulgados ontem pelo BC.

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A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou ontem para baixo o crescimento da economia mundial este ano para 3%, menos 0,3 pontos percentuais do que a estimativa anterior, alertando para "um risco substancial" de instabilidade financeira. Segundo o último boletim Perspetivas Económicas da OCDE, a economia mundial continua debilitada e exige reação urgente dos poderes públicos. A organização informa que a revisão em baixa resulta, entre outros fatores, de um corte do investimento e de "um risco substancial" de instabilidade financeira. O crescimento da economia mundial não será, provavelmente, mais rápido este ano do que no anterior, quando atingiu o nível mais baixo dos últimos cinco anos, acrescentou a OCDE.

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O novo rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s não alterará a perspectiva de recuperação da economia brasileira no médio prazo, informou ontem o Ministério da Fazenda. Em nota, a pasta reafirmou que continua trabalhando para alcançar o reequilíbrio fiscal e criar condições para a retomada do crescimento e assegurou que o governo mantém a capacidade de honrar os compromissos. A nota destacou que o governo está empenhado na aprovação de mudanças que melhorarão as contas públicas. Para este ano, ressaltou o ministério, as prioridades são a votação das propostas de emenda à Constituição que desvincula parte do Orçamento Federal e que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A pasta reafirmou o compromisso de enviar uma proposta de reforma da Previdência Social até o fim de abril.

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O setor de serviços teve a primeira queda no faturamento em 2015, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada anteontem pelo IBGE. O faturamento do setor apresentou recuo de 3,6% em relação ao ano passado, o menor índice da série histórica iniciada em 2012. Os destaques da queda inédita do volume de receitas em 2015 foram os subsetores de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios (-6,1%) e os serviços prestados às famílias (-5,3%). Entretanto, os demais subsetores obtiveram, respectivamente seus piores resultados anuais: Serviços de comunicação e informação (0,0%), serviços profissionais administrativos e complementares (-4,3%) e, outros serviços (-9,0%).

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As vendas do varejo brasileiro recuaram 6 por cento em janeiro sobre o mesmo mês de 2015, já descontada a inflação, informou a empresa de meios de pagamento Cielo. O recuo segue-se à retração de 5,5 registrada em dezembro. Com o resultado de janeiro, o varejo brasileiro completa seis meses seguidos de queda no desempenho de vendas, segundo os dados da companhia, que acompanha o setor a partir dos dados capturados por suas máquinas de pagamento instaladas junto aos lojistas. Em termos nominais, as vendas no varejo ampliado cresceram 2,4 por cento em relação a janeiro de 2015.  Segundo o índice da Cielo, todos os grandes blocos de setores que compõem o varejo ampliado brasileiro tiveram retração nas vendas em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2015.

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Em decisão tomada na quarta-feira, 17, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar que suspende as novas regras de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que aumentou o tributo, atingindo especialmente os pequenos negócios os que lidam com o comércio eletrônico, o chamado e-commerce. A medida do Confaz foi suspensa cautelarmente, até o julgamento final do processo. Com isso, as micro e pequenas empresas que vendem para fora de seus estados de origem voltam a pagar apenas o Simples Nacional em suas transações. Isso porque o ICMS faz parte dos oito tributos inseridos no Simples Nacional, também conhecido 

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